Astrónomos profissionais e amadores de todo o mundo uniram-se terça-feira num único propósito: observar o trânsito de Vénus, ou seja, a passagem do planeta vizinho da Terra em frente ao Sol, num fenómeno em tudo semelhante aos eclipses. No entanto, a proximiddade de Vénus ao Sol faz com que, em vez de tapar a nossa estrela, total ou parcialmente, como acontece quando é a Lua a entrepôr-se entre a Terra e o Sol, surge apenas como um ponto escuro.
O fenómeno é relativamente raro. O último foi em 2004 – e nessa altura foi visível a partir de Portugal – mas o anterior a esse tinha sido há 122 anos. Desde que há registo, os trânsitos de Vénus têm acontecido aos pares, separados por oito anos, repetindo-se novamente só mais de 100 depois: houve um em 1761 e logo outro em 1769, mas o seguinte só ocorreu em 1874. Feitas as contas, quem não viu o de ontem, ainda que apenas via Internet, o mais provável é que perca o próximo, em 2117.
O de terça-feira pode ser observado na sua totalidade, no leste da Ásia, leste da Austrália, noroeste da América do Norte, no Ártico, e no norte do Oceano Pacífico. Em Portugal não foi visível porque ocorreu durante a noite, com início por volta das 23h, hora de Lisboa.