Um auditório completamente cheio e um palco repleto de ilustres: começou assim a manhã de hoje, Dia Internacional Contra a Corrupção, na Escola Secundária Padre Alberto Neto. A sessão, organizada pelo Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), trouxe aos quase 250 alunos que assistiam uma discussão sobre dois temas: o plágio e o fair play (jogo limpo, em português).
A luta contra o plágio – assinar ou apresentar um trabalho que contenha partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem a permissão do autor – já começou em 2017, quando a CPC criou o programa «Mais Vale Prevenir», que cria espaços para se pensar cidadania e valores juntamente com as escolas. Depois, o objetivo é pensar o que é corrupção – a corrupção acontece quando alguém, no seu trabalho pede, recebe ou aceita uma vantagem indevida (dinheiro, por exemplo) em troca de algum ato que deverá praticar ou deixar de praticar – e formas de a combater. Atualmente, estão envolvidos em campanhas de prevenção cerca de 30 mil alunos portugueses.
Para marcar o dia de hoje, há trabalhos feitos em escolas por todo o país. Este vídeo, feito pelos alunos da Escola Básica e Secundária de Cabeceiras de Basto, é só um exemplo:
«A corrupção põe em causa a estabilidade e o desenvolvimento da sociedade e vai minando a democracia», explicou Vítor Caldeira, presidente do CPC, que garante ser por isso que apostam neste trabalho junto dos mais jovens. «O plágio é um exemplo de comportamentos que provavelmente fazemos sem nos apercebermos; é muito comum porque é muito fácil», disse também o presidente da CPC.
Rui Patrício, membro do CPC e um dos intervenientes na sessão, chamou à atenção para a preguiça que existe quando plagiamos algo. «Plágio não é só enganar, não é só apresentarmos uma coisa que não é nossa como se fosse nossa. O plágio – que é uma forma de corrupção – é também um convite e um incentivo à preguiça, o que é especialmente grave, porque a preguiça é o maior inimigo do desenvolvimento de cada um. Se copiarmos as ideias dos outros, não estamos a exigir de nós mesmos, não estamos a aprofundar, nem a ser curiosos, não nos estamos a esforçar e estamos a desperdiçar as nossas qualidades».
Concurso nacional «Jogo Limpo»
À VISÃO Júnior, Vítor Caldeira, presidente do CPC, explicou também que o objetivo de ações como a de hoje é «chamar a atenção para comportamentos que nos tornem melhores cidadãos, e isso serve também para o jogo». E por isso criaram um novo Concurso Nacional, o «Jogo Limpo», em colaboração com o Comité Olímpico Português (COP).
«Queremos mobilizar as escolas a concorrer a um concurso nacional que irá eleger o melhor slogan de combate à corrupção no desporto; será usado nas iniciativas do Conselho de Prevenção da Corrupção e do Comité Olímpico, haverá um prémio e vamos querer receber e conhecer os vencedores», disse João Paulo Almeira, Diretor Geral do COP. Para motivar os alunos a participar, convidaram quatro atletas olímpicos a partilhar o seu testemunho: David Rosa, Joana Ramos, Nuno Barreto e António Bessone estiveram presentes na sessão. Todos conheciam uma história de dopping (quando um atleta consome alguma substância que melhora o seu desempenho) e todos partilhavam dos mesmos valores: ganhar medalhas não se faz a qualquer custo.
Se quiseres participar no «Jogo Limpo», fica atento ao site do Comité Olímpico, que a partir do início do próximo ano deverá abrir inscrições.