Steve Verze, um engenheiro de Hackney, no Reino Unido, recebeu esta semana um olho impresso em 3D – a primeira prótese ocular criada completamente de forma digital, revelou o Hospital Ocular de Moorfields num comunicado.
De acordo com o Hospital, o olho impresso em 3D é “mais realista, com uma definição mais clara e profundidade real na pupila”. Estes olhos têm um aspeto muito mais realista do que as próteses oculares tradicionais – que consistem num disco inserido na órbita do olho, com a íris pintada à mão.
O novo método, além de ter um aspeto mais realista, também é menos invasivo: são feitos scans oculares digitais, para assegurar que os dois olhos têm o mesmo aspeto, em vez de um molde da órbita do olho. Segundo o Hospital, o método tradicional “é tão difícil para as crianças que elas podem precisar de uma anestesia geral”.
A impressão em 3D também traz a possibilidade de reduzir drasticamente o tempo de espera. Normalmente, uma prótese tradicional leva cerca de seis semanas a ser completada, devido à necessidade de ser pintada à mão. “Com a impressão em 3D, uma vez realizada uma digitalização, a prótese pode ser impressa em duas horas e meia. É então enviada a um ocularista para terminar, polir e encaixar. Todo o processo leva apenas duas a três semanas”, assegura o Hospital.
Verze garante que está satisfeito com a prótese: “Preciso de uma prótese desde os meus 20 anos, e sempre me senti inseguro com isso”, referiu, no comunicado. “Quando saio de casa, costumo olhar para o espelho, e não tenho gostado do que via. Este novo olho parece fantástico e, sendo baseado na tecnologia de impressão digital 3D, só vai ser cada vez melhor”, acrescentou.
Os médicos envolvidos no processo também se mostraram positivos. “Estamos entusiasmados com o potencial deste olho prostético totalmente digital”, diz Mandeep Sagoo, oftalmologista consultor no Hospital Ocular de Moorfields. “Esperamos que o próximo ensaio clínico nos forneça provas sólidas sobre o valor desta nova tecnologia, mostrando a diferença que ela faz para os pacientes. Tem claramente o potencial de reduzir as listas de espera”.