Félix Finkbeiner decidiu que tinha de fazer alguma coisa para salvar o planeta depois de ler sobre os efeitos devastadores do aquecimento global. O facto de, na altura, ter 9 anos, não o impediu de pôr mãos à obra.
Começou por fazer uma apresentação sobre o tema na escola. O sucesso foi tal que num ápice toda a gente em Munique, a cidade onde vive na Alemanha, falava da sua ideia. Félix sugeriu que se plantassem árvores para combater o aquecimento global, já que as plantas absorvem o dióxido de carbono (CO2) e diminuem o efeito dos gases com efeito de estufa. O próximo passo foi pedir patrocínio a uma empresa e criar o site da sua organização, a que chamou Plant-For-The-Planet (www.plant-for-the-planet.org). Em português significa plantar pelo planeta.
Hoje, Félix tem 14 anos, e já foi convidado para falar nas Nações Unidas e no Parlamento Europeu. A instituição que criou tem mais de 100 mil embaixadores espalhados por cerca de 100 países. O próximo objetivo é que cada pessoa do mundo plante 150 árvores até 2020, o que daria mais um bilião de árvores ao planeta. Félix falou com a VISÃO Júnior e apelou aos voluntários portugueses.
Na edição de janeiro da VISÃO Júnior podes ler o resto da entrevista e conhecer as histórias fantásticas de jovens portugueses que contribuem para mudar o mundo.
Alguma vez imaginaste que a organização que criaste, a Plant-For-The-Planet, fosse crescer tanto?
Nunca pensei que crescesse tanto em tão pouco tempo. Quando dei a minha primeira conferência sobre o tema o impacto foi enorme, e tudo começou a acontecer muito rápido.
Como é que os teus colegas da escola lidam com a tua popularidade?
Tal como eu, eles nunca imaginaram que a organização tivesse tanto sucesso. Alguns querem participar e vêm ter comigo para saberem como se podem tornar embaixadores da Plant-For-The-Planet.
Já falaste nas Nações Unidas e no Parlamento Europeu. O que é que sentes quando estás perante os principais políticos do mundo?
Estou um pouco desapontado com os líderes mundiais. A maior parte deles tem feito muito pouco para salvar o planeta. Espero que eu e os meus amigos consigamos influenciá-los de forma a agirem contra o aquecimento global. O mais importante é que a nossa mensagem chegue às pessoas, não importa o cargo de quem está na audiência.
Para passares a tua mensagem visitas muitos países diferentes. Gostas de viajar tanto?
Fico contente por haver tanta gente interessada em ouvir-me. Nem sempre vou aos sítios, às vezes, envio um vídeo ou faço uma apresentação através do Skype. Gosto muito das viagens e tento ter tempo para passear um pouco. A parte mais difícil é acordar cedo, e manter-me a par da matéria da escola mesmo quando estou longe.
Os teus pais também fazem parte da organização?
Os meus pais apoiam-me desde o início. Normalmente, é o meu pai que me acompanha quando viajo para o estrangeiro.
Que tipo de coisas é que toda a gente pode fazer para salvar o planeta?
Pode plantar árvores e ajudar a combater o aquecimento global, comprar produtos amigos do ambiente, viajar de comboio em vez de usar o carro, comprar produtos locais, e escrever cartas aos políticos a pedir-lhes que tomem decisões positivas para as próximas gerações.
Quais são os teus passatempos favoritos?
Adoro andar de bicicleta, nadar, fazer esqui, snowboard, andar de skate, e acima de tudo, fazer objetos de cerâmica. Consigo arranjar tempo para fazer estas coisas todas, o que faço menos é praticar ao piano…
Sentes que és uma inspiração para outras pessoas da tua idade?
Espero que todos os membros da organização sejam uma inspiração, e que cada vez existam mais crianças como nós, que pensam como cidadãos do mundo e querem salvar o planeta.
Outras histórias:
Espetáculos solidários
Depois de atuar com as amigas no 100º aniversário da avó, a norte-americana Abigail Lupi, 11 anos, decidiu criar as CareGirlz, um grupo de raparigas entre os 6 e os 13 anos que cantam e dançam em lares de idosos e hospitais de Nova Jérsia, a cidade onde vivem. Os ensaios e as atuações são ao fim de semana e nas férias. Por isso, não é difícil conciliar os espetáculos com a escola. “As meninas de 11 anos também podem mudar o mundo”, disse Abigail à VISÃO Júnior. Sabe mais sobre o projeto em www.caregirlz.org.
Aquecer o coração
“Se todas as pessoas fizessem alguma coisa, o mundo seria fantástico”, disse-nos a norte-americana Charlie Coons, 13 anos. Foi a pensar nisso que criou a HELP. Uma organização que distribui cobertores a orfanatos (locais onde vivem crianças que não têm pais ou estão longe deles). Já foram distribuídos quase 1500 cobertores nos últimos três anos. Para ter dinheiro para os comprar, Charlie pede donativos a pessoas e empresas, mas também vende objetos que já não precisa, limonada e rebuçados. Podes contribuir em www.blanketswithlove.ewebsite.com.