A conversa devia fazer-se em francês, no entanto foi em inglês que nos entendemos com Adeila de la Fouta, para ficarmos a saber sobre a chegada desta marselhesa e do marido, Numa, à Rua Passos Manuel, onde abriram o Mabiche Pizza. Sem conhecerem Lisboa, instalaram-se há dois anos em Arroios, a freguesia mais multicultural da cidade, e daqui já não saíram. “Não tínhamos família nem amigos por cá”, conta Adeila. A localização do restaurante foi fruto do acaso, mas tem uma justificação. “É uma rua larga, ladeada de árvores, muito verde. Há vida à volta, é um sítio dinâmico. Era isso que nós procurávamos.” As pizzas servidas no Mabiche já ganharam fama: são mais estaladiças do que as napolitanas e as romanas, e só levam ingredientes frescos – a mozarela e a burrata são produzidas no Sul de Portugal com leite italiano. A massa, feita na casa, repousa no mínimo 24 horas e leva apenas quatro ou cinco minutos a cozer, no forno rotativo, de marca italiana.
Um pouco mais à frente, em direção ao Jardim Constantino, também se cose, mas com linhas, as licras italianas com que Mariana Silva, 26 anos, faz os biquínis e os fatos de banho da Aumar Swimwear “que vestem mulheres reais”. O nome, Aumar, está escrito noutra loja desta rua. “É do meu avô que trabalha aqui há 50 anos”, diz Mariana. O negócio de Alberto Reis, 82 anos, faz-se entre eletrodomésticos, lâmpadas e afins; o de Mariana gira à volta das coleções de roupa de banho, produzidas com padrões exclusivos. A separá-los estão apenas cinco portas. Além do contacto diário com o avô, Mariana destaca a boa vizinhança. “Há entreajuda, conhecemo-nos todos uns aos outros, eu gosto disso.”
Quem é cliente d’O Vitral, no número 126, também sabe que há laços familiares neste restaurante, onde uma das especialidades é o leitão assado, servido à terça-feira (ou por encomenda, nos restantes dias da semana). “No tempo mais frio, assamos mais vezes”, diz Leonor Santos que com o marido, Manuel Esteves, exploram O Vitral desde 2006. Na ementa, há ainda peixe fresco, fondues e nacos na pedra. A casa tem uma história curiosa: o vitral que decora uma das paredes foi construído aos poucos por um cliente do restaurante, no tempo em que se chamava A Joaninha. “Quando o comprámos, estava muito degradado, incluindo o vitral. Ainda pensámos em retirá-lo”, conta a proprietária.
Percorrer a pé estas ruas é fazer uma viagem à volta do mundo. Na Pascoal de Melo, já depois de se cruzar a Avenida Almirante Reis, fica o Grande Palácio Hong Kong que, há mais de dez anos, é morada certa para os apreciadores da verdadeira cozinha cantonesa, principalmente da comunidade chinesa, que aqui vêm por causa de especialidades como o bolo de nabo, os rolos de farinha de arroz recheados ou os minipães de carne e de legumes cozidos a vapor. Também aqui se serve pato à Pequim – “muito pedido”, diz uma das funcionárias –, assim como pratos com peixe e marisco e a massa de arroz larga, “que só se encontra aqui”, garante. Ali perto, num registo muito diferente, está o Las Vegan, na Rua Cavaleiro de Oliveira, que aposta nos hambúrgueres para comer no prato e nas saladas. “Tudo vegan e confecionado, sempre que possível, com produtos nacionais e biológicos”, explica Ricardo Macedo, um dos sócios da casa.
Entre ruas, vilas e calçadas, o bairro que se estende pelas laterais da Avenida Almirante Reis é uma caixinha de surpresas. O Covil, o bar medieval, inspirado na cultura lusitana e celtibera, que Margarida Malheiros e Rui Bajouca abriram, este ano, é uma delas. Está agora na Rua de Arroios, mas a primeira morada foi na calçada com o mesmo nome. “Este espaço é maior, ainda não está terminado. O piso inferior está a ser preparado para receber música ao vivo”, revelam os proprietários. O Covil abre ao fim da tarde, e o convívio faz-se ao som de uma playlist de sons folk e celta, com um copo de hidromel na mão, a bebida especial da casa, servida também à pressão, e com festas onde se celebra esta cultura.
À volta do Mercado de Arroios
É ao fim de semana, em torno do Mercado de Arroios, que mais se notam as mudanças na zona entre a Praça do Chile e a Alameda Dom Afonso Henriques. Remodelado em 2017, o mercado ganhou novos inquilinos, além das bancas tradicionais de fruta e de legumes. Na sua maioria são restaurantes, como a Tasca do Mercado, que aposta no bife à Marrare, nos peixinhos da horta e nas pataniscas de bacalhau, ou o Mezze, projeto de inclusão e de integração de refugiados sírios, criado pela Associação Pão a Pão, que serve gastronomia do Médio Oriente. A cozinha está entregue a uma família síria, mas a equipa também inclui eritreus, iraquianos e palestinianos.
Na ementa há cinco menus, cada um com quatro pratos, entre os quais o kibbeh nayyah, um bolinho de bulgur com tomate, pasta de pimento vermelho e xarope de romã, e o kezbaryat, umas batatas salteadas com coentros e alho, sugestões novas da carta. “Há muita gente que vem jantar, principalmente à sexta e ao sábado”, conta Joana Amado, proprietária da cafetaria/restaurante Os Papagaios, vizinho do mercado, na Rua Lucinda Simões. Envolvida, desde o início, no projeto da Associação Pão a Pão, Joana foi percebendo que o bairro estava a crescer. “Há pessoas que saíram de outros lados da cidade e vieram para aqui, ou porque se viram obrigadas ou porque aqui é mais barato.”
A funcionar desde março, Os Papagaios é um sítio novo, mas tem memória – o nome ficou do anterior negócio, ainda recordado com algum saudosismo pelos residentes mais antigos. Além do brunch, é imprescindível provar as espetadas afegãs, o prato mais pedido, ou o ossobuco e o ensopado, propostas de fim de semana. Joana Amado faz questão de comprar o bacalhau, a fruta, os legumes e os enchidos no mercado. O pão de fermentação lenta também vem de lá, da padaria Terrapão. “É uma questão de princípio, quase política. O mercado está mais dinâmico por fora do que por dentro, onde há bancas vazias. É preciso aproveitar os novos residentes e quem abriu negócios, dando-lhes alternativas, por exemplo, com bancas de produtos biológicos”, defende. À volta, ainda se encontra algum comércio tradicional, mas há lojas que fecharam, como a mercearia A Samaritana que, agora, podia ser vizinha do O’Malta Bistro Bar, da holandesa Sylvia Hink e do português Orlando Malta. Lugar para apreciadores de vinho, de pequenos produtores, e de cerveja artesanal, guarda um segredo: uma deliciosa tarte de maçã, receita holandesa, a que é quase impossível resistir. Leve companhia, divida uma fatia e dê dois dedos de conversa – o O’Malta nasceu para isso.
Colina acima, rua abaixo
Numa ponta de Arroios, onde a freguesia toca a colina da Graça, Daniel Abrantes e Aleksey Vitebsky abriram, em agosto, a cafetaria-galeria-loja Curva. Fica num rés do chão, a meio da Rua Damasceno Monteiro, perto da entrada superior do Mercado do Forno do Tijolo – e a poucos passos da Tigers at Play, uma loja de vestuário de criança, aberta em março passado, que aposta em peças funcionais, feitas com materiais resistentes às brincadeiras. A Curva é um sítio bonito e amplo, com paredes brancas, mobiliário simples e plantas que dão um toque de cor. Em 200 metros quadrados, “pode-se fazer muita coisa”, diz Daniel. “Temos um café de especialidade do Brasil (torrado em Lisboa), sanduíches abertas (de presunto e burrata; queijo de cabra e figos), feitas com o pão da padaria artesanal Terrapão. Mas também somos uma galeria [está patente a exposição de fotografia Neptuno, de André Picardo] e uma loja de produtos portugueses, com bolachas, licores, vasos em terracota, catos…”
Numa freguesia com 57 quilómetros de ruas, esta é uma artéria com pouco movimento pedonal, no entanto Daniel acredita que “projetos deste tipo também ajudam a atrair pessoas”. É isso que tem acontecido, com a chegada de novos negócios. Na Rua Febo Moniz, do outro lado da Almirante Reis, o Fauna & Flora aproveitou o piso térreo do LACS, um cowork dedicado às indústrias criativas, para abrir, em julho, a sua segunda cafetaria. Todos os dias, pela hora do almoço, é ver formar-se a fila à porta. A freguesia é grande, tem mais de dois quilómetros quadrados de área, e de bairro em bairro – são quatro: Andrade, dos Açores, das Colónias e de Inglaterra –, percebem-se as diferenças: nos hábitos, no tipo de comércio e na arquitetura, uma mistura de Art Déco com Modernismo.
É quase a chegar ao Intendente que mais se nota a diversidade cultural de Arroios. Evgeny Zakharov, russo, 32 anos, acaba de abrir um bar de cerveja artesanal, na Rua Andrade. Chamou-lhe Sputnik, “uma palavra russa muito conhecida”, justifica Evgeny, que apostou num bar simples para dar destaque às 12 torneiras de cerveja artesanal à pressão e às cerca de 150 referências em lata e em garrafa. “Queremos dar a conhecer coisas novas, aos turistas e aos lisboetas; há muito alojamento local e muitas pessoas.”
A curta distância, instalou-se, em abril, a Cortiço & Netos, vinda do bairro da Mouraria, onde teve de deixar aquela que foi a sua primeira loja. A coleção de azulejos portugueses, proveniente de linhas descontinuadas e de restos, que o fundador, Joaquim José Cortiço, reuniu ao longo de mais de 40 anos, está agora exposta no número 37 da Rua Maria Andrade. À frente do negócio estão os netos Tiago, João e Ricardo. Já Vasco Monteiro, 35 anos, tem uma loja de calçado e de acessórios veganos, na Rua Maria, inspirada num projeto que descobriu em Nova Iorque. “Sou vegano e sempre fui muito vaidoso e preocupado com a imagem”, confessa. “Sentia falta de um sítio com calçado e acessórios que aliasse o veganismo à moda.” Na Couve, assim se chama a loja, Vasco vende sapatos, ténis, cachecóis, mochilas, meias, gorros, de marcas como a Verney, Lefrik, La Mona Lila ou Duuo. “Tudo com pinta, confortável e com uma estética que agrada a quem gosta de moda mas não quer abdicar dos seus ideais.”
Na Rua Forno do Tijolo, que separa os bairros Andrade e das Colónias, também há bons motivos para se fazer uma paragem: os gelados da Fábrica do Gelado, os livros infantis da It’s a Book, as camisolas do Armazém das Malhas e as coxinhas de jaca, do Moko Veggie Café, aberto há pouco mais de um ano. É também a esta zona que muita gente vem, de candeeiro debaixo do braço, à procura de um milagre. O destino é o Hospital dos Candeeiros, a funcionar na Rua Palmira desde 1960, que continua a restaurar peças de iluminação e a vender abajures antigos, fruto do acervo recolhido ao longo dos anos por Maximiliano Rola. Os filhos, Messias e Eugénia Rola, são os guardiões deste tesouro, ainda com a ajuda da mãe, Maria Gabriela. Laços familiares que dão memória a este grande bairro lisboeta, onde cabe o mundo.

A livraria It’s a Book
Mário João
Um festim de livros
Duas livrarias, uma de cada lado da Avenida Almirante Reis, alimentam o gosto pela leitura
As paredes brancas são a melhor tela para as dezenas de livros que pintam de tons coloridos e desenhos a It’s a Book, no bairro Andrade, na zona dos Anjos. A livraria, um projeto de António Alves, serve, desde o final de 2016, livros aos mais pequenos mas também a adultos que não perdem uma história bem contada e ainda mais bem ilustrada. Nas prateleiras, recheadas de literatura infantojuvenil, saltam à vista os títulos em várias línguas: português, espanhol, inglês, italiano, francês e até em idiomas menos usuais. Há livros de editoras nacionais, como a Planeta Tangerina e a Orfeu Negro, álbuns ilustrados de artistas estrangeiros, edições independentes e de autor. Todos os meses, a It’s a Book tem uma programação de oficinas, com temas que andam sempre à volta da produção do livro infantil.

Livraria Tigre de Papel
António Bernardo
Do outro lado da Avenida Almirante Reis, no coração de Arroios, está a Livraria Tigre de Papel, também de portas abertas desde 2016. Aqui, a promoção da leitura faz-se com edições novas e usadas, porque um bom livro é intemporal e há sempre um leitor para determinado exemplar. A oferta é diversificada, com títulos que abordam temas tão diversos como ficção, teatro, sociologia, literatura infantil e pequenas edições, incluindo as da Tigre de Papel. Material escolar, como mochilas, cadernos, lápis, dossiers e os manuais também têm lugar na livraria (pode levá-los plastificados, está disponível este serviço). Uma programação cultural, preenchida com lançamentos, oficinas, conversas, workshops e sessões de leitura, dá vida ao pequeno auditório da Tigre de Papel, que é também um ponto de encontro.
It’s a Book > R. Forno do Tijolo, 30, Lisboa > T. 91 458 7805 > ter-sex 12h30-19h30, sáb 11h-18h > Livraria Tigre de Papel > R. de Arroios, 25, Lisboa > T. 21 354 0470 > seg-dom 10h-20h
Esta avenida deu um filme
A Almirante Reis, antiga Avenida D. Amélia, está cheia de História e de histórias para contar, desde as movimentações republicanas de 1910 até ao seu presente cosmopolita em que convivem dezenas de culturas diferentes. Renata Sancho teve a perspicácia de perceber o potencial cinematográfico da avenida, e conta-o no documentário Av. Almirante Reis em Três Andamentos. Já não foi a tempo de se estrear no Império, nem sequer no Londres, mas passou no City Alvalade, que também não está assim tão longe.
Como o título indica, o filme divide-se em três partes, correspondentes a diferentes épocas. Mas o melhor está logo no pré-genérico. Renata desencantou um arquivo dos anos 80, onde somos convidados a percorrer a avenida de uma ponta à outra, do cimo de um autocarro de dois andares. Em off, conta-se a história de Cândido dos Reis, almirante e patrono da rua, herói e mártir da I República, que deu um tiro na cabeça na véspera do golpe, convencido de que este tinha fracassado.
Através de uma recolha fotográfica e de arquivos de jornais, mostra-nos, de seguida, a avenida republicana, de manifestos e reuniões. E, logo depois, oferece-nos uma deliciosa reportagem da RTP na bilheteira do Império. O pós-25 de Abril, nas imediações da Alameda, é feito de filmagens sem som, como quem afirma que as imagens valem por si só. E, finalmente, o terceiro andamento, com os mundos que ali se cruzam nos nossos dias, das lojas tradicionais às comunidades. É aqui que o guião se desengonça e não chega ao fundo da sua enorme riqueza e diversidade sociocultural. Enfim, tenta ir longe, mas não chega ao fundo da avenida. Manuel Halpern
MORADAS
COMER
Curva
R. Damasceno Monteiro, 108D, Lisboa > T. 93 902 4924 > qua-sáb 10h-20h, dom 10h-17h
Fauna & Flora
R. Febo Moniz, 27A, Lisboa > T. 92 668 4312 > seg-dom 9h-19h
Grande Palácio Hong Kong
R. Pascoal de Melo, 8, Lisboa > T. 21 812 3349 > seg-dom 12h-24h
Las Vegan
R. Cavaleiro de Oliveira, 53B, Lisboa > T. 21 247 7447 > ter-sáb 12h30-16h, 19h-22h30
Mabiche Pizza
R. Passos Manuel, 9, Lisboa > T. 21 134 7793 > seg-dom 12h-15h, 19h-23h
Mezze
Mercado de Arroios > R. Ângela Pinto, 40D, Lisboa > T. 21 249 4788 > ter-sáb 12h-24h
Moko Veggie Café
R. Forno do Tijolo, 29D, Lisboa > T. 92 025 9087 > seg-sex 9h-20h, sáb 9h-19h
O’Malta Bistro Bar
R. Carvalho Araújo, 24, Lisboa > T. 92 436 6173 > ter-sáb 15h-24h
O Vitral
R. Passos Manuel, 126E, Lisboa > T. 21 354 5061 > seg-sáb 12h-15h, 18h30-23h
Os Papagaios
R. Lucinda Simões, 13, Lisboa > T. 21 151 6099 > ter-sáb 9h-17h
Strómboli
Na nova geladaria de Arroios há gelados artesanais, produzidos a partir da receita do avô de um dos fundadores, waffles, torta gelada, crepes e batidos. R. Pascoal de Melo, 66C, Lisboa > T. 21 151 2540 > seg-dom 13h-19h
Tasca do Mercado
Mercado de Arroios > R. Ângela Pinto, 40D, Lisboa > T. 21 245 2684 > ter-sáb 11h-15h, 19h30-24h
Terrapão
Mercado de Arroios > R. Ângela Pinto, 40D, Lisboa > ter-sáb 9h-19h, dom 10h-16h
The Pizza Wizard
Serve pizzas com ingredientes como carne de porco desfiada, e caipirinhas, feitas com cachaça artesanal. Tem take-away. R. Andrade, 71, Lisboa > seg-sáb 18h30-23h30
SAIR
O Covil
R. de Arroios, 58B, Lisboa > T. 91 453 7011 > ter-sáb 18h-2h
Sputnik Craft Beer Bar Lisbon
R. Andrade, 41, Lisboa > seg-qui 16h-14h, sex-sáb 16h-2h
COMPRAR
Armazém das Malhas
Fundada em 1941, continua a laborar pelas mãos do neto do fundador. Vende peças de lã, algodão e malhas de qualidade, produzidas em Portugal. R. Forno do Tijolo, 50A, Lisboa > T. 21 814 5034 > seg-sex 10h-13h, 15h-19h, sáb 10h-13h, 15h-17h
Aumar Swimwear
R. Passos Manuel, 98B, Lisboa > T. 21 607 7679 > seg-sex 11h-13h, 14h-19h
Cortiço & Netos
R. Maria Andrade, 37D, Lisboa > T. 21 136 2376 > seg-sáb 10h-13h, 14h-19h
Couve Vegan Shoes & Goods
R. Maria, 47A, Lisboa > T. 21 812 1057 > ter-sex 12h-19h30, sáb 10h30-19h30
Hexágono
Desde 1989 que é morada certa para quem procura mobiliário vintage dos anos 50 aos 80.
R. D. Estefânia, 21A-B, Lisboa > T. 21 357 9342 > seg-sex 10h-13h, 14h-19h, sáb 11h-14h
Hospital dos Candeeiros
R. Palmira, 35C, Lisboa > T. 21 814 6989 > seg-sex 9h-13h, 15h-19h, sáb 9h-13h
Tigers at Play
R. Damasceno Monteiro, 104C, Lisboa > T. +44 7931 280 063 > qua-sex 11h-18h, sáb 11h-15h