Com Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Timothée Chalamet, Melanie Lynskey e ainda um papel pequeno para Ariana Grande, Não Olhem para Cima é uma espécie de Paris Saint-Germain dos filmes. E só lhe faltaria mesmo um Cristiano Ronaldo – que seria talvez o equivalente a George Clooney ou Anthony Hopkins – para superar a extravagância. Mas, tal como acontece com a equipa francesa, não ganha todos os jogos. Não Olhem para Cima não será o melhor filme do ano, e aguarda-se com expectativa qual será o seu desempenho nos Oscars.
Certo é que ética e socialmente é relevante e funciona como um novo grito de alerta para a necessidade de ouvir os cientistas e salvar o planeta. No filme, a ameaça é um meteoro gigante que se dirige para a Terra, e cujo impacto significa a extinção da vida como a conhecemos. Este corpo invasor pode e deve ser entendido como uma metáfora para o apocalipse ambiental.
Depois do cinema, o filme estreia-se na Netflix a 24 de dezembro
Em Não Olhem para Cima, o mundo – dos governantes aos vulgares consumidores de reality shows – anda demasiado distraído com o poder político, económico, mediático e as futilidades quotidianas para perceber o que realmente se está a passar. Nem a Presidente, nem os noticiários sabem bem como e onde encaixar o fim do mundo na sua agenda.
O filme investe nessa crítica social, abordando o drama sem nunca tirar um pé da comédia. Há reminiscências óbvias de Dr. Estranhoamor, de Kubrick – basta olhar para as personagens de Peter Isherwell e do coronel Ben Drask. Mas às tantas também parece fazer a fusão de Kubrick com um filme menor, como Manobras na Casa Branca, de Barry Levinson. Não obstante, Leonardo DiCaprio está em grande e Meryl Streep não sabe estar de outra forma.
Não Olhem para Cima > De Adam McKay, com Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Timothée Chalamet, Melanie Lynskey, Meryl Streep, Cate Blanchett > 104 minutos