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Paulo Matos afadigava-se em múltiplos ensaios para se apresentar num concerto de Ano Novo no Teatro Circo. A grande preocupação dos alunos era a afinação dos instrumentos para que tudo saísse perfeito.
– Vamos, mais ânimo e atenção! -pedia o maestro.
Uma vozita interveio:
– Por favor, professor, preciso de resina para o meu arco. O som está a sair um pouco fraco.
Depois de resolvidos todos os problemas, a orquestra tocava harmoniosamente e o maestro saboreava as deliciosas melodias.
Entre os ensaios e as aulas, o músico via-se com dificuldades em arranjar tempo para as provas do seu novo fraque, que mandara fazer em Lisboa, num alfaiate afamado. Todos ansiavam o ensaio geral que teria lugar no Teatro Circo, há pouco remodelado. As condições acústicas seriam excelentes e a beleza da sala ofuscaria as pessoas que lá se encontrassem. Finalmente chegou o momento tão esperado, o do ensaio geral. O nervosismo pairava na sala, mas todos se esforçavam e as músicas saíram maravilhosas. Os poucos assistentes da comunidade escolar estavam deslumbrados.
– Estes meus alunos ultrapassaram as minhas expectativas! _ manifestou o maestro orgulhoso .
O dia do espectáculo estava próximo e os pequenos músicos pressionavam os pais para que os seus trajes estivessem impecáveis para a festa. O grande momento chegou! A escola estava um alvoroço.
Todos os funcionários andavam de um lado para o outro transportando os instrumentos que uma carrinha levaria para o local da audição. No rosto dos instrumentistas estampava-se uma mescla de alegria e ansiedade. Entretanto, Paulo Matos verificava as partituras, quando deu conta do desaparecimento da batuta. A todos que por ele passavam inquiria:
– Alguém sabe onde guardei a minha batuta? Desapareceu…
No palco gerava-se o pânico. Como iria o maestro dirigir a orquestra?! Já se falava do cancelamento do concerto.
Numa última tentativa, Paulo Matos telefonou à sua mulher a ver se a batuta se encontraria lá em casa. Madalena revirou a casa do avesso e, para seu grande espanto, ela encontrava-se caída entre duas almofadas do sofá.
– “Acabou-se o meu sossego! Estava tão quentinha e aconchegada!…” pensou a batuta.
O concerto foi maravilhoso! A imprensa fez eco disso. Saíram notícias de primeira página no Correio do Minho, Diário do Minho e na Visão Júnior. Foi igualmente transmitido pela Antena Minho.
– O que seria do concerto sem mim?! Realmente faço muita falta! – gabou – se a batuta.
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