No último dia de campanha de ‘Miúdos a Votos’, os alunos que participam na iniciativa já conseguem fazer um balanço. «Tem sido um exemplo de democracia», afirma Fabiana Eleutério, aluna do 9.º B, que defende o livro ‘A Culpa é das Estrelas’.
E isso ficou bem visível durante o debate que organizaram, no dia 28 de fevereiro, e que encheu o auditório da escola. Os livros a votos são ‘O Diário de Anne Frank’, candidato das turmas do 7.º C e E, e ‘A Culpa é das Estrelas’, de John Green, duas obras muito diferentes.
«O debate correu muito bem e este tipo de ações são importantes porque nos preparam para o futuro. É um treino para o exercício da democracia», diz Fabiana.
Laura Carlos, que participou em defesa de ‘O Diário de Anne Frank’, conta que esta é sua a primeira vez nos ‘Miúdos a Votos’ e que ficou surpreendida com o sucesso do debate, pois tiveram uma boa reação dos colegas que encheram o auditório e, além disso, ficou «a saber mais sobre o outro livro.»
«Acho que os nossos colegas gostaram muito. Percebemos que os incentivámos a ler os livros, porque logo nesse dia começaram a requisitá-los na biblioteca», acrescenta Fabiana.
Além do debate, os alunos assistiram ao filme com o mesmo nome. Para José Costa, do 9.ºB, isso foi um grande incentivo, pois «um filme é mais dinâmico, e, como muitas pessoas não têm o hábito de ler, quando veem ficam com vontade de ler o livro.»
O facto de ‘A Culpa é das Estrelas’ contar uma história de amor não é, na opinião de José, motivo que impeça os rapazes de o ler. «Este livro consegue atrair também os rapazes porque nos conseguimos identificar com Augustus, o protagonista, que tem uma personalidade muito interessante.»
Do outro lado da «barricada», as alunas dos 7.º E e C tentaram convencer os colegas a ler ‘O Diário de Anne Frank’, pois consideram que vivemos num tempo em que se travam guerras, tal como na época de Anne, pelo que «o livro é um bocado o eco da nossa realidade», como diz Laura. Por outro lado, a coragem daquela adolescente judia impressionou-as.
Cartazes, vídeos e redes sociais
As redes sociais foram um dos meios em que mais apostaram nesta campanha eleitoral. No Instagram, Facebook e Tik Tok não faltaram vídeos de apelo ao voto, como este, realizado pelo 7.ºE.
Mas também fizeram powerpoints e cartazes, que espalharam pela escola e distribuíram de mão em mão, sempre com uma mensagem de apelo ao voto. «Hoje é o último dia de campanha, mas ainda andámos a distribuir panfletos pelos colegas», conta-nos Fabiana. Já as alunas dos 7.º C e E têm outra estratégia: «Vamos dar tudo por tudo nas redes sociais!»
‘Miúdas às Sondagens’
Mas se houve quem se tenha dedicado de corpo e alma à campanha eleitoral, três alunas do 7.º D tiveram uma missão muito especial. Desafiadas pela professora de Inglês, Paula Santos, formaram o grupo ‘Miúdas às Sondagens’ e andaram pela escola a medir o pulso às intenções de voto dos colegas, como podes ver aqui.
Sofia, Leonor e Ema gostam muito de ler. A professora até lhes costuma chamar «ratos de biblioteca», mas elas não se importam, pelo contrário. «Para nós, é um elogio!», garante Ema.
Participar nos ‘Miúdos a Votos’ desta maneira foi muito importante e um desafio para as três já que, como confessa Sofia, são «muito tímidas» mas, ainda assim, tiveram de ganhar coragem para interpelar os colegas e pedir-lhes opinião.
Apesar de gostarem muito de livros não pertencem a nenhuma das turmas que defendem os candidatos às eleições. E essa não foi uma decisão tomada ao acaso. Assim, afirmam, o seu trabalho é «o mais imparcial possível.»
Como, aliás, convém que seja em qualquer processo eleitoral num regime democrático.
Vê, em baixo, mais imagens da campanha eleitoral na Escola Secundária de Lagoa