“Faltam mais de duas horas para o início de mais uma gala em direto do programa da RTP1, e o estúdio já está numa grande azáfama. Os nossos repórteres têm uma missão: entrevistar Inês Aires Pereira, uma das juradas mais divertidas de sempre. Pelo menos, esta é a opinião de Maria, Penélope e Guilherme, fãs da atriz desde a sua participação em Taskmaster, também na RTP1. É no camarim de Inês que fazem a entrevista. Maria confessa que está nervosa, mas, assim que a atriz começa a contar as suas histórias, os nervos dão lugar às gargalhadas. No final da conversa, foram para o estúdio, onde puderam assistir ao programa e ver Inês Aires Pereira em ação.
Inês Aires Pereira: Antes de mais, podem tratar-me por tu. Somos da mesma idade [risos].
Penélope (P): OK. O que estás a achar desta experiência de ser jurada do Got Talent Portugal?
É uma maluqueira! Estou a gostar muito e não acho que seja uma má jurada, porque sou genuína. Dou apenas a minha opinião e acho incrível ser arrebatada por todo aquele talento, porque ali, e eu estou na primeira fila, sentimos o coração e os nervos dos concorrentes. É muito intenso.
Maria (M): E qual foi a atuação mais impressionante até agora?
Não consigo escolher. São tantos concorrentes tão bons.
Qual é a sensação de estar em frente às câmaras?
Para mim, sempre foi muito natural. Quando era criança, o que eu mais gostava de fazer era pegar na câmara de filmar dos meus pais e fazer os programas de televisão. Estraguei muitos filmes das viagens dos meus pais porque gravava por cima e apagava-os. Eles diziam “Vamos ver o filme da viagem ao sítio X” e aquilo começava com umas paisagens muito lindas e, de repente, aparecia eu: “Olá, boa-noite!” Coitadinhos, era muito mau…
P: Onde estudaste e que curso tiraste?
Até ao Secundário, estudei no Porto, e na altura de ir para a faculdade disse ao meu pai que queria ser atriz. Ele aconselhou-me a tirar um curso “normal”, como Comunicação Social. Então, candidatei-me, mas só entrei na Universidade de Vila Real. Então, disse-lhe que, se tinha de mudar de cidade, queria ir para outra cidade estudar Teatro. Candidatei-me ao Conservatório de Lisboa e… não entrei. Fui então estudar Teatro noutra escola, mas fiz um casting para a novela Rebelde Way e fui escolhida. A partir daí, estudava e ia fazendo uns trabalhos.
Guilherme (G): Se não conseguisses ser atriz, qual era o teu plano B?
Eu dizia que queria ser médica, mas nunca iria conseguir, por isso talvez fosse cabeleireira ou bailarina. [Risos.]
M: Quando é que começaste a gostar de teatro?
Até vir estudar para Lisboa, via muito pouco teatro. Na minha família e no meu grupo de amigos ninguém ia ao teatro. Quando cheguei a Lisboa, passei a ir, então tive a certeza de que era isto que queria fazer.
G: O que sentiste quando subiste pela primeira vez a um palco? Qual foi a tua peça de estreia?
Foi um musical intitulado A Ilha do Tesouro, no Porto. Foi maravilhoso. Antes de entrar, tenho sempre aquela sensação de estar numa montanha-russa. Começa a subir devagarinho até ao ponto mais alto e depois tem de descer. Aí, em pânico, pergunto-me “Porque é que escolhi fazer isto?”. Mas depois vem a adrenalina e penso que é mesmo isto que quero fazer.
P: Alguma vez pensaste em mudar de profissão?
Nunca. Houve muitos momentos em que não tive trabalho, mas pensava que um dia as oportunidades chegariam. Mas também pensei que, se por acaso não conseguisse [trabalho como atriz], não iria ser infeliz. Acho que podemos ser felizes a fazer tantas outras coisas.
M: O que gostas de fazer nos teus tempos livres?
Nada! Apanhar sol, ir à praia, ao cinema, ouvir música e dançar. Estou sempre a dançar!
G: No Taskmaster [ptrograma da RTP1], qual foi o desafio mais complicado de fazer quando estavas grávida?
Nessa altura, não havia desafios complicados, porque eu aproveitava-me disso! [Risos.] Foi muito mais complicado quando não estava grávida, já que não tinha essa desculpa.
M: E qual foi o pior desafio?
Foram tantos… Mas houve um em que, com os olhos vendados, tive de comer umas coisas e descobrir o que eram. Deu-me muito nojo!
P: Gostavas de ter continuado no programa?
Não, porque é um programa tão giro que seria um desperdício serem sempre as mesmas pessoas a fazê-lo. É fixe dar lugar a outros.
G: O que as pessoas mais te dizem na rua?
Gritam “Ó Markl!” a toda a hora. Senti que as pessoas gostaram mesmo de mim [no Taskmaster]. Ah!, e dizem sempre mal o nome do programa, o que é muito engraçado.
O público acha-te muito engraçada. E os teus filhos?
Acham-me piada, mas para os meus filhos a mãe ser “maluca” é normal.
M: Quando eras miúda, gostavas de dizer mentiras no dia 1 de abril?
Para mim, todos os dias são 1 de abril. A minha vida é “mandar tangas” às pessoas, por isso no 1 de abril ninguém acredita no que digo e mais vale ficar calada.
G: Qual era o teu ídolo na adolescência?
Gostava muito de uma atriz chamada Natalie Portman e da Maria Rueff. E era apaixonada por um ator brasileiro chamado Rodrigo Santoro. Tinha um poster dele na parede do quarto e dava-lhe beijos na boca. [Risada geral.]
Qual foi o maior disparate que fizeste quando eras miúda?
Faltar às aulas… Os meus pais descobriram e puseram-me de castigo. Não pude ir a uma festa e fiquei sem telemóvel.