Enquanto o Sandy prossegue para Oeste, na costa nordeste dos Estados Unidos é tempo de olhar para os estragos e recordar o terror da última noite.
Beth Bartley conta à CNN que se agarrou a tudo o que pode, encolhida no chão da casa de banho do seu apartamento em Manhattan. O edifício, na 96th Street transformada em rio, abanou com os ventos fortes. “Foi assustador”, recorda.
“Assustador” é, de resto, uma palavra muito usado por quem assistiu, segunda-feira à noite, à passagem da super-tempestade, cuja fúria surpreendeu até os meteorologistas mais experientes. Edifícios a abanar, casas a ruir, inundações sem precedentes, incêndios e uma consequência imediata: milhões de norte-americanos sem energia elétrica. Os túneis do metro de Nova Iorque, já se sabe, ficaram inundados, sofrendo os maiores danos de sempre da sua história, e as chuvas torrenciais desencadearam fogos em dezenas de casas.
Mas se Beth Bartley, atriz, Sandy passou o pico da tempestade fechada na casa de banho, o mesmo não podem dizer centenas de pessoas em Nova Jérsia, que tiveram de esperar que as equipas de emergência as resgatassem dos telhados das suas casas, devido às cheias. Esta manhã, o governador do estado descrevia, em conferência de imprensa, a desolação: “Está para lá de tudo o que eu alguma vez pensei ver.”
Em Nova Iorque, os residentes relatam uma noite de escuridão quase total, entrecortada pelas luzes da polícia e dos bombeiros, a anteceder uma manhã de surpresas desagradáveis: carros à deriva, edifícios inundados e a preocupação que começa a surgir quanto ao abastecimento de alimentos.