
«Ontem, assisti a uma notícia na televisão que me deixou pensativo. Tinha a ver com a desigualdade salarial entre homens e mulheres, em Portugal. Sim, exatamente no nosso país! Essa notícia dizia que pelo mesmo número de horas e dias de trabalho, um homem ganha cerca de 1000€, enquanto uma mulher ganha apenas 800€. E perguntei aos meus pais por que razão isto acontecia. Eles encolheram os ombros e apenas exclamaram que era uma injustiça. Fiquei a pensar naquilo.
É urgente que os governos dos vários países mudem as leis para que não haja diferença entre homens e mulheres; é preciso que todos nós tenhamos a coragem de denunciar o que está errado; pois só assim, conseguiremos viver num mundo melhor, mais justo e solidário. E acima de tudo, é fundamental que, em casa de cada um de nós, haja um comportamento de igualdade, de respeito, de união e de divisão de tarefas de modo justo e equilibrado.»
Guilherme de Oliveira Reis, 10 anos

«Profissões como bombeiro, astronauta ou político são, maioritariamente, desempenhadas por homens e profissões como administrativa, enfermeira ou cuidadora de crianças estão mais ligadas às mulheres. No entanto, não existe uma regra! Cada um pode ser aquilo que quiser e é por isso que as crianças devem ser livres para sonhar e para imaginar aquilo que mais gostariam de fazer na vida! Ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que os salários de homens e mulheres sejam iguais, e que não haja discriminação em termos das atividades que as mulheres, ou os homens, devem realizar, mas as novas gerações podem fazer a diferença!»
Isabel Soares Oliveira, 14 anos

«Todos temos sonhos, sonhos que desejamos tornar realidade. Mas como podemos concretizá-los se há gente a discriminar os homens ou as mulheres? Desmotivando os seus sonhos, destruindo-os! Isso é horrível. Os sonhos são para ser sonhados. Por isso, reforço: somos todos iguais, todos devemos ter os mesmos direitos de escolher por nós mesmos sem sermos criticados, e sonharmos com toda a nossa energia e convicção que um dia se tornarão realidade!»
Sara Cortez Valente, 12 anos
«As pessoas, quando andam na escola, acham que abordar o tema da igualdade entre o homem e a mulher é chato e que já sabem tudo, mas não entendem o quanto é importante. [A desigualdade] É como um vírus, e parece que não há cura, então, vamos ser nós a cura. Vamos acordar e trabalhar por um mundo melhor, um mundo sem desigualdade!
Leonor Alexandra Marques Carvalho, 11 anos
«O pensamento machista é que as mulheres devem ficar em casa a fazer as tarefas domésticas, a tratar dos filhos, que não devem ir à escola, não devem ter direito ao voto nem ocupar cargos de poder, etc. Já o pensamento feminista, a meu ver, não quer rebaixar os homens, mas conseguir igualdade entre géneros, de modo a vivermos numa sociedade onde ninguém é rebaixado devido ao seu sexo.
Na minha opinião, ser feminista é melhor do que ser machista, pois se nós, especialmente os jovens, conseguirmos que o resto da sociedade perceba que não se pode rebaixar ninguém devido ao seu sexo viveremos o nosso futuro num mundo melhor.»
Margarida Bandeira, 13 anos
Nota: Os autores destes textos venceram o passatempo da edição nº 202 e vão receber o livroO Longo Caminho para a Igualdade, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada