“Como não tenho o público à mão de ouvir, sirvo-me dos livros como passa-palavras dos sonhos com pés de vida”[1].
Para o Miguel do 5º E, “Os livros são mais do que livros, são portas para mundos distantes e noites brilhantes”. De igual modo, “Uma porta de biblioteca é mais do que uma vulgar porta, é um portal que nos leva em viagens excitantes e a palácios onde vivem romanos, deuses, aventureiros, vampiros, coscuvilheiras, criminosos, ricos, pobres, príncipes herdeiros, imperadores, reis e rainhas, entre outras personagens com histórias, aventuras fascinantes e vidas emocionantes.”
De caneta e papel na mão e sem esquecer o nosso cartão de repórter, embarcámos na viagem à descoberta da casa dos livros da nossa escola. Estão prontos para navegar nas nossas estantes?
Os cantos e os recantos
Ao entrarmos, surpreende-nos quer o vasto espaço que temos à nossa disposição -197 m2 – quer a luz natural que o invade.
Apercebemo-nos, depois, que esse espaço está dividido em diferentes áreas: a área de atendimento dos utilizadores, a de consulta e de leitura de documentos e de realização de trabalhos individuais, a de execução de trabalhos de grupo, a de materiais Multimédia e de Internet e a área destinada à leitura de periódicos.
É também visível a constante agitação dos utilizadores, ora ocupados a procurarem livros, DVDs ou revistas, contando sempre com a ajuda de uma mão que conhece bem as quatro estantes; ora a ultimarem o trabalho de EVT ou a estudarem para o teste da disciplina “mais difícil”, nas mesas de trabalho de grupo e de estudo; ora, nos computadores, a navegarem pelas páginas da informação ou a aprenderem com o CD “A Aventura do Corpo Humano”; ora, simplesmente, a deixarem-se levar para longe com os livros que “estarão sempre à espera de que os olhos de um menino desamarrem as suas velas e os façam zarpar”[2] ou a jiboiarem “lentamente nos sofás”[3] com as imagens em movimento de “Tróia”.
Os rostos
Aos rostos dos livros juntam-se os simpáticos rostos das pessoas que todos os dias abrem as portas desse lugar mágico: o da professora bibliotecária Tina e os dos restantes membros da equipa, entre professores e funcionários.
Igualmente importantes são os cerca de 115 rostos dos alunos, do 5º ao 9º ano, que diariamente passam pela biblioteca, por iniciativa própria ou acompanhados pelo professor. Na opinião da professora bibliotecária, os motivos para esta afluência são essencialmente: “A implementação do projecto aLer+, que tem despoletado novas abordagens à leitura e uma maior procura de livros e leituras noutros suportes, e o novo parque informático que atrai muitos alunos que procuram o computador para a elaboração de trabalhos e encontram na Internet material para os trabalhos de pesquisa.”
Paleta de actividades
Há vida na nossa biblioteca, porque aí também se desenvolvem variadíssimas actividades. Levantamos aqui o véu de algumas delas.
O blogue “Livros à solta no Cávado” é um espaço de divulgação dos livros que andam de mão em mão e onde os alunos registam as suas viagens pelos livros. Por exemplo, a Carolina do 9º E escreveu “Passei este livro [A história do senhor Sommer] à Aurora pela sua asa livre e persistente como a do Senhor Sommer. Um abraço ao Senhor Sommer…”; já a Lívia do 5º F registou “Este livro As Cozinheiras de Livros de Margarida Botelho é um bom livro para ler e saborear.”
E por falar em ler e saborear, neste ano, a biblioteca surpreendeu os seus utilizadores com a actividade “Mesas temáticas de leituras”. Por exemplo, no dia Mundial da Alimentação, depois de convidados a sentarem-se à mesa, os “clientes” podiam escolher na “ementa” desde uma “Sopa de Pedra à moda de José Viale Moutinho” até um “Bolo Flor de Mel aromatizado por Alice Vieira e enfeitado com Estrela de Prata do Prémio Peter Pan da IBBY”.
Uma outra actividade que muito tem cativado os alunos e, também, contribuído para a leitura de periódicos é o concurso “Um leitor com Super Visão”. Basta ler com olhos de lince a revista “Visão Júnior” do respectivo mês e responder a um questionário.
Fomos à procura da aluna com melhor Super Visão, até ao momento, que nos confidenciou: “Estou sempre atenta aos placares da biblioteca ou vou à plataforma Moodle, onde posso consultar o questionário do mês. Já ganhei vários tipos de prémios, como livros e posters, mas para mim o importante não é ganhar, mas sim participar e saber mais.”(Isabel, 7º F)
A biblioteca também se enche de vida quando conhecemos a outra face dos livros, nos encontros com os escritores, que, nas palavras da professora Tina, são “sempre uma forma aliciante de culminar um trabalho de leitura e exploração das suas obras”. Em Março, mergulhámos no mundo d’O peixe azul e de outros tais com Margarida Fonseca Santos, que nos deixou o seguinte comentário no blogue: “Hum… Para mim foi um dia inesquecível. Diverti-me, comovi-me, partilhei segredos e experiências, mergulhei nos desta escola. Agradeço-vos a todos o carinho, o empenho, o trabalho e os sorrisos.”
Visita à distância de um clique
Onde quer que nos encontremos, basta entrar no site do Agrupamento Mosteiro e Cávado e facilmente acedemos à biblioteca – clicamos no quarto link do lado esquerdo e já está!
Aí, encontramos informação sobre a sua organização e funcionamento e podemos pesquisar no catálogo online o livro de que a professora de Língua Portuguesa tanto falou. Ainda podemos consultar outros documentos, como o guião de trabalho de pesquisa para a disciplina de Área de Projecto, as obras de leitura orientada do PNL, as edições do boletim informativo, o blogue – http://becre-cavado.blogspot.com/ – e aceder à plataforma Moodle da biblioteca.
Ao percorrermos os cantos e os recantos, ao mostrarmos os rostos, ao desvendarmos a paleta de actividades e ao visitarmos o espaço virtual, mostrámos que há vida na nossa biblioteca, “um espaço em permanente movimento”, na opinião da professora Luz Sampaio.
Texto de DJúnior com Visão
Professora responsável: Márcia Costa
[1] José Vaz,
in José António Gomes (Coor.),
O Rosto do livro, (2000), Câmara Municipal de Gondomar – Pelouro da Educação e Cultura, p.27.
[2] Eliacer Cansino, in Mensagem do 2 de Abril, Dia Internacional do Livro Infantil, tradução de José António Gomes.
[3] “Dolce Fare niente”, in Teresa Guedes, Tu Escolhes, (2007), Lisboa: Editorial Caminho, p.18.