Nesta história, há um marinheiro que, por ser muito distraído, perde o barco todos os dias, e então fica no cais a olhar a lua. Um dia, descobre que ela é um barco e resolve partir para “sítios, indistintos e distantes”.
– Achas que ele terá viajado até à Antártida?- interrompi eu, muito curiosa.
– Sim, de certeza que ele viu os icebergues e os pinguins com o seu fato de cerimónia preto e branco. – concordou o escaravelho. – Mas deve ter sentido muito frio e, por isso, talvez tenha ido até ao Brasil participar no Carnaval ou conhecer a maior floresta do mundo – a Amazónia.
– Também poderia passar perto dos gigantescos embondeiros, em Madagáscar, e brincar às escondidas com aquelas meninas que gostam de andar com lémures às costas.
– Ou então, procurar uma grande catedral gótica, como a de Colónia, na Alemanha, e subir a uma das suas torres, que têm 157 metros de altura. Aposto em como o marinheiro encontraria luas nos seus vitrais e nas suas cúpulas.
– Já agora, também podia escalar as montanhas da Sibéria e depois descansar no palácio de Santa Catarina. – Sugeri eu, entusiasmada.
– Onde ele descansaria mesmo bem era numa praia da Austrália. – Defendeu o Escaravelho.
– E se distraísse a observar os surfistas, até poderia descobrir que eles usam umas luas para furar as ondas. Acho que até se tornaria um marinheiro surfista!
Leonor Rodrigues Tomaz
9 anos