O recreio da Escola Básica e Secundária Rainha D. Leonor de Lencastre, no Cacém, perto de Lisboa, é diferente do de todas as outras escolas. No meio do pátio, está uma casinha de madeira, cheia de livros que os alunos podem levar, sem terem de requisitá-los formalmente na biblioteca. Esta ideia muito original foi uma proposta do 8.º C para o projeto Eu Amo Ler. Por estes dias, entre as histórias que os alunos podem levar desta «extensão-da-biblioteca-fora-da-biblioteca», já lá devem estar as obras que concorrem a «Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?», para que todos os possam ler, sempre que quiserem.
Mas há mais ideias originais…
Na biblioteca, preparam-se outras formas de campanha. «Vamos fazer uma performance sobre O Diário de Anne Frank e apresentá-la à escola», conta-nos Bárbara Barros, 13 anos, do 8.º A, turma que decidiu encenar algumas passagens deste livro. Enquanto isso, alunos do 6.º D ilustram cartazes, divididos em grupos, já que decidiram apoiar vários livros.
Um clássico: os cartazes de campanha
Na Escola Básica D. Afonso IV Conde de Ourém, em Santarém, cartazes também não vão faltar. Há até um poster enorme dedicado só à iniciativa. Alunos e professores conhecem bem «Miúdos a Votos», porque participaram em edições anteriores: «Se um dia quiser estar numa mesa de voto ou fazer campanha por um partido político, acho que já aprendi algumas coisas», conta-nos Joana Batista, 11 anos, que está a preparar a campanha com Inês Silveira, da mesma idade.
Lá perto, em Leiria, na Escola Básica Dr. Correia Mateus, também já se trabalha. Aqui, foram os alunos mais velhos que apresentaram o projeto aos mais novos e que os conseguiram entusiasmar, prometendo que era uma boa forma de aprenderem como funciona uma democracia e de mostrarem aos colegas os livros de que mais gostam. Os mais novos aceitaram o desafio: como são alunos de Ensino Artístico especializado de Música, já criaram jingles e estão a pensar em compor músicas. Mas o que querem mesmo são as arruadas, já que «adoram fazer barulho».
Em Lisboa, na Escola Básica e Secundária Gil Vicente, que fica na Graça, há violinos fora das bolsas, tablets com partituras e um grupo de alunos atentos. Estão a tentar criar músicas para os livros que querem ver vencedores, enquanto outros colegas preparam o mais urgente – cartazes –, seja à mão ou nos computadores.
E o que pode não ser fixe numa campanha eleitoral? «Discutir é bom, mas haver competição sem respeito e com agressividade nem por isso», concorda o grupo de Inês Hakman, Sofia Pelágio, Vasco Abrão, Valentino Mané e Hugo Curral, todos com 11 anos. Nós concordamos: devemos discutir e trocar ideias sem sermos agressivos uns com os outros. É mais uma lição de «Miúdos a Votos»!
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