QUANTOS SURTOS ESTÃO ATIVOS NAS ESCOLAS?
No início desta semana, a 6 de dezembro, contabilizavam-se 614 surtos ativos de Covid-19 em Portugal, dos quais 378, mais de metade, em estabelecimentos de educação e ensino dos setores público e privado – escolas, ensino superior, creches e demais equipamentos sociais, com 3 082 casos de Covid-19 acumulados, que dizem respeito a alunos, profissionais e coabitantes, boa parte já recuperados, segundo a DGS. São mais 40 do que na semana anterior, a primeira de dezembro.
QUAL A INCIDÊNCIA DA INFEÇÃO NAS CRIANÇAS?
Neste momento, as crianças até aos 9 anos constituem a faixa etária com maior incidência de infeção por SARS-CoV-2. Já os meninos e as meninas dos 5 aos 11 anos representam cerca de 40% do total de casos diagnosticados abaixo dos 18 anos.
QUAIS SÃO OS RISCOS DE HOSPITALIZAÇÃO PARA AS CRIANÇAS?
Sendo a Covid-19 uma doença ligeira na grande maioria das crianças, com um risco médio de hospitalização de 0,2% em crianças com 5 a 11 anos, durante este ano, em Portugal, também existem formas de Covid-19 graves em crianças, nomeadamente o Síndrome Inflamatório Multissistémico, registando-se cerca de 1 a 10 casos por 100 mil infeções por SARS-CoV-2, em Portugal. Outro dado a ter em conta na hora de decidir (ou não) vacinar as crianças entre os 5 e os 11 anos: cerca de 78% das crianças hospitalizadas não apresentam comorbilidades, são as chamadas crianças saudáveis.
A VARIANTE ÓMICRON AFETA MAIS AS CRIANÇAS?
À escala mundial, o atual contexto epidemiológico é de incerteza, nomeadamente, pela circulação emergente da variante Ómicron, mas, em breve, novos dados serão revelados. Mas, com base na informação disponível, a variante Ómicron pode originar uma incidência mais elevada nas crianças com 5 a 11 anos do que aquela que foi assumida na análise risco-benefício.
VACINAR TODAS AS CRIANÇAS É A PRIORIDADE?
A avaliação de risco-benefício é favorável à vacinação universal de crianças na faixa etária dos 5 aos 11 anos, sendo prioritária nas crianças com comorbilidades consideradas de risco para a Covid-19 grave.
EXISTEM RISCOS QUANTO AOS EFEITOS SECUNDÁRIOS DA VACINA EM DOSE PEDIÁTRICA?
A vacina não causa, previsivelmente, prejuízo à vida, à saúde e à integridade pessoal. Não são conhecidos potenciais riscos associados a reações adversas mais raras, para esta faixa etária (5-11 anos), como, por exemplo, a ocorrência de mio/pericardites registadas para adultos jovens vacinados com vacinas de mRNA.
O QUE PODE EVITAR A VACINAÇÃO DOS MAIS NOVOS?
Em quatro meses, de dezembro de 2021 a março de 2022, uma cobertura vacinal de 85% das crianças com 5 a 11 anos, assumindo uma efetividade contra hospitalização de 95%, e assumindo um cenário de incidência mediana idêntico ao registado no período homólogo (entre dezembro de 2020 e março de 2021), estima-se que evitaria 51 hospitalizações e cinco internamentos em cuidados intensivos.
Neste período, assumindo uma taxa de ocorrência de mio/pericardites pós-vacinação semelhante à registada para os 12 aos 15 anos (1,3/100 mil doses), esperam-se sete mio/pericardites associadas à vacinação.