Era um dia muito chuvoso e eu não sabia o que fazer.
Tinha muitos livros, mas já os tinha lido todos, tinha vários jogos, mas não tinha com quem jogar, não sabia mesmo o que fazer. Os trabalhos de casa estavam feitos, não havia nada para arrumar. Então decidi ir dormir uma soneca. Foi então que comecei a sonhar. Estava num vale cheio de árvores verdinhas, relva fresca e riachos de água cristalina.
Mas de repente algo rugiu. Olhei, olhei de novo, várias vezes, para todos os lados para ver se via alguma fera, mas não! Devia ser algum pássaro. Foi então que o chão começou a tremer e à minha frente apareceu um animal com uma cabeça pequena, um pescoço gigantesco e um corpo gordo. O que seria? Um sauropote!?
Levantei os braços e o tempo parou. Não havia vento, as árvores não se mexiam e a água dos riachos não corria.
Senti arrepios ao olhar para cima, na direcção da pata levantada do sauropote, do enorme dinossauro, que se mantinha no ar, mas ele não se mexia.
Aí, levantei-me e comecei a correr, atravessei o riacho sem me afundar. Foi então, que passei a mão pela testa e não sei o que se passou; um arzinho bateu-me na cara.
Onde é que eu estaria? A sensação era de medo!
Será que eu tinha o poder de fazer parar o tempo? Fantástico! Porque quando levantava os braços, o tempo parava e tudo o resto que os olhos não conseguem abarcar, à face da Terra.
Só eu conseguia ter mobilidade e sensações que eram negadas a todos os demais. De repente, senti-me um herói e ao mesmo tempo um verme, pois não tinha ninguém com quem interagir.
Que monotonia! Será que é isto que eu quero?
Não! Sem amigos não sou ninguém! – Pensei.
Então, para não sofrer mais, decidi correr em frente para tentar chegar ao presente. Mas senti-me tão cansado!
Decidi parar para descansar. Onde estaria?
Olhei e, à minha volta, as árvores estavam pretas, os rios e lagos não tinham água, e a natureza apresentava-se maltratada. Parecia que tinha havido um incêndio e que tinham desperdiçado toda a água que havia antes.
As lágrimas desceram-me à cara, em sinal de tristeza, de horror de… Era inacreditável, ter tanto trabalho para nada, tentarmos fazer de tudo para agora isto acontecer.
Não sei, não sei! Onde estarei? Será que ainda estou no passado, no presente ou no futuro? Era claro que estava no futuro porque antes, nada era assim.
Levantei o braço para pentear o cabelo e por magia, as árvores começaram a florir, as cascatas a lançar água e os encantadores assobios dos pássaros voltaram a ouvir-se. Mas como poderá isto ter acontecido? Não sei! Mas olhem que eu gostaria bem de saber!
Com um pouco de esforço regresso ao presente.
O meu poder desapareceu e eu fiquei de novo um ser humano normal.
Olhei à minha volta e reconheci o meu lar, a minha bela casa.
A minha família olhou-me e perguntou simplesmente se não estava atrasado para ir para as aulas.
Eu ainda estava meio confuso de tantas e enormes sensações, após uma noite tão intranquila.
Mas nada disse porque afinal comecei a perceber que não tinha passado de um sonho. Ou será que foi um pesadelo?
Turma: 6ºB
Oficina de Escrita
Márcio Teixeira; Mariana Pinto; Jéssica Pires; Clara Lopes;
Ariana Frutuoso; José Branco;