Um dia, estava eu debaixo de uma árvore a ler, muito concentrado, a história de um menino que naquele momento atravessava uma floresta sombria. De repente senti um rugoso ramo de árvore sobre os meus braços a puxar-me. Tudo à minha volta ficou esquisito e misterioso…, por isso decidi explorar tudo ao pormenor. Para onde quer que olhava só via árvores.
Depois de muito andar, encontrei um animal invulgar. Tinha asas rectangulares que faziam um som familiar. Tinha um bico comprido e o seu corpo tinha a forma de uma folha bastante recortada.
Veio directo a mim e perguntou-me se eu estava perdido. Fiquei um pouco atrapalhado, mas mesmo assim respondi-lhe que sim. Em seguida perguntei-lhe o que ele era ao certo e ele respondeu-me que não sabia, mas que tinha uma missão. Eu fiquei intrigado e atrevi-me a perguntar-lhe que missão era a sua. Ele não foi muito claro, mas percebi que era muito importante. Não tive tempo para saber mais, uma grande rajada de vento arrastou-o de súbito e desapareceu… Fiquei furioso! Que missão seria aquela?
A raiva fez-me despertar para a realidade: na verdade eu não vivera aqueles momentos! Apenas julgara vivê-los ao lê-los! O vento que senti não era mais do que o do virar da página! Para reencontrar aquele animal misterioso talvez só precisasse de continuar a ler com muita atenção!
Foi fácil, aquele livro era mesmo muito cativante! Comecei logo a ouvir uma voz grossa atrás de mim. Olhei para trás e… nem queria acreditar! Uma árvore estava a falar comigo!
– Ei, tu aí! Estavas a fazer má cara a ler esse livro. Não achas a história engraçada?
Fiquei novamente muito atrapalhado, porque uma árvore a falar é bastante assustador, mas respondi:
_ Não, é que algum insecto me deve ter mordido porque senti uma picada e tenho o braço inchado.
– Mostra cá essa picadela.
Não sabia muito bem como fazê-lo, experimentei, a medo, encostar o braço à árvore.
-Ah! Foi o Pacarpel. É um pequeno insecto que vive comigo. Ele não é mau, tira nutrientes das árvores, para fabricar papel. Com ele ninguém precisa de nos cortar para o fabricar.
– Como é esse Parcapel ? _ perguntei eu, desconfiado.
– Tem asas rectangulares que produzem um som semelhante ao da tua mão a roçar as folhas do livro.
– Onde o posso encontrar?
E a árvore lá me contou o segredo…
De repente senti garras a cravarem-se nas minhas pernas.
-Xaninha o que estás aqui a fazer? Tu também entras nesta história?
Olhei para as minhas pernas e vi a arranhadela da minha gatinha, mas no meu braço nem sinal da picadela do Parcapel !
-Espera…voltei a mim! O segredo…tenho que fazer o que a árvore disse o quanto antes!
Procurei logo à minha volta e encontrei uma grande variedade de folhas. Mas houve uma que me chamou a atenção, era bastante recortada… decidi pegar nela…
-Ai! Picou-me! É um deles, é um Pacarpel! Eles existem na realidade! Agora sei que com a ajuda destes bichinhos vou mesmo poder ajudar a salvar algumas árvores! Contem comigo amigas!
6ºD da Escola Básica nº 2 de Aguada de Cima
Professora: Judite Oliveira