Quem são elas? Para onde vão? As aves migratórias são aves que, no início do outono ou da primavera, percorrem milhares de quilómetros em busca de locais com mais alimento e mais propícios à postura dos ovos.
Enquanto algumas conseguem resistir ao frio dos meses de inverno, outras partem no início do outono, procurando paragens onde a primavera esteja a começar e aproveitando as correntes de ar quente para voarem mais alto e para mais longe.
Andorinha-dos-beirais
De Portugal para África do Sul

Quando as vemos, sabemos que a primavera está a começar! Estas pequenas aves chegam ao nosso país nessa altura do ano, para se alimentarem e procriarem. Constroem pequenos ninhos feitos de lama e saliva, forrados com musgo, penas e palhas.
Passam a primavera e o verão em Portugal e, em setembro, migram para sul. Viajam vários milhares de quilómetros, em direção a regiões como a África do Sul. Mais uma ave pequenina e tão forte!
Estorninho-malhado
Olha quem chega no outono

Enquanto no outono algumas aves partem de Portugal, outras chegam. É o caso do estorninho-malhado, que se distingue do estorninho-preto, que também cá vive, pelas abundantes manchas brancas nas suas penas.
O estorninho-malhado vive cá entre outubro e fevereiro, vindo da Europa Central e de Leste e da Escandinávia. É uma ave que gosta de voar em grandes bandos, que chegam a juntar milhares de indivíduos!
Se olhares para o céu, agora em setembro, é muito provável que vejas um destes bandos enormes.
Colibri-garganta-de-rubi
Percorrer 1600 quilómetros

Esta pequena ave, que mede apenas nove centímetros, mostra que mesmo os mais pequenos podem ter muita força. Com uma plumagem verde-metálica, os machos exibem na zona da garganta uma mancha vermelha, que lhes dá o nome.
Durante o verão, vivem na Costa Este dos Estados Unidos da América e do Canadá. No final do verão, partem para sul. Este caminho é feito numa zona mais central dos Estados Unidos da América, em direção ao Golfo do México.
É aí, no México (e também na Florida), que passam os seus invernos, em temperaturas mais quentes.
Abelharuco
Adeus, que acabaram as abelhas!

É das aves mais coloridas que fazem ninho no nosso país, e é inconfundível graças às suas cores amarelas, azuis e vermelhas e à sua mascarilha preta. Alimenta-se de abelhas e outros insetos e constrói os seus ninhos em ravinas de rochas arenosas.
O casal de adultos escava um túnel (que pode chegar a dois metros de comprimento!) onde põe os ovos. Em Portugal, é muito comum observar estas aves nos meses de primavera e verão.
Quando o outono se anuncia, rumam a sul, podendo chegar ao extremo do continente africano, à África do Sul.
Mocho-pequeno-de-orelhas
Inverno no Mali, Verão em Portugal

Também há aves carnívoras que migram! É o caso deste mocho. O seu nome faz referência a dois pequenos tufos de penas que tem na cabeça e que se assemelham a orelhas.
Chega a Portugal na primavera e fica até ao final do verão. Quando os dias ficam mais curtos, inicia a sua migração para África, passando o nosso inverno em países como o Mali e a Nigéria.
Andorinha-do-Ártico
A campeã da distância

Ora aqui está a vencedora no que diz respeito às migrações! Esta ave marinha de porte médio vive nas zonas perto dos polos do nosso planeta. Durante o verão, nidifica (ou seja, faz ninho) nas costas do oceano Ártico, no Polo Norte.
É aí que se formam os casais (que costumam ficar juntos a vida inteira) e nascem as crias, normalmente entre uma e três.
Com os dias a ficarem mais curtos, ou seja, no final do verão, iniciam a sua longa viagem. Começam a voar para sul, até chegarem aos mares da Antártida, no polo oposto! Há registo de aves que fizeram mais de 80 000 km anuais!
Este texto foi originalmente publicado na VISÃO Júnior n.º172