O caos instalou-se esta tarde no edifício do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), na rua Gomes Freire, em Lisboa. A equipa de procuradores que está a investigar o caso BES passou o dia a tentar resolver problemas informáticos que estavam a condicionar o envio da notificação da acusação aos arguidos. Até que perceberam que estavam a ser alvo de um ataque informático, de origem ainda desconhecida.
O ataque de negação de serviço (também conhecido como DoS Attack) à rede da Procuradoria-Geral da República – à qual está ligada o DCIAP – é a razão pela qual não foi ainda divulgada a primeira acusação num processo-crime relacionado com o universo Espírito Santo, nem aos advogados dos arguidos e aos assistentes, nem através de comunicado da PGR. A equipa liderada pelo procurador José Ranito vai acusar Ricardo Salgado de uma série de crimes que terão causado enormes prejuízos ao BES e a clientes do banco, através da venda de papel comercial e de um esquema de compra e recompra de obrigações que envolvia a sociedade suíça Eurofin. Questões como a do BES Angola continuarão a ser investigadas noutro processo.