Cartaz para as bibliotecas
Manuel António Pina nasceu no Sabúgal (Guarda) há 67 anos. Estudou Direito, mas seguiu a carreira jornalística, nas páginas do “Jornal de Notícias”. É escritor, venceu o prestigiado Prémio Camões, mas não gosta de se apresentar como tal. “A literatura não é uma profissão, para mim é uma devoção”, costuma dizer. Já publicou cerca de quatro dezenas de livros, a maioria literatura infanto-juvenil e poesia. “O País das Pessoas de Pernas para o Ar”, a primeira obra que publicou, em 1973, foi agora re-editada.
Eis quatro dos muitos livros por ele escritos:
Os Piratas (1986)
O protagonista tem o mesmo nome do autor, mas esta não é uma história autobiográfica. Este Manuel vive numa ilha mas, a partir de certa altura, a realidade e o sonho começam a misturar-se. E lemos frases bonitas como estas: “Há pessoas que não acreditam em ilhas. Acham que as ilhas são coisas inventadas, em que só se acredita quando se é criança. Por isso, chega um dia em que julgam que já não são crianças e deixam de acreditar em ilhas.”
O Inventão (1987)
Como sabes, o Manuel António Pina é um grande poeta; aliás, ganhou este ano o Prémio Camões 2011, o maior galardão literário dedicado à língua portuguesa. E ele sempre gostou de usar versos nos seus livros infantis. Este título também tem a ver com a maneira como ele inventa versos muito originais, que brincam com as palavras.
Pequeno Livro de Desmatemática (2001)
Achas que os princípes e os feiticeiros são os melhores personagens dos livros? Pois bem, aqui nesta obra os heróis de serviço são os números, as contas, os sinais de somar ou de subtrair… O Manuel António Pina resolveu tratar estes elementos da matemática como gente. E é assim que o zero, os números negativos ou os números imaginários têm sentimentos, defeitos ou sonhos como qualquer um de nós.
História do Sábio Fechado na sua Biblioteca (2009)
Este homem sábio julga que sabe as respostas para tudo, porque vive rodeado de livros cheios de conhecimentos. Ele bem gostava que alguém lhe colocasse uma pergunta à qual ele não soubesse dar a resposta, mas isso nunca acontece. Quando sai cá para fora, para o mundo real, o sábio descobre que, afinal, os seus conhecimentos têm limites. Ou seja, nunca é possível saber tudo sobre o mundo.