Bicadas era um pássaro que gostava de viajar, de conhecer sítios novos e de fazer amigos. Era também muito coscuvilheiro, por isso decidiu ser detetive. Mas, como era desastrado e não tinha jeito para se esconder nem para se disfarçar, nunca tinha resolvido nenhum caso.
Um dia, recebeu um e-mail de um grupo de crianças que precisavam dos seus serviços.
As crianças estavam preocupadas porque já não havia lápis de cor, a não ser o castanho, à venda na cidade. Por isso, tinham resolvido pesquisar na net um detetive que pudesse desvendar o mistério. Viram um anúncio que dizia: “Detetive Bicadas, resolve todas as charadas!” e decidiram contratá-lo.
O Bicadas ficou em pulgas! Pôs o seu chapéu, pegou nas malas e “deu corda às asas”.
Quando chegou à Lagolândia, começou logo a investigar.
Como não descobriu nada, foi procurar nos arredores da cidade e entrou um bosque mágico sem saber.
Já cansado, poisou numa árvore e ouviu:
– Pst!
Olhou para todos os lados e não viu ninguém.
Então, a árvore começou a falar e ele ficou “biquiaberto”, porque nunca tinha ouvido uma árvore falar. Ele fez-lhe imensas perguntas e ela respondeu a tudo. Contou-lhe que era uma árvore de emoções e que mudava de cor conforme os seus sentimentos. Quando estava alegre, ficava amarela como o sol. Quando estava desiludida, ficava cinzenta como o céu nos dias de chuva. Quando estava muito feliz, ficava multicolor como o arco iris, mas isso só acontecia quando as crianças brincavam perto dela e, como elas já não a visitavam há muito tempo, sentia-se só e muito triste. Por isso, estava castanha.
Ao ouvir isto, Bicadas disse pulando:
– Eureka! Descobri!
Então decidiu chamar todos os papagaios para o ajudarem e, todos juntos, foram às casas das crianças explicar o que estava a acontecer.
A partir desse dia, os pais voltaram a levar os seus filhos ao bosque, a árvore ficou feliz e as crianças voltaram a pintar com lápis de todas as cores.
Bicadas passou a ser bom detetive e hoje é muito famoso!
Trabalhado dos alunos do 3.º/ 4.º 9 da EB1 N.º 1 de Lagos, com a Professora Marta Zilhão