Menção Honrosa
CENA XI
Violeta, Rei e Bobo
(Leandro passeia de braço dado com sua filha Violeta no jardim do palácio de Reginaldo. Entra o Bobo observando os dois)
BOBO (para o público): Oh! Que lindo quadro. Até me apetece cantar.
Está Rei Leandro feliz
Dão-se tão bem filha e rei
Mas algo aqui dentro me diz
Que mais choro não ouvirei
Quando as irmãs souberem
Do perdão de Violeta
Digam o Façam o que disserem
Não têm a mesma faceta
O pai as perdoará
Pelo amor que lhes tem
Sempre as amará
Ajam mal ou ajam bem
(O Rei Leandro senta-se e Violeta dirige-se ao Bobo)
VIOLETA (ordenando): Quero oferecer algo ao meu que seja do seu agrado. Vai, conversa com ele e depois vai comprar. (com convicção) Não olhes ao dinheiro. A sua felicidade é tudo para mim.
BOBO: Está bem, sua alteza. Darei o meu melhor. (aparte) Vai ser bonito, ele está cegueta, mas nunca foi burro. Ainda me dá umas chibatadas.
(Dirige-se ao Rei e conversam)
REI (ouve passos): És tu Bobo?
BOBO (receoso): Sou. (Senta-se a seu lado)
REI: Sabes Bobo, desde que fui acolhido pela minha filha Violeta tenho pensado que nunca mais ofenderei ninguém, nem a pessoa mais pobre do reino. Violeta ensinou-me o valor do amor e do perdão. (pausa). Daqui a uns dias faço anos. A melhor prenda seria reconciliar as minhas filhas. Então poderia morrer feliz.
BOBO (aparte): Deve estar mesmo a morrer ou a comida fez-lhe mal. Nem eu o reconheço. (Dirige-se a Violeta para lhe contar o sucedido. Depois entra o Príncipe Reginaldo)
VIOLETA (incrédula e emocionada, para Reginaldo): O maior desejo de meu pai é reconciliar as filhas. (Começa a chorar de emoção. Reginaldo abraça-a)
PRÍNCIPE REGINALDO: Acho que seria uma grande prenda de anos.
VIOLETA (para Bobo): Chama as minhas irmãs e prepara os festejos do aniversário.
Cena XII
Final
Os mesmos, criados e irmão de Violeta
(Dia de aniversário do Rei Leandro. O Bobo entra no salão. Violeta está sentada perto do Rei e de Reginaldo. O Bobo dirige-se a Violeta acenando com a cabeça. O Rei apercebe-se que são os passos do Bobo)
REI (curioso): Que fazes aqui Bobo? Fazes alguma graça? Alguma pirueta? Não te vejo mas conheço o teu andar.
BOBO (admirado): Sou, sou eu. (Disfarça) Quase tropeçava.
(Violeta anuncia uma surpresa para o pai. Manda chamar as irmãs)
REI: Sinto que algo estão a tramar alguma. Deve ser esse Bobo desengonçado.
(Entra Hortênsia e Amarílis e abraçam seu pai. Este apercebe-se que são suas filhas e deixa cair uma lágrima. Violeta junta-se a suas irmãs)
REI: Agora posso morrer em paz.
(As luzes diminuem. O Bobo afasta-se da cena e dirige-se ao público)
BOBO: No dia do seu aniversário, o rei recebeu a melhor prenda que um pai pode desejar: a união da família.
(Cai o pano)