Aos 15 anos, Gustavo Ribeiro venceu em São João do Estoril, no Parque Gerações, no passado dia 9 de abril, a quarta e última etapa do circuito nacional de skate (DC Skate Challenge by MOCHE).
Ainda assim, não se sente “o maior”. Na sua opinião, uma das mais importantes qualidades de um skater é a humildade: “É fundamental termos sempre respeito por quem sabe mais, sabermos ouvir e nunca acharmos que já não temos nada a aprender.” Palavras de um campeão que treina pelo menos quatro dias por semana, quatro horas por dia. Isto em tempo de aulas, porque nas férias é “de ma- nhã à noite, todos os dias!”, conta.
Esse é sem dúvida um dos segredos para os bons resultados: “Muito treino, repetir muitas vezes, nunca desistir. A minha pica pelo skate, a vontade de fazer sempre mais e melhor, é que torna possíveis os bons resultados.” Isso e ter começado cedo: “Recebi o meu primeiro skate aos cinco anos.
Lembro-me muito bem, foi o meu tio que mo ofereceu no Natal. Eu e o meu irmão começámos a gostar tanto que o meu pai inscreveu-nos numa escola de skate. Desde então, nunca mais parámos.”
O irmão gémeo de Gustavo, Gabriel Ribeiro, também é um talento no skate. Treinam juntos e entram os dois em competição. “Apoiamo–nos muito, damo-nos mesmo bem”, conta. Entraram pela primeira vez em provas aos sete anos.
A competição é importante para Gustavo, por várias razões: “Claro que tudo começa por querer divertir-me, mas competir faz parte e motiva-me. É onde posso mostrar que evoluí e ganhar notoriedade.
E é em competição que as marcas nos veem.” As marcas de material desportivo, vestuário e calçado, ligadas ao mundo do skate, patrocinam os skaters mais conhecidos. Gustavo já recebe um “ordenado” vindo desses patrocínios.
As manobras do campeão
OLLIE
É a base de quase todas as manobras. Para assumires a posição perfeita, coloca o pé que usas à frente logo atrás dos parafusos da frente do skate e o pé de trás no meio do tail do skate. Depois, a perna traseira empurra o tail contra o chão, o pé da frente raspa na lixa em direção ao nose da tábua e os ombros e braços ajudam na impulsão e no equilíbrio. Depois e só rolar o skate.
TIC-TAC
Quando giras o skate, ora 45 graus para a esquerda, ora 45 graus para a direita, para ganhar velocidade, estás a fazer o tic-tac. Aqui o importante é saber girar bem os ombros e as ancas, pois são eles que te vão ajudar a manter o equilíbrio e a ganhar velocidade.
FLIP
O skate faz uma rotação como um parafuso (uma pirueta) debaixo dos pés. A base desta manobra é o ollie. A colocação dos pés é muito semelhante à do ollie, mas coloca a ponta do pé da frente mais no meio do skate (junto aos parafusos da frente) e quando fizeres o impulso, em vez de parares o pé no nose, chuta com mais força de maneira a que o pé saia do skate e faça a rotação pretendida.
GRINDS
Ganha velocidade e desliza com os eixos do skate por cima de um corrimão ou muro. O truque aqui é manter a cabeça numa linha paralela à linha do corrimão, para que não percas o equilíbrio.
Texto: Ana Esteves
Fotos: José Oliveira