As cinzas do corpo de Saramago serão enterradas junto a uma oliveira que vai ser transplantada da sua terra natal, na Azinhaga do Ribatejo, para a frente da sede da instituição, onde será colocada uma pedra com a inscrição das de um execerto da última frase do romance de Saramago “Memorial do Convento”, precisou o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.
“Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia”, serão as palavras gravadas na lápide, que irá de Pero Pinheiro (Sintra), região de onde saiu a pedra com que foi construído o Palácio Convento de Mafra, a que se refere a obra.
O anúncio foi feito momentos antes do arranque da maratona de leitura do romance “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, que foi iniciada por Pilar del Río, quando passam sete dias sobre a morte de Saramago, vítima de leucemia, em Lanzarote, Espanha.
O tempo médio para ler uma página é de minuto e meio, pelo que a leitura da obra de 582 páginas deverá arrastar-se pelo menos até às 02:00 de sábado, de acordo com dados disponibilizados à agência Lusa pela diretora da Casa Fernando Pessoa, a escritora Inês Pedrosa.
Na leitura colaborarão várias personalidades, entre as quais António Mega Ferreira, Leonor Xavier, José Mário Silva, José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares, mas a sessão é aberta à colaboração do público.
Antes desta maratona, a Casa Fernando Pessoa já promoveu outra, de “As memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado do Assis, em 2008, para assinalar o centenário da morte do escritor brasileiro.
O escritor será também recordado em novembro próximo quando a instituição dirigida por Inês Pedrosa promover o II segundo congresso internacional sobre Fernando Pessoa, revelou.