Sabias que quando lemos e gostamos muito do que estamos a ler, há zonas do nosso cérebro que se ativam como se estivéssemos de facto a viver o mesmo que determinada personagem? Esta foi a conclusão a que chegou há uns anos uma equipa de investigadores franceses. Por exemplo, se a tal personagem estiver a correr superdepressa, as zonas do teu cérebro que estão ligadas à capacidade de correr vão ser ativadas mesmo que estejas deitadinho no sofá da sala a ler! Um livro pode envolver-te de tal maneira que podes, de facto, viver o que estás a ler. Uma espécie de realidade virtual sem precisares de simuladores nem de óculos 3D!
Os superpoderes da leitura
1 Enriquece o teu VOCABULÁRIO, porque conheces palavras novas e podes descobrir novas maneiras de formar frases
2 Ao folheares as páginas de um livro, treinas a tua capacidade de CONCENTRAÇÃO
3 Expande a tua CRIATIVIDADE, porque descobres maneiras de encarares situações, e de resolver problemas que se podem basear naquilo que as personagens fazem
4 Trabalha a EMPATIA, ou seja, prestas mais atenção aos problemas dos outros. Quando te deparas com uma personagem que está a passar por um momento difícil, ficas solidário com ela e isso também pode passar para situações do teu dia a dia
5 Abre-te HORIZONTES. Um livro pode contar-te histórias de pessoas que vivem em países muito diferentes do teu, com uma cultura completamente diferente da tua
6 Ajuda a ADORMECER. Se a leitura noturna for um hábito, o teu corpo vai perceber que, depois de ler algumas páginas, está na altura de ‘desligar’ e adormecer
7 Ajuda-te a PROGREDIR nos videojogos porque interpretas bem as mensagens dos vários níveis e consegues perceber os objetivos do jogo rapidamente
E agora as sugestões…
Esta é a história de Sofia, uma menina que vive numa cidade agitada e em festa, mas apesar disto tudo ela sente-se sozinha porque não têm tempo para ela. A vida dos adultos às vezes parece que os leva para longe, quando na verdade estão sentados mesmo ao nosso lado. Solitária, mas cheia de esperança, Sofia põe-se a caminho, pelo meio dos prédios e, algures na neve, descobre um alce. Um alce? Pois é, nas histórias boas, há sempre surpresas boas que nos fazem sonhar. Algures na Neve é um livro delicado, ilustrado com emoção e com uma história que trata de um assunto delicado: a felicidade. No meio da floresta, Sofia descobre a alegria e festeja com os animais, mas mais alguém se vai juntar à festa. Serás tu?
Algures na Neve
Linde Faas (texto e ilustração)
Editora: Baduga
Este livro, do par vencedor do 10.º Prémio de Literatura Infantil do Pingo Doce, conta-nos a história de um livro pequenino que ainda está a decidir aquilo que vai ser. As dúvidas sucedem-se e ele ora quer ser isto, ora quer ser aquilo, ora quer ser tudo, ora quer ser tudo e mais alguma coisa. Uma história divertida sobre dinossauros, piratas e meninas que levam merendas a avozinhas que vivem no meio do nada.
O livro que não sabia o que queria ser
Márcio Martins (texto) e Cláudia Abrantes (ilustração)
Editora: Pingo Doce
Aqui conta-se a história de um rapazinho que se atrasou para fazer alguma coisa com o pai e aí começa a desenrolar, com muita imaginação e criatividade, um chorrilho de factos alucinantes que lhe aconteceram e que o impediram de chegar a tempo.
Se o rapaz chegou atrasado porque deu de frente com um javali de rabo para o ar, ou se isso aconteceu porque ficou pasmado com um corvo a dizer palavrões, isso não sabemos. Só sabemos que a cabeça dele não para! Ou então vive num sítio com animais com hábitos muito bizarros.
Mas eu vi um…
Agnès Lestrade (texto) e João Vaz de Carvalho (ilustração)
Editora Zero a Oito
As pessoas mazinhas estão por todo o lado, até mesmo aí dentro de tua casa. Será que sabes quem elas são? Se são mazinhas porque te mandam lavar os dentes, não conta! Se são mazinhas porque não te deixam comer o chocolate todo, também não conta!
É mesmo difícil perceber, mas este livro vai ajudar-te! Ou não… No final, às vezes, é mesmo mais importante ler e rir um bocado do que estar a aprender uma lição. Lidar com vilões com um sorriso nos lábios é muito difícil, mas é uma excelente estratégia.
O Livro das Pessoas Mazinhas
Toni Morrison, Slade Morrison (texto) e Pascal Lemaître (ilustração)
Editora Nuvem de Letras
Nesta história vais ficar a conhecer um gato com olhos verdes como ervilhas que vive nas ruas duma cidade. Ele conhece a Pérola, o Piolho, o Mestre e o Leão. Todos os gatos e gatas com que se vai cruzando nos seus passeios têm um nome, exceto ele. Há quem lhe chame vadio, mas esse não é um nome de que ele goste. A solidão sentida pelo gatinho é palpável e quase um sentimento parecido com aqueles que nós sentimos quando não temos quem chame por nós. De rua em rua, e até debaixo da chuva, esta é a história de um gato que tem direito a que lhe deem um nome.
O Gato Que Queria Ter Um Nome
Fumiko Takeshita (texto) e Naoko Machida (ilustração)
Editora: Alma dos Livros
Neste livro de David Machado, o autor fala connosco sobre uma história extraordinária que, temos a certeza, trata-se de uma das melhores que ele já escreveu. É aqui que a história se transforma e nos transporta para o mundo da imaginação, onde vivem os dragões com dentes afiados, as meninas terríveis e as poças de vomitado!
Mas Esta História não tem nada disso. É divertida, provocadora e não te ensina nada, porque de vez em quando é bom fugir de histórias com moral no final e a seguir ir comer bolachas sem pensar mais no assunto.
Esta História
David Machado (texto) João Fazenda (Ilustrações)
Editora: Caminho
Em casa da dotada pianista Pavlina só havia rapazes. Tinha três irmão e um pai taxista que em tempos fora mineiro algures na Rússia. Tratavam-na por Piolha, porque era franzina e a pessoa mais delicada daquela grande família. Cansada da desconsideração geral e de ser sempre empurrada para as tarefas domésticas, decidiu fechar os punhos, fechar o piano e ir treinar boxe! Esta é uma atitude inesperada, mas é uma reviravolta que muitas meninas se veem obrigadas a fazer para marcarem a sua posição no mundo dos homens.Uma história onde as meninas são meninas com M maiúsculo e onde o cor-de-rosa pode viver feliz, de mãos dadas com as luvas de boxe da Pavlina.
Piolha
Rémi Courgeon (texto e ilustração)
Editora: Orfeu Negro
Sugestões por Fernando Carvalho (previamante publicadas neste site)