Como a própria palavra indica, um estreito é algo apertado. Neste caso, trata-se de uma ligação marítima, uma espécie de canal natural que liga o oceano Atlântico ao oceano Pacífico, lá muito em baixo, na ponta da América do Sul.
Mas não penses que a travessia do estreito foi fácil! Demorou mais de um mês – até 28 de novembro – e esteve carregada de aventuras, perigos e medos. Às vezes, um dos navios era enviado à frente para explorar o caminho, outras vezes eram os marinheiros de uma das naus que se revoltavam porque queriam voltar para trás…
Perigo à vista!
O estreito tinha imensos rochedos perigosos, onde os navios podiam encalhar, e à noite viam-se fogueiras acesas nos montes das margens pelos povos que ali habitavam. Por isso os aventureiros chamaram Terra do Fogo àquela região. E deram o nome de Patagónia a toda a zona, porque os tais habitantes eram de elevada estatura e pareciam-lhes ter os pés muito grandes. Eram os «patagões»!
Vencidos os problemas do estreito, as naus de Magalhães entraram por fim num oceano onde os europeus nunca tinham navegado, e portanto completamente desconhecido. Como, por acaso, não apanharam nenhuma tempestade, chamaram Pacífico a esse “novo” oceano. É esta a explicação do nome que aquela enorme massa de água continua a ter.
Nessa altura, Fernão de Magalhães não sabia que iria ser morto num combate, nas Filipinas, do outro lado do Pacífico, em 21 de abril de 1521.
Um português famoso
Como deves saber, Fernão de Magalhães comandava a expedição que daria a primeira volta ao mundo, entre 1519 e 1521. Ele era português, mas fez a viagem ao serviço da Espanha, porque se tinha zangado com o rei de Portugal. Muitos dos marinheiros que o acompanhavam eram também portugueses.
Como morreu a meio da aventura, não concluiu pessoalmente a circum-navegação do mundo, mas a única nau que sobreviveu haveria de regressar a Espanha no dia 6 de setembro de 1521, aproximadamente dois anos e um mês depois da partida.
Fernão de Magalhães é um dos portugueses mais famosos no mundo. O seu nome foi dado a muitas coisas. Por exemplo, a uma sonda espacial, a uma cratera de Marte, a um sistema de GPS, a um modelo de computador e até a uma espécie de pinguim (para não falar novamente do estreito… de Magalhães)!