Podes participar Individualmente, a pares ou em grupo, envia as tuas perguntas para a escritora Luísa Ducla Soares até dia 6 de Abril.
Como participar
Os leitores e turmas devem enviar as perguntas que gostavam de ver respondidas pelo escritor do mês para
escritoresjunior@impresa.pt .
Todos os meses serão seleccionadas as três perguntas mais originais e os seus autores (se tratar de um grupo ou turma, irá apenas um representante) farão pessoalmente uma entrevista ao escritor. A entrevista será realizada, sempre que possível, na sua casa ou no local onde costuma trabalhar e será publicada na nossa revista.
Outra forma de participação poderá ser através de vídeos com dramatizações, recontos e textos biobibliográficos, com o máximo de 800 caracteres, sobre o trabalho e vida do autor do mês. Estes trabalhos serão escolhidos e publicados aqui no site.
Não se esqueçam de colocar o nome, morada e contacto telefónico.
Esta iniciativa chama-se “Conheço um escritor” e é promovida pela VISÃO Júnior, em parceria com o Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares.
Seleccionámos algumas questões dos nossos leitores para o escritor António Mota. Ficam as respostas:
Gostava de ser alguma personagem dos seus livros? Qual?
Turma E, EB do Caldeiro, Estremoz
Não gostava, embora me identifique com uns. Lembro-me que criei um personagem no livro Os Sonhadores. Uma velhota cega… Estava a escrever e não suportava aquela velhota, era muito má, batia na empregada. Quando ela estava a bater na empregada eu estava a ver e tinha que dizer o que estava a fazer (porque quando estou a escrever faço o que eles dizem). Eu chamava nomes à velha. Lembro-me de um homem gigante do meu livro Pardinhas. Um dia disse à minha mulher: “Ele vai morrer!” Porque às vezes nos meus livros os personagens morrem, dizem que sou muito matador. Também há outros que nascem. É a vida. E a minha mulher pediu-me: “Não o mates.” Andei aí 15 dias para arranjar forma de ele não bater a bota. São personagens que gosto muito.
Em Pedro Alecrim porque escolheu a freguesia do Pragal?
6º D, EB Sebastião da Gama, Estremoz
Gonçalo Agostinho, 6.ºD e João Palma,5.ºA, EB 2,3 Poeta Bernardo de Passos, S. Brás de Alportel
Ângela Guimarães e Juliana Pereira, E/B 2-3 de Viatodos, Barcelos
Existe uma propriedade que pertence aos meus pais e que se chama Pragal. Acho muito bonito. Digamos que transformei Pragal numa aldeia. O mais engraçado é que recebi na Internet um trabalho de uns colegas vossos com as ruas do Pragal. Mais tarde soube que existe em Almada um sítio chamado Pragal. E os miúdos acharam que foi lá.
Quando escreve, o seu estado de espírito influencia o enredo das suas histórias? Rita Alves e Beatriz Freitas, Fafe
Acho que não, mas talvez sim. Lembro-me de escrever um livro chamado Se tu visses o que eu vi – que é um livro de parvalheira, de risota, que os miúdos mais novos adoram – no Inverno (sabem não gosto de escrever na Primavera, não me consigo concentrar. Não sei explicar, talvez tenha a ver com a natureza. Gosto do Outono, começa a chover, cheira a molhado, as folhas a caírem). Foi no inverno que escrevi esse livro e andava um bocado deprimido. Escrevi-a aquelas histórias, sabia que ia provocar boa disposição mas eu estava tristonho, portanto, isso não quer dizer nada…
Escreve sobretudo para si ou para os outros? Instituto Educativo do Juncal
As duas coisas. Em primeiro lugar, escrevo para mim. Mas sei que estou a escrever para ti, para muita gente. Ao escrever para ti, também sou leitor. Escrevo para os outros, para as pessoas gostarem de ler e sobretudo para que gostem das minhas histórias. Mas também compreendo se houver alguém que não goste.
Costuma dar a ler a algum amigo as suas obras antes de as enviar para a editora? Rodrigo Rosário Ferreira, 5.º A, EB 2,3 Poeta Bernardo de Passos, S. Brás de Alportel
Não, mando para o meu editor (os editores são as pessoas que publicam os livros. Às vezes eles têm um grupo de pessoas que leêm as histórias e dizem se gostam ou não). Não mostro a ninguém, dá azar. Gosto de pôr tudo direitinho, sem erros.
Se tivesse a possibilidade de escrever um livro em parceria com outro escritor quem escolheria? Instituto Educativo do Juncal
Um escritor que gosto muito e que já esteve aqui a fazer-me uma entrevista porque também é jornalista no Diário de Noticias. Se ele aceitasse ia convidar o Francisco Duarte Mangas. Gosto muito dele como pessoa e do que escreve.
Lê obras de outros escritores? Se sim, qual gosta mais? Identifica-se com algum? 9º A, Escola Básica de Távora, Arcos de Valdevez
Gosto de ler tudo, leio português e outros autores, escritores que escrevem para crianças. Tenho de estar a par de tudo, agora é mais difícil publicam-se muitos livros por dia. Quando vou a uma livraria, às vezes venho muito desanimado. Penso “Meu Deus, não vou ter tempo para ler isto”. Mas a vida é feita de escolhas, não podemos ter tudo.
Prefere escrever à mão ou no computador? Ubirajara Daniel, 8 anos, Centro Escolar José Pinheiro Gonçalves, Monção
Antes escrevia na minha máquina. Tec, tec! Depois passei para o computador. À mão raramente escrevo.
A professora disse-nos que quando o António escreve, parece estar a “brincar com as palavras”. Faz isso?
1.º ano da EB1 de Sever do Vouga
Sim. As palavras são muito engraçadas, mudam de sentido quando nós quisermos. Há certas palavras que têm um significado, mas por uma história qualquer começam a ter outro. Já viram os nomes que se dão ao dinheiro? Não tenho massa, Não tenho pilim, Não tenho cheta… Gosto muito do som das palavras.
A sua família ajuda-o a construir as histórias?
Ana Marta Dias, EB 2, 3 de Lamaçães, Braga
Isso é que era belo. Há certas coisas em que estás sozinho, escrever é uma delas. Estás completamente sozinho como pessoa mas quando estás a escrever, é como ir ao cinema. Sento-me e ponho-me a olhar para o computador à espera que venha a história. Às vezes espero horas, mas estou lá sentado e, de repente, começam as coisas a acontecer. É a parte mais bonita da escrita.
Como se sentiu ao receber o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens em 1990?
André Martins,6.º D,EB 2,3 Poeta Bernardo de Passos, São Brás de Alportel
Foi uma aventura. Saí daqui todo arranjadinho para Lisboa. Quem me entregou o prémio foi o ministro da Educação da altura, o Eng.º Roberto Carneiro. Foi um grande reconhecimento.
Qual é o conselho que dá às crianças e jovens que querem ser escritores?
Ellie Kinch, 6.º D, EB 2,3 Poeta Bernardo de Passos, São Brás de Alportel
Se quiseres escrever tens de fazer três coisas: ler, ler, ler. Se não leres não consegues escrever. Quem não lê não tem palavras.
Se pudesse pôr toda a humanidade a ler o mesmo livro qual seria?
Débora Correia, Aveiro
Vou ser egoísta e pôr toda a gente a ler o livro que mais gostei, O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway. Ele viveu em Cuba. Quando lá fui, visitei o sítio onde ele costumava estar e foi muito bom. Foi um escritor muito importante para mim.
Cartaz para as bibliotecas
Todos os meses, a VISÃO Júnior disponibilizará aqui um cartaz sobre esta iniciativa, divulgando o nome do autor escolhido e as datas. O objectivo é que as bibliotecas o imprimam e o afixem na escola.
Para imprimir o cartaz deste mês clica no