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Meio dia: os 40 metros de altura do Penedo da Amizade, em Sintra, vivem os últimos momentos de paz antes da invasão dos 20 escaladores da Escola St. Julians. Gonçalo Soares, 9 anos, devora mais rapidamente a altivez do penhasco do que a sanduíche de queijo: “É tão grande. Não sei se vou conseguir!” Em desvantagem perante o adversário, mede os obstáculos: “Nem quero pensar nas vertigens. Se as árvores fossem mais altas, sempre podíamo-nos agarrar aos troncos.”
Protegidos como manda a lei do alpinismo, os candidatos estão prontos para uma subida de adrenalina. Equipado a rigor, Tom Rowlands, um inglês de 11 anos, toma o lugar da frente na fila. É a segunda vez que faz escalada, mas os penedos de Sintra prometem muito mais emoções do que uma parede artificial de 3 metros num parque de diversões. “Estou nervoso. Esta rocha não é brincadeira!”
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Na escalada, todos os cuidados são poucos. “Não podem segurar-se às árvores e a corda deve estar sempre no meio dos braços. Entendido?”, pergunta o monitor, Bruno Carvalho. As cordas fazem subir o corpo. Protecções metálicas, cravadas na pedra, dão as pistas de direcção. Os pés e mãos escolhem o melhor caminho. Quanto mais numerosas as imperfeições do penedo, mais fácil é a escalada. “Fazem uma espécie de escada e os buracos servem de travão”, explica o monitor. Mas atenção à postura: “Costas e pernas direitas, calcanhares na rocha e movimentos alternados.”
No Cume da Amizade, Tom ergue os braços vitorioso. Ainda deslumbrado pela sensação de liberdade, o novo explorador relembra o momento mais próximo do céu. “Foi fantástico. Quero escalar mais vezes. Lá em cima vê-se tudo: a serra de Sintra, o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros.” Para trás ficam alguns arranhões: marcas heróicas de quem arrisca lançar-se à aventura.
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Enquanto uns trepam, outros regressam a terra. “Aguenta-te firme! Só faltam dez minutos”, encoraja o monitor Afonso Silva a um rapeleiro. Depois da perícia da escalada, segue-se a emoção do rappel. “Um desporto mais radical. A velocidade é determinada pela força da gravidade e não pelo esforço físico”, explica o monitor. O equilíbrio é uma regra de ouro. A segurança está nas mãos de cada rapeleiro. “Pernas flectidas na rocha e corda segura para ganhar direcção é essencial para descer sem problemas.”
Equipados a rigor
![escalada-4](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/11/6242454escalada-4.jpeg)
Capacete
Arnês na cintura
espécie de cinto que permite estar em suspensão e prender os mosquetões
Mosquetões
peças que fazem deslizar a corda e encaixá-la nas protecções metálicas
Oito
argola metálica; a única peça que não consta no equipamento da escalada; abranda o ritmo da descida, para que o rappel não se transforme numa queda a pique
Gri-gri
aparelho rolante manejado pelo monitor
Tope
uma espécie de âncora, que permite subir o corpo
Cordas de nylon presas em baixo por um gri-gri e cruzadas em cima num tope