A variante Delta é muito mais contagiosa, tem muito maior capacidade para furar a proteção conferida pelas vacinas e pode levar doença mais grave do que qualquer outra das anteriores variantes do coronavírus. O cenário negro é traçado num relatório interno do Centro americano para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) que chegou ao The Washington Post na quinta-feira ao final do dia.
Na passada terça-feira, a diretora da agência, Rochelle P. Walensky, anunciou que os vacinados infetados com a variante Delta podem ter tanta carga viral no nariz e na garganta como os não vacinados e, portanto, podem ser tão transmissores do vírus como os não vacinados. No entanto, este documento interno vai mais longe.
No relatório, os investigadores consideram que a Delta é mais transmissível do que os vírus que provocam a MERS, a SARS, o Ébola, a constipação e a gripe comum e a varíola, chegando a ser tão contagiosa como o vírus que causa a varicela.
O que fazer com estes dados? “Admitir que a guerra mudou”, lê-se.
Há agora uma média de 71 mil novos casos por dia nos Estados Unidos, numa altura em que o CDC voltou atrás e voltou a recomendar o uso de máscaras em locais fechados, mesmo por quem tem a vacinação completa. Este novo relatório vem reforçar a necessidade de manter essas diretrizes e alargá-las: “Dada a maior transmissibilidade e a cobertura vacinal atual, o uso universal de máscara é essencial.”
Na base do documento estão vários estudos, incluindo uma análise de um surto recente que começou com as celebrações do 4 de Julho, a um domingo. Na quinta-feira seguinte havia um surto com 882 casos, incluindo 72% de vacinados.