Ir a dois dias consecutivos ao Festival Rock In Rio, com um cartaz recheado de bandas que nos fazem levantar dos relvados do Parque da Bela Vista e pular durante horas, faz-nos equacionar a inscrição na próxima maratona de Lisboa. Parace atingível. Se aguentamos esta tarefa, porque não haveremos de arriscar os 42 quilómetros até à meta?
Por coincidência, 42 (mil, claro) foi também o número avançado pela organização de espetadores que visitaram na sexta-feira, 25, o recinto do Parque da Bela Vista e se 42 mil “incomodam” muita gente, os 81 mil que no sábado rumaram (com a VISÃO) até à cidade do rock, acreditem, “incomodam” ainda mais.
As longas filas para as diversas áreas de restauração (apesar das marmitas com o farnel saltarem de dentro das mochilas de muitos dos presentes), para os sanitários, para os vários palcos, para ali ao lado, não foram fáceis de contornar ou alcançar.
Uma verdadeira “romaria” de adolescentes, crianças e adultos, hoje com trajes mais coloridos, encheram a maior parte do espaço disponível. Mas não era de estranhar ou não fossem os “convocados” do Palco Mundo os Limp Bizkit, The Offspring, Linkin Park e Smashing Pumpkins e do Palco Sunset Rita Redshoes & Moreno, Mafalda Veiga & Marcelo Jeneci e os Xutos & Titãs.
Confesso que não consegui assistir a todos os concertos, mas pelo entusiasmo dos fãs de Linkin Park, estes receberam uma das notas mais altas da noite.
Não sei se foi da quebra de energia dos presentes, do pó ou do frio – “desfilar-se” com este frio de mini-calções e camisolinhas de alças fez-me olhar para estas pessoas como se fossem heróis – que se fazia sentir, mas pareceu-me que o público “dispersou” durante a atuação dos Smashing Pumpkins…eu aproveitei a boleia e antes do encerramento do palco principal despedi-me do segundo dia do festival.
Ainda dentro do taxi – optei por este meio de transporte, mas enquanto o procurava no final da rua, perdi-me na contagem de autocarros da carris, com destino ao Cais do Sodré, que estavam parados à espera dos passageiros – ouvi e vi pela janela o fogo-de-artifício. Pelos vistos, resisti quase até ao fim.
O festival continua, na próxima sexta-feira, dia 1, com o cabeça de cartaz Lenny Kravitz.