Na aula de ciências, o professor falou-nos do livro que está a ler.
– Que seca!..Como pode ser interessante falarmos dos planetas, quando eles nem sexo têm? – disse Júnior para Joana.
– Eu acho interessante! – respondeu, discordando com o amigo.
Como a chuva se fazia sentir, a Joana convidou o Júnior e o seu cão, Gão, para uma pesquisa sobre a “estrela vermelha”. Já em casa, frente ao pc, Gão soltou um “ão”, perante os biscoitos de limão. O gato Miu assustado, num salto frenético acabou por carregar na tecla ESC do teclado levando-os a uma viagem inesperada. Sentiu-se um estranho e suave remoinho que levou os dois amigos e o cão até Marte. Pelo menos, era o que o vento lhes dizia. Num desfiladeiro, de mãos dadas voaram até frente a um vulcão.
– O Olympus Mons! – fez-se ouvir em uníssono.
– De facto, as páginas de um livro permitem voar!…- exclamou Joana ao pensar nos seus manuais.
Já Gão, sem deixar de correr pela planície que se avistava, conduziu-os a um lago gelado. Os amigos fixaram o olhar naquela massa de água. De lá, emergiu um monstro esverdeado e mau com ar irritado:
– O que fazem no meu território sul?
– Não sabemos bem! – respondeu, com receio, Joana.
– Impossível! – gritou o monstro – Desde o século passado que os humanos procuram invadir o meu território. Mas eu levo-os a desaparecer naquelas montanhas! – disse, rindo com ironia.
O Júnior começou a tremer. Por pouco não fez xixi nas calças! Mas Gão soltou um melódico latido que a todos embalou. O monstro adormeceu, começando os amigos a rodopiar pelas folhas mágicas de um livro qualquer.
– Com um livro podemos mesmo voar! – exclamou Júnior.
Foi então que uma doce voz se fez ouvir:
– Meninos, o lanche está pronto! – anunciou a mãe da Joana.
Concluíram que tudo não passara de um sonho. O Miu continuava no teclado do computador mas o Gão estava um pouco estranho.
Naquela tarde chuvosa, com o vento que se fazia ouvir, o latido melódico de Gão fez-se de novo sentir…
Trabalho dos alunos do 6ºA da escola General Serpa Pinto, Cinfães, com os Professores Paulo Vasco Pereira e Rosa Andrade