Portugal foi o 13º país da OCDE que registou um maior crescimento do seu Produto Interno Bruto per capita, entre 2014 e 2024, a par dos Estados Unidos, da República Checa e da Grécia. O Canadá surge em último lugar, em virtude de ter registado um aumento de 16% da sua população, ao passo que o crescimento da República da Irlanda surge distorcido pelo facto de inúmeras multinacionais ali declararem os seus lucros para beneficiarem dos impostos baixos
Segunda causa de morte em Portugal (e no mundo), o cancro tem revelado uma tendência crescente. Dados do último Registo Oncológico Nacional (RON) mostram que, em 2019, foram diagnosticados quase 58 mil novos casos, a maioria em homens, o que traduz um crescimento de 19,3% em relação a 2010. E as perspetivas não são animadoras, prevendo-se um aumento significativo do número de casos e mortes nos próximos anos – segundo a Organização Mundial da Saúde, um quarto da população portuguesa corre o risco de ter cancro até aos 75 anos e 10% desses casos deverão ser fatais.
Acresce ainda que o risco de contrair a doença aumenta substancialmente com o avançar da idade (segundo a American Cancer Society, 60% dos tipos de cancro atingem pessoas com 60 anos ou mais).
“A maior parte dos casos de cancro ocorre entre os 60 e os 74 anos”, confirma Fátima Vaz, diretora do Serviço de Oncologia Médica do Instituto Português de Oncologia (IPO) Lisboa, para sublinhar que se trata “claramente de uma doença dos mais velhos”, ou seja, “as pessoas com mais idade têm maior probabilidade de ter cancro: aos 40 anos, o risco aumenta, aos 50 aumenta mais e aos 60 mais ainda”.
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Mariana Malheiro Rodrigues, oncologista no Hospital CUF Tejo, comprova que “a incidência da maioria dos cancros aumenta com a idade”, adiantando que “cerca de 60% dos diagnósticos são feitos depois dos 65 anos e a idade mediana de diagnóstico é 65-69 anos”, com os idosos a apresentar “10 vezes mais probabilidade de ter uma doença oncológica e 15 vezes mais possibilidade de morrer por esta causa do que pessoas com menos de 65 anos”.
Por isso é que “passar a barreira dos 50 anos deve ser motivo de preocupação”, alerta, por seu turno, Mónica Gomes, bióloga e investigadora da Liga Portuguesa contra o Cancro do Porto, reconhecendo igualmente que “a idade é, de facto, um fator de risco acentuado”.
Em idades avançadas, a doença assume incidências particulares. De acordo com dados do Global Cancer Observatory (Globocan), os cancros mais frequentes em Portugal depois dos 60 anos são, no homem, o da próstata (17,3%), o do pulmão (15,5%) e o colorretal (11,6%). Na mulher, temos o da mama (19%), seguido do colorretal (11,9%) e do pulmão (11,1%). Note-se que nem sempre o maior número de casos corresponde a uma maior mortalidade – apesar do cancro da próstata ser o mais frequente no homem, é o do pulmão que mata mais. Porque, como nota Fátima Vaz, “o cancro da próstata (tal como o da mama) consegue-se ‘cronicizar’, o do pulmão nem sempre”, apesar da “grande evolução” que se tem registado nos últimos anos no tratamento deste tumor.
Envelhecimento celular
Mas a que se deve a maior prevalência e risco nestas idades? A investigadora Mónica Gomes explica que, “com a idade, os genes de reparação, mecanismos do nosso organismo que regulam e corrigem os erros de DNA, vão perdendo capacidade, o que leva às mutações celulares que originam o cancro”.
E esta desregulação acontece não só devido ao envelhecimento natural mas também à exposição continuada a determinados riscos, sejam eles uma alimentação desequilibrada, o tabagismo ou o excesso de sol. “Por isso é que, quando somos mais novos, reagimos muito melhor”, sublinha.
A prevenção do cancro é possível em qualquer idade e nunca é tarde para começar
Mariana Malheiro Rodrigues, Oncologista no Hospital CUF Tejo
Mas, ao contrário daquilo que poderia pensar-se, a doença oncológica a partir dos 60 não tem necessária e exclusivamente que ver com a degeneração natural, em particular com as alterações morfológicas celulares. Na verdade, “a correlação entre o cancro e a idade é complexa e para muitas questões ainda não se tem uma resposta certa”, reconhece a oncologista Mariana Malheiro Rodrigues.
“A idade é um fator importante, mas seria arriscado apontar o envelhecimento celular como causa prioritária porque, geralmente, existem muitos outros fatores, como os ambientais, os genéticos ou história familiar”, acrescenta Fátima Vaz, especificando: “No cancro do ovário, por exemplo, sabe-se agora que a história familiar é muito importante (10% a 15%) e, no do pulmão, o tabaco é um fator muito bem definido”. Outros elementos pesam conforme o tipo de tumores, dependendo de “questões ambientais, como o tabaco, a obesidade, a poluição, a carne vermelha ou o álcool”. Por outras palavras, “cada cancro é um caso especial” e não há que generalizar.
Idade funcional
Outra ideia a desmistificar é a de que o cancro detetado em idades tardias é geralmente menos agressivo. “A idade avançada não significa que um tumor seja mais indolente”, salienta a diretora do Serviço de Oncologia Médica do IPO, insistindo em que “não é garantido que uma pessoa com mais de 60 anos vá ter um tumor menos agressivo”. O importante, defende Fátima Vaz, “é fazer a caracterização do tumor e a caracterização da pessoa”, uma avaliação que fornecerá informações fundamentais para avaliar o estado da doença e do paciente e, a partir daqui, definir a melhor terapia a seguir.
Mas, também no tratamento, a idade não é fator determinante na decisão. “O que conta não é a idade biológica, mas a idade funcional, as comorbilidades [existência de mais de uma doença], os défices que existem, o estar ou não apto”, explica, notando que “os medicamentos para tratar o cancro não provocam todos reações adversas e não é por ter mais de 60 anos que vamos tratar a pessoa de forma diferente”. A propósito, a investigadora Mónica Gomes lembra que “há pessoas com 50 anos num estado muito debilitado e pessoas com 80 num ótimo estado”.
A oncologista Mariana Malheiro Rodrigues concorda: “O importante aqui é definir o envelhecimento para além da idade cronológica e ter em conta a idade funcional – nem todos os jovens são funcionais e ‘fit’ e nem todos os idosos são doentes e dependentes.”
Por outras palavras, como salienta Fátima Vaz, “nós ajustamo-nos ao doente e não deixamos de tratar as pessoas por causa da idade”. E, quando surgem dúvidas, prossegue, pede-se “uma avaliação geriátrica que é feita por uma equipa multidisciplinar”, atualmente simplificada graças à existência de uma ferramenta de triagem de oito itens (a chamada G8), que dá o “alerta” caso exista algum problema que impeça o tratamento. Em suma, mais do que a idade, o que conta é o “estado geral” do paciente.
Os mais frequentes
Depois dos 60 anos, em Portugal, estes são os tumores que mais aparecem
No homem
17,3% Próstata
15,5% Pulmão
11,6% Colorretal
Na mulher
19% Mama
11,9% Colorretal
11,1% Pulmão
Ainda assim, Mariana Malheiro Rodrigues reconhece que, no doente mais velho, “as decisões de tratamento são muitas vezes mais complicadas”, designadamente devido à redução da esperança de vida, aos riscos associados às comorbilidades, à menor tolerância ao tratamento ou a potenciais interações com outra medicação. “Os doentes mais velhos, muitas vezes, apresentam reservas reduzidas em vários sistemas orgânicos, e associar um fator de stresse como a cirurgia, a quimioterapia ou uma infeção aguda podem levar a sintomas gerais em vez de sintomas específicos de órgãos.”
Além de que, nota, nestes casos “os sintomas do cancro podem ser mais difíceis de interpretar pelas comorbilidades, o que pode atrasar o diagnóstico”, uma vez que “estes doentes muitas vezes apresentam sintomas ocultos ou atípicos de apresentação de doenças (por exemplo, podem não ter febre durante uma infeção ou dor no caso de um enfarte agudo do miocárdio)”.
Especificidades que merecem cada vez mais atenção. “Há grupos de trabalho dedicados à oncogeriatria que estudam e tratam os cancros em idades mais avançadas”, porque a doença nestas idades é, de facto, “peculiar” e os “tratamentos têm de ser ajustados e individualizados”, avança a bióloga Mónica Gomes.
Saúde personalizada
Apesar dos avanços nos tratamentos e do aumento da sobrevida nos doentes oncológicos (segundo um relatório da OCDE, em Portugal as taxas de sobrevivência dos cancros mais comuns são superiores às médias em toda a União Europeia), a grande aposta continua na prevenção. Sem alarmismos, Mónica Gomes reconhece que, dados os “riscos acrescidos” aos 60 anos, “é muito importante estar alerta, atento aos sinais” e, claro, fazer sempre os rastreios necessários. Por isso, recorda, “é que os rastreios ao cancro da mama e as colonoscopias são feitos a partir dos 50 anos”.
Mas a prevenção passa também, e sobretudo, pela promoção de hábitos de vida saudáveis. E atenção: vai sempre a tempo!, ou seja, “a prevenção do cancro é possível em qualquer idade e nunca é tarde para começar”, defende Mariana Malheiro Rodrigues. Fátima Vaz partilha da mesma opinião: “O ideal é começar o mais cedo possível a fazer uma vida saudável. Mas mesmo que comece só aos 60 anos, ainda vai a tempo!”, sublinha.
A oncologista do IPO destaca a importância de uma alimentação saudável, dos malefícios do tabaco e do álcool (no limite, duas bebidas diárias no homem e uma na mulher), mas também da importância do controlo do peso e da prática do exercício físico. “O exercício é muito importante. Pode prevenir a obesidade, que é um fator de risco para muitas doenças, e aumentar a capacidade pulmonar. E, ao ajudar a controlar o peso, há uma regulação de algumas hormonas e do sistema imunitário, o que faz com que esteja associado à prevenção de 15 tipos de cancro”.
A maior parte dos casos de cancro ocorre entre os 60 e os 74 anos. É claramente uma doença dos mais velhos
Fátima Vaz, Diretora do Serviço de Oncologia Médica do Instituto Português de Oncologia de Lisboa
De facto, vários estudos têm vindo a comprovar os benefícios do exercício físico na prevenção do cancro (uma pesquisa recente, publicada na JAMA Oncology, e que contou com uma amostra de 22 mil pessoas, revela que apenas um ou dois minutos de exercício vigoroso intermitente por dia são suficientes para reduzir o risco), mas também no tratamento e na recorrência da doença – para os sobreviventes dos diferentes tipos de cancro, a American Cancer Society indica a prática de pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos semanais de intensidade vigorosa.
A importância é tal que, em alguns casos, defende Fátima Vaz, “devia ser o médico de família a prescrever exercício físico”, porque há pessoas “que precisam da orientação de um profissional”. Aliás, prossegue, o médico devia ter um papel mais ativo na promoção de estilos de vida saudáveis: “Devia haver planos personalizados de promoção de saúde, adequados a cada pessoa.”
Mariana Malheiro Rodrigues vai mais longe: está provado que “as escolhas de estilo de vida podem afetar as hipóteses de ter uma doença oncológica” diz, mas reconhece que “mudar o comportamento humano não é fácil” e que pouco tem sido feito. “Fazer com que mais pessoas adotem e sigam os comportamentos preventivos, especialmente entre grupos, tem sido pouco promovido e isto poderia reduzir significativamente o número de pessoas diagnosticadas com cancro.”
Com tantas vantagens comprovadas e ainda tanto para fazer, poderá estar na hora de dar o primeiro passo… seja ele qual for. Pela sua saúde.
Berta Teixeira, 72 anos
“Fiquei revoltada!”
Todos os anos, invariavelmente de seis em seis meses, Berta Teixeira fazia consultas e exames de rotina. Por isso, a surpresa não podia ser maior quando lhe foi diagnosticado um cancro nos ovários
Aconteceu há dois anos. Berta Teixeira, então com 70 anos, reformada, estava a estender a roupa quando, ao roçar com a barriga no parapeito, sentiu uma dor. “Aquilo passou, mas quando ia evacuar, a dor voltava… e tornava a passar”, conta. O “grande susto” veio depois, com a urina meio cor-de-rosa, o que parecia indiciar a presença de sangue. Não hesitou e foi à médica, que lhe prescreveu os exames necessários. Dias depois, o relatório da ecografia sugeria “um estudo mais aprofundado”. Novos exames e o diagnóstico cruel: um carcinoma no ovário esquerdo, alojado entre o útero e o intestino.
“A médica disse-me logo que era maligno e que tinha de ser operada”, recorda, confessando ter ficado “um bocadinho revoltada” porque, diz, “eu sou uma pessoa que tem muito cuidado com a saúde: vou ao médico e faço sempre os rastreios a horas, tenho uma alimentação saudável, não fumo nem bebo, faço caminhadas…”. Um pouco “descontrolada”, lá acalmou com as palavras da médica, que lhe explicou que “este tipo de tumor, quando é pequeno, esconde-se, é difícil de ser detetado e, quando já está grande, tenta alojar-se noutro sítio e é assim que geralmente é descoberto, que foi o que me aconteceu”.
Recuperou “muito bem” da cirurgia e, dois meses depois, iniciou os tratamentos de quimioterapia. E foi então que se deu o “grande choque”, conta. “Ao fim de cinco dias da primeira sessão, começou a cair-me o cabelo. Eu sempre disse que não me importava se isso viesse a acontecer, mas quando a minha filha me rapou o cabelo e me vi ao espelho pensei: ‘É o meu fim!’ Foi, de facto, a pior coisa que me aconteceu!”
Na altura, a filha e a neta deram-lhe forças e não a deixaram esmorecer. Acabou por sair de casa da filha com um lenço na cabeça e depressa o choro deu lugar ao riso. “Sempre fui assim e foi isso que sempre me ajudou.” Aceitou o novo visual e até passou a gostar de se ver com lenços e boinas.
A quimioterapia decorreu sem grandes sobressaltos durante três meses, seis sessões de 22 em 22 dias. Tirando as náuseas à carne e ao peixe, que lhe dificultavam a ingestão destes alimentos (a certa altura, ganhou uma anemia), “tudo correu muito bem”. Hoje, já só toma medicação por via oral e aguarda com expectativa os exames finais, que estão para breve. “Estou quase curada”, revela, otimista. O “efeito dos químicos” ainda se faz sentir – os enjoos e as náuseas (que persistem) a certos alimentos, o formigueiro nas pontas dos dedos e as dores nas articulações –, mas sente-se “muito bem”.
“Sou uma sobrevivente!”, dispara. “Só ainda não consigo fazer o meu tricô nem coser à máquina por causa da falta de sensibilidade nos dedos”. Quando ao resto, o cabelo cresceu, já retomou as caminhadas e “os ovários não fazem falta nenhuma”, conta, divertida. E, tal como antes, não para em casa. Faz questão de deixar um elogio sentido a todos os médicos e enfermeiros que lhe “salvaram a vida” mas, reconhece, foi fundamental o rastreio e o diagnóstico atempado. “Só consegui superar tudo porque fui diagnosticada a tempo!”
“O Governo foi informado esta semana pela AIMA que está a emitir 4.574 notificações para abandono de território nacional de cidadãos estrangeiros em situação ilegal”, confirmou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em declarações aos jornalistas, na sede do Governo, em Lisboa.
Trata-se do primeiro grupo de imigrantes notificado de um total de 18 mil indeferimentos.
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As declarações de Leitão Amaro surgiram depois de o Jornal de Notícias ter noticiado hoje que mais de 4 mil imigrantes terão de sair do País.
As dores de cabeça são uma das queixas médicas mais comuns em todo o mundo, sendo responsáveis por uma parte significativa de urgências e consultas médicas de Medicina Geral e Familiar e de Neurologia. Frequentemente, as dores de cabeça são sintomas transitórios de stresse, fadiga, desidratação, alteração do sono, tendo resolução com o descanso ou analgésicos comuns. Contudo, em alguns casos, podem ser indicadoras de problemas mais sérios, necessitando de uma avaliação médica especializada.
As dores de cabeça, também designadas de cefaleias, podem constituir uma doença por si – dores de cabeça primárias. Exemplos são a cefaleia tipo-tensão, a enxaqueca e a cefaleia em salvas.
A enxaqueca, por exemplo, acomete cerca de 15% da população mundial e pode associar-se a grande incapacidade nas diversas esferas da vida do doente. Por seu turno, as cefaleias em salva são dores extremamente violentas e impactantes, que ocorrem por períodos. As dores de cabeça secundárias ocorrem no contexto de outras doenças, sendo uma das expressões dessas doenças. Nas causas secundárias, existem doenças relativamente comuns e ligeiras, como a sinusite ou a disfunção da articulação temporomandibular, mas também doenças menos comuns e graves, como as meningites e os tumores cerebrais.
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Regra geral, devemos procurar avaliação médica por um neurologista especializado em cefaleias quando as dores de cabeça são frequentes e desconhecemos a sua origem. Nessa altura, o médico, através de um questionário dos sintomas do doente e da sua avaliação física, com ou sem recurso a exames complementares de diagnóstico, definirá a dor de cabeça como primária ou secundária e os passos subsequentes na investigação e no tratamento.
Por outro lado, se alguém com uma dor de cabeça primária, conhecida como uma enxaqueca, nota, sem aparente motivo, um aumento da frequência da dor, uma alteração nas suas características ou uma não resposta à terapêutica analgésica habitual, deve procurar ajuda médica.
As dores de cabeça que surgem de novo em pessoas com doenças oncológicas, sob tratamentos imunossupressores ou que se acompanham de febre, perda de apetite ou sintomas neurológicos – como ver em duplicado, dificuldade em falar ou falta de força – devem motivar observação médica imediata. Além disso, se a dor de cabeça for muito intensa e súbita, “a pior dor sentida na vida”, deve procurar ajuda médica urgente. Acrescenta-se ainda que as dores de cabeça que surgem apenas quando deitados ou quando em pé, ou que surgem de novo após os 50 anos, carecem de uma avaliação médica para diagnóstico diferencial.
O tratamento varia de acordo com o tipo e a causa. Nas dores de cabeça primárias, inclui medicação aguda para alívio da dor e pode incluir também medicação preventiva para diminuir a frequência da dor. As secundárias sinalizam outras doenças e podem ser o primeiro sinal para o seu diagnóstico. Além de medicação para alívio da dor, o tratamento da doença de base é importante para a resolução ou a estabilização das queixas de dor de cabeça.
Nos últimos anos têm surgido inúmeros avanços no tratamento preventivo da enxaqueca, como é o caso dos anticorpos monoclonais e da aplicação de botox, entre muitos outros tratamentos eficazes. O mais indicado é consultar um neurologista diferenciado em cefaleias para avaliação e indicação de tratamento em cada caso.
O Divino Espírito Santo também fará das suas, mas o mais certo é o episódio JD Vance ter sido uma ironia do destino. Visivelmente fragilizado, o Papa Francisco pouco ou nada disse no encontro que teve com o vice-presidente norte-americano, no Vaticano, no Domingo de Páscoa, horas antes da sua morte. Em que medida é que o debilitado pontífice interveio, de facto, no agendamento da visita é coisa que, por enquanto, permanece no segredo dos deuses – e só mais tarde poderemos esclarecer.
Até agora, o que de facto sabemos é que as relações entre a Santa Sé e a nova Administração norte-americana não são as melhores. Francisco nunca escondeu o que pensava das políticas migratórias e, em fevereiro, três dias antes de ser internado no Hospital Gemelli, escreveu uma carta muito violenta dirigida aos bispos católicos norte-americanos. Criticou, nomeadamente, o programa de deportações em massa de Donald Trump, pedindo que fossem rejeitadas as “narrativas que discriminam e causam sofrimentos desnecessários aos nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”.
Capela Sistina Os últimos conclaves, em 2005 e 2013, demoraram dois dias, mas o próximo é provável que demore mais tempo. A maioria dos cardeais não se conhece
Do ponto de vista diplomático, trata-se, no mínimo, de uma relação difícil – que, nos últimos tempos, teve dois momentos de tensão muito concretos. No princípio do ano, antes da tomada de posse de Trump, Francisco nomeou para arcebispo de Washington o cardeal Walter McElroy, conhecido pelas suas posições progressistas. Em conferência de imprensa, McElroy chegou a afirmar que as políticas migratórias do Presidente norte-americano eram “incompatíveis com a doutrina católica”. Trump não se ficou e escolheu o conservador Brian Burch, presidente do CatholicVote, para assumir o cargo de embaixador no Vaticano. Além de ter sido determinante no apoio dos católicos à candidatura de Trump, Burch defendeu muitos dos cortes de ajuda externa que têm vindo a dificultar a atuação no terreno das organizações religiosas de cariz social e humanitário.A dias do conclave que elegerá o novo pontífice, com início marcado para o próximo dia 7 de maio, há especialistas da área das relações internacionais que interpretam a curta visita de 20 de abril de JD Vance, convertido ao catolicismo já adulto, como uma tentativa por parte de Roma no sentido de amenizar as tensões com os EUA. Recorde-se que, quando a saúde do Papa Francisco começou a piorar, fontes bem informadas do Vaticano alertaram para os perigos da desinformação e, em declarações ao Politico, disseram que a Administração norte-americana já estaria com os olhos postos na eleição do próximo líder da Igreja Católica: “Já influenciaram a política europeia, não teriam problema em influenciar o conclave. Podem andar à procura de alguém menos confrontacional.”
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Simples desconhecidos
Realizados em 2005 e 2013, os dois últimos conclaves duraram apenas dois dias. Quanto ao próximo, o mais provável é vir a demorar mais tempo. “Nós não nos conhecemos”, justificou esta semana o cardeal sueco Anders Arborelius à agência Reuters. Entretanto, o Vaticano também já confirmou que, no conclave que elegerá o sucessor de Francisco, vão participar cerca de 190 cardeais, mas apenas uma centena tem direito de voto (os cardeais com mais de 80 anos já não podem votar).
Durante o seu pontificado, o Papa argentino modificou a natureza do Colégio Cardinalício. A maioria dos cardeais que, neste momento, têm direito de voto foi escolhida por Francisco. Jorge Bergoglio selecionou figuras provenientes de países que nunca tinham estado representados naquele órgão, como é o caso de Myanmar, Haiti, Ruanda e Suécia. Fê-lo com o objetivo louvável de “internacionalizar” e, sobretudo, com a intenção de tornar o conclave menos eurocêntrico, numa altura particularmente sensível para o futuro da Igreja Católica na Europa.
Quando Francisco foi escolhido, em 2013, os cardeais europeus representavam 56%, correspondendo a um total de 60 cardeais. Entretanto, essa percentagem baixou para 39%, com 53 eleitores europeus, 18 africanos (eram 11) e 23 asiáticos (eram 10). Da América do Norte, fazem-se representar 16 (eram 14), da América Latina e da América do Sul são 21 (eram 19) e quatro são originários da Oceânia (era apenas um).
Os portugueses que vão escolher o próximo Papa
Só quatro cardeais lusos têm direito a votar no conclave que vai eleger o sucessor de Francisco
António Marto 77 anos Bispo emérito de Leiria-Fátima Bispo de Viseu e, depois disso, de Leiria-Fátima, é uma das vozes mais reputadas da Igreja portuguesa. Em 2017, recebeu o Papa argentino em Fátima, por ocasião do centenário das aparições e da canonização de Jacinta e Francisco. Foi elevado a cardeal no ano seguinte, em 2018. Já defendeu que o próximo pontífice deve seguir o caminho de abertura de Francisco. “Há sempre os nostálgicos do passado, mas penso que a maioria [dos cardeais] será a favor de alguém que leve para a frente os processos iniciados por Francisco”, afirmou ao jornal Público.
Américo Aguiar 51 anos Bispo de Setúbal É o mais novo dos cardeais portugueses e também irá estrear-se neste conclave. Assume, desde 2023, a diocese de Setúbal, sucedendo a José Ornelas. Comunicador hábil, tornou-se conhecido do grande público por ter presidido a Fundação Jornada Mundial da Juventude, que se realizou em Lisboa, em agosto de 2023. Foi elevado a cardeal ainda nesse ano, em setembro. Já declarou que “a diversidade das proveniências e a multiplicação das nacionalidades” poderão influenciar “as lógicas humanas e as matemáticas” do próximo conclave.
José Tolentino de Mendonça 59 anos Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação Responsável pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, vive desde 2018 no Vaticano, sendo, neste momento, o cardeal português mais bem posicionado na Cúria. Poeta e biblista de formação, começou por orientar um retiro quaresmal do Papa Francisco. Depois, foi escolhido para ocupar o cargo de arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Vaticana na Santa Sé. Em 2019, Francisco elevou-o a cardeal. Entre nós, há quem anseie pela sua eleição, mas é pouco provável: é muito novo, o que em princípio significaria um longo papado.
Manuel Clemente 76 anos Patriarca emérito de Lisboa Patriarca de Lisboa entre 2013 e 2023, foi elevado a cardeal em 2015. Reconhecido por ser um homem de grande craveira intelectual, ganhou o Prémio Pessoa em 2009. Agastado com as questões dos abusos sexuais, terá colocado o seu lugar à disposição, num encontro com o Papa Francisco, em agosto de 2022, mas permaneceu no cargo até ao verão seguinte, ao fim da Jornada Mundial da Juventude. Já se pronunciou sobre o próximo conclave: “A maioria de nós somos criaturas de Francisco e este acaba por ser também um dos seus grandes legados, na medida em que procurou assegurar a continuidade.”
No complexo xadrez da geopolítica mundial, uma das preocupações que Roma tem tido é a de conter a expansão dos evangélicos. Terá sido por esse motivo que Francisco manteve uma convergência estratégica com a Igreja Ortodoxa e com a Rússia até à invasão da Ucrânia. O polémico acordo com a China – que permite que a nomeação dos bispos seja feita pelo próprio Partido Comunista Chinês – também terá sido realizado segundo a mesma lógica: a da expansão da Igreja Católica no continente asiático.
A inexperiência de um número significativo de cardeais pode vir a constituir um problema. Há vaticanistas que consideram que o facto de os cardeais não conhecerem os meandros da Cúria Romana pode vir a torná-los mais vulneráveis a eventuais grupos de pressão. Se o conclave sempre foi lugar de inúmeras conspirações e influências (olhe-se, aliás, para o filme Conclave, de Edward Berger, cujas visualizações aumentaram significativamente após a morte do Papa Francisco), o conclave no atual quadro geopolítico terá, por certo, matéria quanto baste para especulação. De resto, terá sido a pensar nisso que, antes de ser internado, Francisco prolongou o mandato de Giovanni Battista Re à frente do Colégio Cardinalício.
Apesar de já não ter idade para votar, Giovanni Battista Re pode vir a ser uma figura importante nas reuniões que antecedem o conclave, nas quais muitas vezes ficam definidas as grandes tendências. Além disso, Re – que, no último sábado, 26, presidiu a missa das exéquias do Papa Francisco, na Praça de São Pedro – também poderá vir a ser uma peça-chave para garantir o legado de Jorge Bergoglio. Francisco estabeleceu, proferiu Re na homilia, “um contacto direto com cada pessoa e com as populações, desejoso de ser próximo de todos, com uma atenção especial às pessoas em dificuldade, gastando-se sem medida, em particular pelos últimos da Terra, os marginalizados”. E continuou: “Foi também um Papa atento àquilo que de novo estava a surgir na sociedade e àquilo que o Espírito Santo estava a suscitar na Igreja,”
União ou divisão?
De acordo com um porta-voz do Vaticano, a escolha do 7 de maio para dar início ao conclave – durante o qual os cardeais estarão totalmente impedidos de comunicar com o exterior – deve-se ao facto de a data dar tempo suficiente, por um lado, para realizar as missas de Francisco e, por outro lado, para tratar dos preparativos logísticos na Capela Sistina. No entanto, na última segunda-feira, 29, os cardeais já começaram a discutir que perfil deverá ter o pontífice para fazer face aos maiores desafios da Igreja Católica: da evangelização ao diálogo interreligioso, sem esquecer a questão dos abusos sexuais.
Mais importante do que o país de origem do novo Papa (ver caixa No segredo dos deuses), será o seu perfil. Mesmo que tenha feito poucas alterações doutrinais (nomeadamente no que diz respeito aos temas fraturantes das mulheres, dos recasados e dos homossexuais), Francisco não facilitou a vida ao seu sucessor. Carismático, a sua voz fez-se ouvir, na defesa dos valores humanos, do respeito pelo outro, da inclusão e da sustentabilidade do planeta. Foi capaz de chegar não só aos crentes, mas sobretudo aos não crentes, que não se reviam nos dois Papas que o antecederam, João Paulo II e Bento XVI, mais rígidos e tradicionalistas.
Durante os 12 anos do pontificado do Papa Francisco, a ala mais conservadora da Igreja Católica – a classificação é redutora das tensões e dos conflitos do conclave, mas para estes efeitos é útil – também se fez escutar, de forma mais ou menos sonora. Em detrimento da exclusão e da divisão, Bergoglio privilegiou a união do “todos, todos, todos” proferido em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude 2023, como se fosse um slogan publicitário. Promoveu mulheres para cargos importantes dentro da estrutura do Vaticano (como a irmã Simona Brambilla, prefeita do Dicastério para a Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica). Nomeou leigos e leigas para o Sínodo dos Bispos (que, apesar de continuar a chamar-se “dos bispos” deixou de ser apenas “dos bispos”) e afrontou a hierarquia ao devolver aos católicos de todo o mundo a reflexão sobre o futuro da Igreja.
Colégio Cardinalício Vão participar no conclave 190 cardeais, mas apenas uma centena tem direito de voto. Francisco (aqui sepultado na Basílica de Santa Maior) escolheu a maioria
Por isso, há quem diga ser este o principal legado de Francisco – e que dificilmente terá retrocesso, pela forma como foi transmitido. Enquanto uma boa parte do mundo se fechava ao outro e à diferença, enquanto os nacionalismos proliferavam e uma série de líderes políticos apostava na exploração do medo e do ressentimento, o Papa que veio do “fim do mundo” demonstrou ao mundo que “ninguém se salva sozinho” e que “só é possível salvarmo-nos juntos” (encíclica Fratelli Tutti).
Prosseguir nesse caminho de “união” ou recuar – eis a grande questão deste próximo conclave. Há cardeais, como o alemão Gerhard Ludwig Müller, que Francisco destituiu do Dicastério para a Doutrina da Fé, que já começam a espalhar que é preciso “falar sobre a divisão da Igreja hoje”. “Todos os ditadores são divisivos”, disse Müller acerca do Papa argentino. Outros, como o canadiano Michael Czerny, muito próximo de Francisco e responsável pelo Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, acham que “diversidade” é, pelo contrário, a palavra a que se deve dar prioridade. Como se vê, o problema também é, como aliás sempre foi, uma questão de palavra.
No segredo dos deuses
Diz um velho ditado italiano que quem entra Papa, no conclave, sai cardeal. A escolha do novo pontífice é não só a eleição menos transparente de todas como é tambéma menos previsível.Mas nada disto impede a proliferação de listas de papabili
Mario Grech 68 anos Malta Secretário-geral do Sínodo dos Bispos Francisco nomeou-o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, um dos maiores legados do pontífice argentino, e no fundo isso acaba por ser uma vantagem, num conclave em que a maioria dos cardeais não se conhece. Fez algumas declarações a favor da inclusão dos homossexuais, o que lhe valeu a confiança de Francisco, mas também algumas inimizades que, agora, poderão custar-lhe caro.
Peter Erdo 72 anos Hungria Arcebispo de Esztergom–Budapest Elevado a cardeal por João Paulo II, é o nome principal de que se fala do lado conservador, se quisermos adotar a classificação (redutora, mas ainda assim útil) progressistas versus conservadores. Há quem diga que conseguiu estabelecer pontes com Francisco, sendo por isso um candidato de compromisso. Também é visto como um dos pioneiros do Nova Evangelização, movimento que pretende aprofundar a fé católica nos países avançados e mais secularizados.
Matteo Maria Zuppi 69 anos Itália Arcebispo de Bolonha Nascido e criado em Roma, numa família com muitas relações com a Igreja Católica. Preside a Conferência Episcopal Italiana, tendo sido um dos cardeais mais próximos de Francisco. Também está ligado à Comunidade de Santo Egídio, com sede no bairro romano de Trastevere, e ao trabalho com os pobres e os migrantes. Foi o enviado de Francisco à guerra da Ucrânia.
Pietro Parolin 70 anos Itália Secretário de Estado do Vaticano Visto como um candidato de compromisso entre progressistas e conservadores, foi diplomata do Vaticano durante longos anos e, por isso, não tem grande experiência pastoral. No pontificado de Francisco, assumiu as funções de secretário de Estado, sendo o principal arquiteto do acordo sobre a nomeação de bispos na China. Se fosse escolhido, seria o regresso à “velha” tradição de o Papa ser um italiano, depois de João Paulo II, Bento XVI e Francisco.
Joseph Tobin 72 anos EUA Arcebispo de Newark Originário de Detroit, liderou a Congregação dos Redentoristas e, por isso, passou por vários países. Francisco elevou-o a cardeal em 2016 e, posteriormente, a arcebispo de Newark, onde teve de lidar com o caso McCarrick, expulso do sacerdócio após vários escândalos sexuais. Se o Colégio Cardinalício se dispusesse a escolher um Papa norte-americano, Tobin seria uma das hipóteses mais fortes.
Luis Antonio Gokim Tagle 67 anos Filipinas Prefeito do Dicastério para a Evangelização Elevado a cardeal por Bento XVI, Francisco transferiu-o para o Vaticano e atribuiu-lhe o braço missionário da Igreja, o Dicastério para a Evangelização. Tem muitos anos de trabalho pastoral e chegou a liderar a Caritas Internationalis. Por estes dias, já todos sabem que é conhecido como o “Francisco asiático” por causa da maneira como olha para as questões da justiça social.
Peter Turkson 76 anos Gana Prefeito emérito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral Tem origens humildes e muitos anos de experiência pastoral. Elevado a cardeal por João Paulo II, já participou nos conclaves que elegeram Bento XVI e Francisco. O primeiro nomeou-o presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, em 2009. Em 2023, disse à BBC que “rezava” para não ser Papa e os seus opositores viram na declaração uma ação de campanha. Se fosse eleito, seria o primeiro Papa da África subsariana.
Se ainda não conheces o IndieJúnior, está na hora de conhecer porque nesta edição serão exibidos mais de 40 filmes, de vários géneros, em muitos locais diferentes e para todas as idades. E, além de filmes, há outras atividades como oficinas, conversas com realizadores e uma festa que promete ser divertida.
As sessões para ti começam amanhã, sábado, dia 2, e acontecem este fim de semana e no próximo , dias 10 e 11. Mas também há sessões para escolas, por isso, se depois de leres este artigo achares uma boa ideia, podes desafiar o(s) teu(s) professor(es) para irem ao cinema em grupo. As sessões para as escolas realizam-se durante a semana.
Os filmes grandes ou longas-metragens
“Maya, dá-me um título”, de Michel Gondry
Em cinema, falamos em curtas e longas metragens, que são, respetivamente, os filmes de menor duração (alguns podem ter apenas 2 ou 3 minutos, por exemplo) e os mais longos (quando vais ao cinema são esqtes que habitualmente vês).
Na secção das longas metragens destacamos o filme “Maya, dá-me um título”, que tem a duração de 61 minutos. junta a animação de recortes e stop-motion, misturando um pouco de sequências no mundo não animado e real.
O realizador Gondry criou este filme inspirado num aspeto da sua vida: para manter a comunicação com a filha, Maya, que vive noutro continente, ele constrói filmes a partir de ideias que ela sugere, e em conjunto inventam filmes e histórias. 3 maio, sábado, 15h, Cinema São Jorge, Sala 3; 11 maio, domingo, 11h30, Cinema São Jorge, Sala Manoel de Oliveira
Um dia da mãe especial
Para celebrares este dia de uma maneira original, propomos-te as sessões “Cinema na Piscina”, que vão acontecer já este fim de semana, na Piscina da penha de França. Sim, e vai ser como estás a imaginar: em vez de cadeiras, o público vai sentar-se em bóias, dentro de água!
Nestas sessões, que se dirigem a pessoas com mais de 6 anos e têm uma duração de cerca 40 minutos, serão apresentadas várias curtas-metragens, como “A Mamã Tem Sempre Razão”, “Sonhar” e “Até ao Céu Leva Mais ao Menos 15 Minutos”. 3 maio, sábado, 16h30, 4 maio, domingo, 11h30 e 16h30, Piscina da Penha de França
Curtas-metragens
“A Gatinha Guardiã de Pantufas”
As sessões em que são exibidos as curtas-metragens estão divididas por faixas etárias. Ou seja, há sessões para pessoas com mais de 3 anos, mais de 8 e mais de 10 anos. Assim, sabes exatamente quais serão os filmes mais adequados para ti.
Acontecem aos fins de semana, dias 3 e 4 e 10 e 11, de forma a que possas assistir com a tua família sem teres de faltar à escola. Contudo, também há sessões destinadas a turmas, e essas estão divididas por ciclos de ensino. Podes conhecer todos os filmes aqui.
“Móbile”
No IndieJúnior nem sequer os teus irmãos bebés são esquecidos. Na secção “Cinema de Colo”, há filmes para bebés a partir dos 6 meses e até aos 3 anos. São filmes curtinhos, todos com menos de 6 minutos, que vão com certeza chamar a atenção dos mais pequeninos. Dias 3, 4, 10 e 11 maio, vários horários, Cinema São Jorge
Para lá dos filmes…
Como dissemos acima, há várias atividades além dos filmes apresentados. Na oficina “Mutoscópios e Folioscópios Bordalianos”, podes animar desenhos bordalianos e transformá-los em flipbooks usando imagens de animais do universo de Bordalo Pinheiro. No final, cada participante leva para casa o seu trabalho. 3 maio, 10h00, Biblioteca do Palácio Galveias. Inscrição: servicoeducativo@museubordalopinheiro.pt
“Autocarro”
“Animar com uma Realizadora à séria!” é a oficina ideal para descobrires a magia de pôr desenhos, recortes, objectos, em pleno movimento. A realizadora de cinema de animação Sylwia Szkiladz, orienta esta oficina e partilha algumas das suas técnicas e ideias para criar os seus filmes. Podes ver filme “Autocarro”, de Sylwia Szkiladz, na sessão Curtas +10 (dias 4 e 10 maio, Cinema São Jorge). 11 maio, 10h00, Biblioteca Palácio Galveias, 8/12 anos. Bilhetes à venda, €8,5
Para terminar em beleza, não te esqueças da Festa ao Ar Livre, em que todos são bem vindos. Entre todas as diversões da tarde destacamos um concerto de uma banda que toca pop rock português e um coro de miúdos como tu.
Na festa também vais encontrar a Biblioteca Itinerante da Câmara Municipal de Lisboa e poderás participar nas oficinas da editora Orfeu Negro, da Gleba Moagem e Padaria e do Museu Bordalo Pinheiro, entre outras atividades.
Descobre todos os filmes, atividades e horários aqui.
As listas provisórias de ordenação de candidatos foram publicadas esta semana, iniciando-se esta sexta-feira o período destinado a reclamações, que se prolonga até ao dia 8. A Fenprof saúda como positiva a data em que os dados são conhecidos este ano, face aos anteriores (23 de maio, em 2024, e 20 de junho, em 2023), mas considera que fica demonstrado que a falta de professores se arrastará pelo ano letivo 2025-2026.
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Em comunicado, a federação lembra que “sem valorização da profissão e da carreira docente, os milhares que abandonaram não regressarão”.
O concurso, sublinhou a estrutura, conta com 33.050 candidaturas em concurso interno (docentes que já são dos quadros e pretendem mudança para outro quadro ou outro grupo de recrutamento) e 36. 328 candidaturas em concurso externo, “vinculação obrigatória de docentes contratados e outros candidatos com habilitação profissional”, estas últimas apresentadas por cerca de 25.500 candidatos.
No concurso interno, a Fenprof destacou como preocupante o número de docentes que pretende sair do 1º Ciclo, “mais de 1800”, assim como da Educação Especial (242), dois grupos em que a falta de professores é “muito significativa”.
“Sendo verdade que o 1.º Ciclo tem um elevado número de candidatos (acima de 7.000), também se sabe que estes candidatos são os que, em maior número, concorrem, simultaneamente, para grupos de outros níveis de ensino”, alertou a Fenprof.
Já na Educação Pré-Escolar, no concurso externo, regista-se “o maior número de candidatos de todos os grupos de recrutamento”, quase 7.900.
Para a Fenprof, o Governo está a promover “um erro tremendo”, ao não alargar a rede pública de jardins de infância, “apostando em contratos de associação com privados que têm cada vez maiores dificuldades em conseguir profissionais qualificados”.
No concurso externo, 7.646 docentes estão integrados na primeira prioridade, ou seja, são docentes abrangidos pela designada “norma travão” ou pela “vinculação dinâmica”, mecanismos previstos no regime de concursos aprovado em 2023.
Ainda segundo a análise da Fenprof, os novos candidatos, ou seja, docentes que não têm 365 dias de serviço nos últimos seis anos, são 20.996, para os quais “dificilmente haverá vaga para ingresso em quadro”.
Ao próximo Governo, a prioridade reivindicativa a apresentar pela Fenprof será a revisão do Estatuto da Carreira Docente, processo que, na opinião da federação sindical, “não poderá ser adiado para 2027 ou mais tarde ainda”.
A Joby Aviation deu mais um passo importante para o objetivo de lançar comercialmente táxis aéreos. A empresa norte-americana anunciou ter concluído com sucesso uma das manobras mais complexas no processo de certificação: a transição de voo vertical para voo horizontal, e de regresso, com um piloto a bordo.
O teste decorreu a 22 de abril, nas instalações da Joby em Marina, Califórnia, e foi conduzido por James “Buddy” Denham, piloto de testes-chefe da empresa e antigo engenheiro do programa do caça F-35B. Desta vez, no entanto, a missão não envolveu caças supersónicos, mas sim o N544JX — uma aeronave elétrica de descolagem e aterragem vertical (eVTOL), concebida para transportar até quatro passageiros a velocidades de cerca de 322 km/h, com um nível de ruído significativamente inferior ao de um helicóptero tradicional.
O feito marca um progresso importante na certificação da aeronave junto da Administração Federal de Aviação (FAA), a autoridade que regula a aviação civil nos Estados Unidos. A certificação da FAA é um processo exigente que assegura que qualquer aeronave cumpre todos os requisitos legais e técnicos para voar em segurança. Inclui diversas fases, como a certificação de tipo (que valida o projeto da aeronave) e a autorização para inspeção de tipo (TIA), na qual os próprios inspetores da FAA realizam voos a bordo para avaliar diretamente o desempenho e a fiabilidade do aparelho antes de este poder ser usado para transporte comercial de passageiros.
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A Joby prevê concluir a fase de testes ainda em meados de 2025. A primeira operação comercial poderá arrancar no Médio Oriente, antes de chegar ao mercado dos EUA, de acordo com o site Gizmodo.
“Conceber e pilotar uma aeronave capaz de transitar perfeitamente entre voo vertical e voo de cruzeiro tem sido, há décadas, um dos maiores desafios da engenharia aeroespacial”, afirmou James Denham em comunicado. “A aeronave comportou-se exatamente como esperado, com excelente capacidade de manobra e baixa exigência para o piloto.”
Com mais de 64 mil quilómetros de testes de voo acumulados e centenas de transições bem-sucedidas entre modos de voo, a Joby continua a realizar voos com piloto a bordo para validar o desempenho do seu modelo. A empresa recebeu uma certificação inicial da FAA em 2022, mas só após completar os testes TIA é que poderá operar comercialmente.
Apesar de ainda restarem alguns obstáculos, incluindo testes adicionais no Médio Oriente, a Joby acredita estar perto de colocar os táxis aéreos elétricos a operar nos céus norte-americanos.
A partir da próxima segunda-feira, 5 de maio de 2025, o WhatsApp deixará de funcionar em iPhones que não tenham atualizado sistema operativo para a versão iOS 15.1 ou uma versão mais recente. A decisão afeta utilizadores de modelos mais antigos da Apple, como o iPhone 5s, iPhone 6 e iPhone 6 Plus que ficaram limitados a versões anteriores do sistema operativo, como o iOS 13 e 14.
A informação foi confirmada pela própria empresa na sua Central de Ajuda, onde se pode ler: “A partir de 5 de maio de 2025, só a versão 15.1 do sistema operativo iOS ou posteriores vão ser compatíveis”.
Quem utiliza um iPhone mais antigo e não tem possibilidade de atualizar para uma versão compatível deixará de conseguir aceder à aplicação. Para continuar a usar o WhatsApp, os utilizadores terão de atualizar o sistema operativo, caso o modelo do iPhone o permita, ou transferir a conta para um dispositivo mais recente.
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Esta alteração insere-se na política habitual da empresa de encerrar gradualmente o suporte a versões mais antigas de sistemas operativos, com o objetivo de garantir maior segurança, desempenho e compatibilidade com novas funcionalidades.
O VOLT Live é um programa/podcast semanal sobre mobilidade elétrica feito em parceria com a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE).
No Centro de Produção Stellantis de Mangualde fabricam-se veículos comerciais ligeiros e de passageiros. Mais concretamente os modelos Peugeot Partner/Rifter, Citroën Berlingo/Berlingo Van, Opel Combo/Combo Cargo e o Fiat Doblò. Carros de grande sucesso comercial, já que é o grupo Stellantis que lidera o mercado neste segmento.
Além das versões com motor de combustão, que ainda representam a maioria da produção, esta unidade industrial produz as versões 100% elétricas dos modelos referidos: Citroën ë-Berlingo e ë-Berlingo Van, Fiat e-Doblò, Opel Combo-e e Peugeot E-Partner e E-Rifter. A produção das variantes 100% elétricas iniciou-se em outubro de 2024, depois de um investimento de 119 milhões de euros. O que tornou esta a primeira, e até agora única, fábrica em Portugal com produção em série de carros 100% elétricos.
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Motivos mais que para comemorarmos o episódio 101 do podcast e videocast VOLT Live no Centro de Produção Stellantis de Mangualde, onde conversámos com Múcio Brasileiro, diretor geral da fábrica, e Rui Oliveira, diretor de montagem, que nos explicaram todos os pormenores e objetivos desta unidade, que planeia chegar ao carro número 2 milhões já em 2026.
Recorde-se que esta unidade de produção tem mais de 60 anos de história, começando por ser uma fábrica da Citroën. Aqui se produziram vários ícones da marca francesa, como o ‘boca-de-sapo’ (Citroën DS), o Citroën AMI original ou o Citroën Méhari. Outra curiosidade: foi da fábrica de Mangualde que saiu o último Citroën 2CV produzido pela marca francesa.
Por tudo isto, apesar de o VOLT Live ser, habitualmente, produzido como podcast, desta vez vale a pena ver e ouvir, ou seja, assistir a este episódio especial no formato Videocast.
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