Depois do almoço-piquenique e de mochilas às costas, são muitos os alunos que erguem as suas vozes ao alto para que todos oiçam o que defendem e inspira.
No Agrupamento de Escolas D. Maria II, de Lamaçães, em Braga, quem mais chama a atenção são as meninas com o hijab a proteger a cabeça. O hijab é o lenço ou véu que as jovens e mulheres muçulmanas usam para cobrir o cabelo e o rosto. O adereço surge para representar o livro O Lápis Mágico da Malala.
No Senegal, de onde é natural Binta, de 11 anos, o hijab chama-se col. Além da nacionalidade senegalesa, Binta também é portuguesa, mas continua preocupada e a defender o seu país, especialmente o direito à Educação.
“Já fizemos na escola vários trabalhos sobre a Malala. Preciso muito da inspiração dela para defender o meu país. As pessoas, e ainda tenho lá os meus familiares, também foram para a rua fazer a revolução contra a ditadura no poder”, conta entusiasmada a menina de hijab azul.
A Escola Básica Padre Himalaia, em Arcos de Valdevez, tem uma mensagem dedicada à “leitura do grande livro que Deus escreveu – a natureza”. Manuel António Gomes, nascido em 1868, foi um padre português, minhoto a viver nos EUA, muito interessado na ciência, nas ervas medicinais e no aproveitamento da energia do Sol.
“Ler, ler, ler” repetem as crianças do 4º ano, algumas com tambores e pandeiretas na mão, a pé desde as quatro da madrugada quando saíram da cama para viajarem rumo a Lisboa.
A classe do externato de Paço d’Arcos A Minha Escola focou-se no livro O Tesouro, de Manuel António Pina, que fala sobre o respeito pelos outros e a liberdade de expressão, ou seja, poder dizer o que se sente e não ser castigado por isso.
Margarida e Francisca, 10 anos, colegas de turma, sabem que antes do 25 de Abril de 1974 os meninos e as meninas não tinham os mesmos direitos, nem eram vistos como pessoas iguais. É contra esse preconceito que erguem a sua voz.
Os alunos do 8º ano da escola EB 2, 3 de Caldas de Vizela não tem cartazes nem autocolantes para distribuir, mas prepararam dois booktrailers para mostrarem no grande ecrã do auditório. Os livros Um de Nós Mente e O Diário de Anne Frank dão o mote para as duas histórias contadas em poucas imagens.
A canção “A Viúva e o Papagaio” vai sendo cantada pelos alunos da Escola EB 2, 3 Martim de Freitas, em Coimbra – cá fora, na entrada da Fundação Gulbenkian, afinam as vozes para o que se segue no auditório – o espetáculo final de “Miúdos a Votos”!