1. Loulé Jazz, Loulé
Costuma dizer-se que as crises criam novas oportunidades e parece ser esse o caso na presente edição do Loulé Jazz, cujo cartaz pode representar o início de “uma nova vida” para o festival português “com o maior número de edições realizadas”, como explicou à VISÃO o pianista e diretor artístico Mário Laginha, ele próprio com raízes na cidade algarvia. “Devido à dificuldade em contratar artistas estrangeiros, por causa da pandemia, deixámos cair a palavra ‘internacional’ do nome do festival e virámo-nos para dentro, com o objetivo de fazermos uma grande festa do jazz português, que vive atualmente um dos seus melhores momentos”, explica. Outra razão, sublinha, “teve que ver com o facto de muitos artistas terem ficado sem trabalho neste último ano e meio”.
O festival começa já nesta quinta, 29, com a atuação do Zé Eduardo Trio e do Trio João Frade, continuando na sexta, 30, com o Sax Ensemble de Pedro Moreira e o concerto de Maria João com o Quarteto de Carlos Bica. No sábado, 31, sobe ao palco o Trio de Miguel Meirinhos e o Eduardo Cardinho Quinteto. Para concluir, no domingo, 1 de agosto, toca o Bernardo Moreira Sexteto, que apresenta o recém-editado trabalho Entre Paredes, dedicado a Carlos Paredes, e o Trio de Jazz de Loulé, literalmente a jogar em casa.
Apesar da boa amostra sobre o atual momento do jazz português que o cartaz desta 26ª edição revela, esta montra acaba por ser igualmente redutora, pois “ficaram muitos mais de fora”, como reconhece Mário Laginha. Isso levou o pianista e programador a apresentar um projeto à câmara e à Casa da Cultura de Loulé para, no futuro, assumir o festival como a grande festa do jazz português. Tal não significa, claro, que o mesmo passe a ser fechado a grandes nomes internacionais, como aliás se comprova já este ano, com a presença do lendário saxofonista espanhol Jorge Pardo, antigo companheiro de nomes como Paco de Lucía ou Chick Corea, convidado do Trio João Frade, ou do saxofonista inglês Julian Argüelles, que tem uma participação especial no concerto do Trio de Jazz de Loulé. Cerca do Convento do Espírito Santo > R. Vice Almirante Cândido dos Reis, Loulé > 29 jul-1 ago, qui-dom 20h30 > €12,50
2. Jazz em Agosto, Lisboa
Ao contrário do que é habitual, os concertos acontecem, este ano, dentro de portas, devido às obras no jardim da Gulbenkian, mas o cartaz mantém-se à altura dos pergaminhos da história de um dos mais antigos e conceituados festivais de jazz em Portugal. O Jazz em Agosto prolonga-se até ao dia 8, com a presença de alguns nomes grandes, nacionais e internacionais, como é o caso dos luso-germânicos Ikizukuri (31 jul), dos norte-americanos Broken Shadows (30 jul), do supergrupo escandinavo Fire! (1 ago), do português Pedro Moreira e respetivo Sax Ensemble (5 ago), do quarteto do norte-americano James Brandon Lewis (6 ago), dos portugueses Anthropic Neglect (7 ago) e dos italianos Roots Magic (8 ago). Fundação Gulbenkian > Av. de Berna, 45A, Lisboa > T. 21 782 3000 > 29 jul-8 ago, qui-dom 18h, 20h > €5 a €65 (passe)
3. Porto Blues Fest, Porto
Os blues estão de volta aos Jardins do Palácio de Cristal com dois dias de concertos que começam neste sábado, 31, dia em que sobem ao palco os portugueses Dog’s Bollocks, o supergrupo Guitar Fest Summit – um projeto de homenagem aos melhores guitarristas de blues nacionais e no qual, além do responsável pela curadoria, Budda Guedes, vão participar João Cabeleira (Xutos & Pontapés), Frankie Chavez e Vítor Bacalhau – e outro grupo português, o Delta Blues Riders, com a cantora norte-americana Trudy Lynn. Para domingo, 1 de agosto, estão guardadas duas das propostas mais fortes deste género musical em Portugal atualmente: Kiko & The Blues Refugees e Budda Power Blues & Maria João, ambos com discos editados este ano. Jardins do Palácio Cristal > R. de Dom Manuel II, Porto > 31 jul-1 ago, sex-sáb 17h > grátis