Menção Honrosa
Os vencedores da iniciativa Agora o Escritor És Tu! continuaram o livro “A inaudita guerra da avenida Gago Coutinho”, fizeram perguntas muito giras ao escritor Mário de Carvalho.
Apesar da água mágica do Rio Letes que, supostamente, deveria ter feito esquecer os acontecimentos daquele dia, o Comissário Nunes tinha esporadicamente sonhos que considerava serem muito estranhos. Estes sonhos tinham como protagonistas ele próprio e vários homens com fatos de Carnaval e todos eles pareciam estar envolvidos numa guerra caótica na Avenida Gago Coutinho. O mais estranho disto tudo é que a guerra lhe parecia tão real que chegava a ser assustador.
Certo dia, quando os sonhos se tornaram cada vez mais frequentes, o Comissário Nunes decidiram contá-los ao Capitão Soares. Este ao início não acreditou no comissário e achou que ele devia estar com alucinações, mas, posteriormente, também ele começou a ter uns sonhos bastante idênticos aos do colega de trabalho. Ao contarem as suas histórias um ao outro, os dois funcionários da polícia aperceberam-se de que as duas juntas se complementavam, já que cada um tinha a sua versão dos acontecimentos. O único facto comum que aparecia sempre nas suas visões eram aqueles homens que pareciam vindos de uma loja de artigos de Carnaval ao estilo árabe.
Depois de trocarem os seus pontos de vista sobre o que poderiam significar aquelas aparições, decidiram contar a mais pessoas para verem se alguém conseguia esclarecer as suas dúvidas. Uma coisa era certa, aquele dia em que estavam na Avenida Gago Coutinho sem saberem porquê ainda estava por explicar e o cenário era o mesmo. Na opinião do Comissário Nunes eram coincidências a mais mas valia a pena esperar pela opinião de outras pessoas.
Resolveram então contar as suas fantasias, mas todos acharam que estavam apenas a contar-lhes uma anedota para aliviar o ambiente que se vivia na esquadra. Eles sentiram-se muito constrangidos porque tinham sido sinceros com os colegas, mas estes pensaram que era uma brincadeira!
Embora soubesse que provavelmente iria ser novamente castigada, a Deusa Clio ao aperceber-se do grande dilema que estes dois oficiais viviam, decidiu agir. Clio desceu à Terra e dirigiu-se à esquadra de Lisboa e perante todos aqueles homens resolveu esclarecer toda a história da guerra na tão conhecida Avenida, arranjando assim explicação para os sonhos do Comissário Nunes e do Capitão Soares.
Todos eles ficaram deslumbrados com a beleza da Deusa, mas principalmente com a revelação da Musa da História. Clio fê-los garantir que não contariam nada daquele episódio a ninguém, regressando assim a casa com a promessa de que voltaria para visitá-los.