Aidan sempre gostou de ciência, mas não esperava fazer a sua primeira grande descoberta aos 13 anos. Tudo começou com uma viagem ao campo que fez com os pais. Observador, Aidan começou a reparar na forma como cresciam os ramos das árvores despidas pelo outono. Facilmente percebeu que cresciam de acordo com a Sequência de Fibonacci, uma fórmula matemática em que cada número é igual à soma dos dois anteriores (sabe mais sobre esta fórmula na edição de novembro da VISÃO Júnior).
Assim nasceu a grande questão: será que o padrão de crescimento dos ramos ajuda as árvores a absorverem mais luz solar?
A única forma de responder à pergunta seria através de uma experiência. Para que os resultados fossem válidos, Aidan seguiu o método científico, um conjunto de regras básicas que ajudam os cientistas a obterem resultados fiáveis (verdadeiros).
No essencial, o método científico implica:
a observação de um facto
a formulação de um problema
a proposta de uma hipótese para resolver o problema
e a realização de uma experiência, para testar se a hipótese é, ou não, uma boa solução.
O estudante do 7º ano fez a experiência no seu próprio quintal. Construiu uma árvore artificial, com painéis fotovoltaicos (que captam a luz solar) no lugar das folhas, e observou os resultados durante três meses.
As conclusões foram surpreendentes. A sua árvore artificial conseguiu captar 50% mais energia solar que os painéis colocados na horizontal, como é habitual vermos no telhado dos edifícios.
Aidan fez uma descoberta seguindo todos os passos dos cientistas e venceu o prémio Young Naturalist Award 2011, atribuído pelo Museu Americano de História Natural.
Sabe mais sobre a experiência de Aidan na edição de novembro da VISÃO Júnior, e lê, aqui, a entrevista em que Aidan explica que não é assim tão difícil ser cientista!
Qual foi a tua inspiração para esta experiência?
Essa pergunta é fácil. A minha inspiração foi a natureza. O meu projeto de pesquisa investigava a forma complicada como crescem os ramos das árvores, e a sua eficiência na captação de luz solar. A ideia surgiu quando eu estava a observar os ramos das árvores e, de repente, apercebi-me que havia um padrão na forma como cresciam. À medida que fui estudando e fazendo experiências, a natureza inspirou-me a pensar numa forma de preservar o ambiente e criar uma nova forma de colocar os painéis solares (que captam a energia do Sol). O meu pai também me inspirou. Ele ajudou-me a calcular os custos da experiência e a organizar o projeto. Também me disse para nunca desistir.
Quais são os teus planos para novas investigações?
Espero continuar a fazer pesquisa para este projeto. Quero fazer mais testes e melhorar os resultados da experiência. Estou a estudar mais espécies de árvores para ajustar melhor os painéis solares. Vou testá-los em vários locais em diferentes alturas do ano. Os primeiros resultados são positivos, e já recebi uma patente provisória (registo que impede a sua invenção de ser copiada sem a sua autorização) da minha ideia.
Na tua opinião, qual é a maior preocupação científica dos dias de hoje?
Acho que é a poluição e a destruição dos recursos naturais. Muitos dos problemas do mundo têm origem na forma como são usados os recursos da Terra, como as árvores, sem serem protegidos ou substituídos. A poluição é um grave problema científico e social que ameaça destruir o meio ambiente, os seres humanos e o mundo. Precisamos de superar este problema com a ajuda da ciência.
Que conselhos dás a outros estudantes que investiguem questões relacionadas com a natureza?
O melhor conselho que posso dar a outros estudantes é que sejam criativos e que pensem de forma diferente dos outros. Vejam e ouçam o que a natureza vos diz enquanto exploram. Há muitos mistérios escondidos. Acima de tudo, façam aquilo que mais gostam, e nunca deixem de tentar.