Um novo estudo publicado na revista médica da Associação Americana do Coração aponta que, nos últimos vinte anos, o número de mortes provocadas por problemas cardíacos associados à obesidade triplicou.
“O número de pessoas com obesidade está a aumentar em todos os países do mundo. O nosso estudo é o primeiro a demonstrar que a obesidade se está a traduzir num aumento das mortes por doença cardíaca”, explica a cardiologista Zahra Raisi-Estabragh, no comunicado de imprensa divulgado pela Associação Americana do Coração.
Foram analisados dados de aproximadamente 280 mil pessoas que morreram vítimas de doenças cardíacas, nas quais a obesidade foi apontada como um fator agravante dessas doenças. De acordo com os dados, o número de mortes provocadas por problemas cardíacos triplicou de 2,2 para cerca de 6,6 por cada cem mil pessoas, entre 1999 e 2020.
Existem várias razões que ajudam a explicar o porquê de a obesidade aumentar o risco de doenças cardiovasculares, explicam os especialistas. Um dos possíveis fatores é, referem, a acumulação de substâncias químicas inflamatórias na gordura subcutânea do corpo, o que aumenta o risco de coágulos sanguíneos, e a acumulação de placas nas artérias coronárias, causa de possíveis ataques cardíacos.
O estudo apontou ainda que a taxa de morte por doenças cardíacas associadas à obesidade é mais elevada em mulheres negras. “A tendência de taxas de mortalidade cardiovascular relacionadas com a obesidade mais elevadas para as mulheres negras do que para os homens foi notória e diferente de todos os outros grupos raciais considerados no nosso estudo”, esclareceu um dos professores envolvido na investigação, Mamas A. Mamas.
Os responsáveis pela investigação ressalvaram, contudo, que os dados apresentados pelo estudo estão sujeitos a limitações, incluindo a possibilidade de haver erros de codificação médica e na introdução de dados.