Herbert Diess, CEO da Volkswagen, alertou numa reunião de supervisão que um atraso da empresa nos carros elétricos pode vir a custar 30 mil postos de trabalho, na medida em que rivais, como a Tesla, estão a acelerar e a entrar na Alemanha. A empresa americana quer produzir 500 mil carros por ano com os seus 12 mil trabalhadores na fábrica alemã, enquanto a Volkswagen emprega 25 mil funcionários e irá produzir ‘apenas’ 700 mil unidades na fábrica de Wolfsburgo.
Um porta-voz da Volkswagen confirmou que a entrada da Tesla e de outros fabricantes, nomeadamente chineses, assinala a urgência da transição para os elétricos, mas rejeita que tenham sido feitos cálculos de quantos postos de trabalho se perdem caso isso não aconteça rapidamente. “Não há dúvida de que temos de endereçar o tema da competitividade na nossa fábrica de Wolfsburgo, à luz da entrada de novos concorrentes (…) A Tesla está a definir o novo padrão de produtividade e escala em Grunheide”, assume Michael Manske à Reuters, referindo-se à fábrica que a Tesla está a construir em Berlim e que deve ter capacidade de produzir entre cinco e dez mil carros por semana.
Do lado dos trabalhadores, os representantes do maior grupo de trabalhadores não comentaram o tema, enquanto o porta-voz de um sindicato da Saxónia refere que os “cortes estão fora de questão”.
Além da questão de o atraso para a eletrificação poder custar postos de trabalho, há que considerar outras análises que mostram que como os carros elétricos têm menos peças e exigem menos trabalhadores para serem produzidos, possam vir a custar o emprego a mais de 100 mil trabalhadores até 2025 em todos os fabricantes.