‘Esta casa parece uma selva!” É o que diz a avó dos irmãos Pedro e Miguel quando vai visitá-los. “Temos muitos animais”, explica Pedro. Além do periquito Kiko, “temos um papagaio, um canário, uma gata, duas cadelas, um cão, 10 peixes, um coelho… E já tivemos um esquilo que morreu e uma tartaruga que fugiu.” A lista parece interminável e todos são tratados com mil cuidados e atenções. “Fazem parte da família. Até damos uma prenda de Natal a cada um”, conta Miguel.
Apesar de gostar muito de todos, Pedro confessa que o seu preferido é o periquito Kiko, talvez pelo que sentiu quando esteve prestes a perdê-lo. “Um dia vi que ele tinha um fio enrolado, muito apertado, à volta de uma pata. Mostrámos ao veterinário e ele disse que era impossível tirar o fio mantendo a pata e que teria de ser amputada. Mas não sabia se ele sobreviveria. Fiquei muito triste”, recorda Pedro. “Até chorei.” Felizmente, Kiko conseguiu recuperar e cicatrizar. Ficou sem a pata, mas manteve um toco que lhe permite equilibrar-se. “Às vezes soltamo-lo e deixamos que voe um pouco pela sala. Gosta de poisar na nossa cabeça e dá bicadinhas entre os cabelos como se estivesse à procura de qualquer coisa”, conta Pedro. “E faz cócegas!”, acrescenta Miguel. Outra das atividades preferidas do periquito quando está solto é abrir a tampa de um pequeno balde de lixo, dando valentes bicadas no pedal. Kiko solto, gata Wendy presa, para que não haja desgostos. Amigos, amigos, instintos à parte…
Gostam de brincar?
Sim, são muito brincalhões. Adoram escadinhas, baloiços, desafios… Acreditas que há quem os ensine a andar de skate, usando os pequenos fingerboards?
O que comem?
Devem comer ração própria e, como complemento, sementes, fruta e legumes frescos. Devem também ter uma pedra de cálcio para bicar. Todos os dias precisam de ter água fresca.
É possível ensinar-lhes palavras?
Sim. Sobretudo os machos, têm capacidade de imitar sons e pronunciar palavras quando estas lhes são continuamente repetidas. São barulhentos e tagarelas.
Gostam de estar sozinhos ou acompanhados?
Acompanhados. Quando vivem em casal, coçam-se com o bico, fazem mimos um ao outro e até parecem discutir. Na gaiola, o casal precisa de uma casinha onde possam fazer o ninho. Na vida selvagem vivem em bandos.
Quanto tempo vivem os periquitos?
Vivem 10 a 12 anos. Mas, bem tratados, podem chegar aos 18!
São um bom animal de estimação?
Sim, são inteligentes, ativos e alegres, e é fácil habituá-los ao contacto com os donos. No entanto, quando estão no colo, deve-se ter muito cuidado para não os apertar. Ensiná–los a falar pode ser um desafio estimulante!
Como se distinguem machos e fêmeas?
Os periquitos têm na parte superior do bico umas narinas. Nessa zona (a que se chama cera do nariz), os machos adultos apresentam uma cor azulada, enquanto nas fêmeas é acastanhada, rosa ou acinzentada.