Dois irmãos australianos, Callum e Jake Robinson, e um amigo norte-americano, Jack Carter Rhoad, os três na casa dos 30 anos, tinham viajado dos EUA para o México, a 26 de abril, com o objetivo de surfarem nas famosas praias da costa de Ensenada, na região da Baixa Califórnia, um dos estados mais violentos do país, poucos quilómetros a sul da fronteira com os EUA.
Contudo, as suas famílias deixaram de ter notícias sobre eles e reportaram a situação às autoridades mexicanas, realizando uma denúncia por desaparecimento a 30 de abril.
No dia seguinte, numa publicação no Facebook, Debra Robinson, mãe dos irmãos australianos, escreveu num grupo com mais de 120 mil participantes que os três jovens não chegaram a dirigir-se ao alojamento que tinham reservado.
Já a 2 de maio foram encontrados, no acampamento os as vítimas teriam estado, os “ferros da estrutura das tendas queimadas, balas de arma de fogo, garrafas de água, manchas de sangue e marcas de arraste”, referiu a procuradora local, María Elena Andrade.
No último fim-de-semana, a polícia confirmou ter encontrado os cadáveres de três homens num poço de 15 metros próximo da localização onde tinham sido vistos pela última vez (a cerca de seis quilómetros), em Bocana de Santo Tomás, acreditando tratar-se dos três jovens surfistas.
“As caraterísticas físicas dos três corpos encontrados […] coincidem com as de dois australianos e de um americano que desapareceram na semana passada durante uma viagem de surf”, afirmou Andrade, em declarações aos jornalistas, acrescentando que os corpos encontrados estavam em “avançado estado de decomposição”, o que dificultava a sua identificação.
A procuradoria do estado da Baixa Califórnia confirmou também que os três corpos apresentavam ferimentos de bala na cabeça e, no domingo, os familiares dos jovens começaram o processo de identificação dos três corpos.
Até ao momento, as autoridades detiveram três pessoas alegadamente relacionadas com o homicídio dos três jovens: Jesús Gerardo, com antecedentes criminais, e o seu irmão e namorada, que foi encontrada com o telemóvel de uma das vítimas.
O que aconteceu?
De acordo com o jornal espanhol El País, as autoridades mexicanas acreditam que os homicídios aconteceram devido a um assalto que correu mal. A procuradora afirma que os assaltantes ter-se-ão dirigido “ao local para tentar furtar o carro”, depois de avistarem a viatura dos jovens. “Os surfistas foram surpreendidos e terão oferecido resistência”, diz.
Os assaltantes terão disparado contra os jovens e, ao perceberem “que tinham a situação fora de controlo, desfizeram-se dos corpos”.
Este crime tem deixado os mexicanos em sobressalto e os EUA já emitiram avisos para os turistas que querem viajar para o México. Washington já desaconselha as viagens para esta região devido ao risco de raptos e assassinatos, mas milhares turistas de todo o mundo visitam, todos os anos, as suas estâncias balneares.
A comunidade surfista juntou-se, entretanto, para uma homenagem aos surfistas assassinados, realizando um ritual comum para celebrar a vida de surfistas. Também foram realizados protestos contra a violência e de alerta para a falta de segurança na zona.