Acordei sobressaltado. Já não havia paredes, nem quadros, nem roupeiro… A minha estante com os meus livros favoritos desaparecera. Até o meu cartaz dos “Metallica” evaporara-se! (imaginem o que poupei para o comprar)! Só restava eu! De pijama às riscas azuis e vermelhas, trazia na cabeça um chapéu de mágico e, na mão direita, uma varinha como tinha visto no filme do “Harry Poter”. Mas não era tudo! Quando tentei andar, o meu corpo elevou-se no ar e comecei a voar.
Voei durante uma manhã inteira. Então, avistei ao longe uma ilha verdejante, com rios, montes e praias de areia branca. Deixei-me levar pelo encanto da ilha e parti à sua descoberta. Naquela ilha, tudo era perfeito… Desciam as encostas rios de água límpida e cristalina, animais passeavam-se livremente pelos prados, as florestas exalavam um perfume adocicado, fresco e leve (nada parecido com o jardim à frente de minha casa)! Continuei a explorar. Com a ajuda da minha varinha transportei-me rapidamente até ao cimo da montanha mais alta. Vi então o povo daquela ilha. Viviam em paz e harmonia. Habitavam pequenas casas muito simples, rodeadas de hortas e pomares. Partilhavam tudo o que cultivavam. As crianças tinham escola ao ar livre e algumas brincavam alegremente.
-Miguel! Miguel! Miguel José! Acorda! Já são horas! Olha que o autocarro não espera!
Abri os olhos. Percebi que era tudo um sonho. Se eu fosse mesmo mágico fazia com que o meu sonho se tornasse realidade.
-Abracadabra!