Os dinossauros surgiram há cerca de 233 milhões de anos e, durante mais de 160 milhões, foram os senhores da Terra. O planeta não era nada parecido com o que conheces. O clima era quente e húmido e abundavam florestas e plantas gigantes – mas imagina que não havia relva nem flores!
Pela Terra passeavam muitos dinossauros: uns eram ferozes caçadores, como o Tiranossaurus rex (T-rex); outros eram muito altos e alimentavam-se de plantas, como o braquiossauro. Outros ainda eram pequenos e tinham penas, como o Velociraptor.
É verdade que dominavam o planeta mas, a seu lado, viviam outros animais. No mar havia, por exemplo, tartarugas, tubarões e moluscos. Em terra, alguns mamíferos, mais ou menos do tamanho de ratos. Mas também por ali andavam insetos, como aranhas; anfíbios, como rãs; e pequenos répteis, como lagartos.
Até que, há 66 milhões de anos, um asteróide enorme caiu no nosso planeta. O impacto foi tão grande que originou incêndios gigantescos que destruíram florestas e levantou nuvens de poeira tão densas que taparam o sol, mudando o clima da Terra e levando à extinção em massa dos dinossauros.
No entanto, alguns animais sobreviveram à catástrofe. Conseguiram adaptar-se às mudanças e foram evoluindo ao longo de milhões de anos. Uns sofreram grandes alterações, mas outros mantiveram uma aparência muito semelhante desde o tempo dos dinossauros – são os antepassados de alguns animais estranhos que hoje habitam o nosso planeta. Vamos conhecer alguns.
Náutilo
Este bonito animal é um cefalópode, grupo que inclui os polvos, as lulas e os chocos – quem diria! Os seus antepassados já cruzavam os mares há 500 milhões de anos, ainda antes de surgirem os peixes ou os dinossauros, e alguns eram verdadeiros monstros marinhos, com conchas gigantescas! Hoje, têm mais ou menos o tamanho de um prato. Há quem pague muito dinheiro por estas belas conchas de cores brilhantes, que até são usadas para fazer jóias, o que põe estes animais em perigo.
ONDE VIVE: oceanos Índico e Pacífico.
Caranguejo-ferradura
Os antepassados desta estranha criatura surgiram há cerca de 400 milhões de anos. Curiosamente, este caranguejo é indispensável no fabrico das vacinas Covid-19. Isto porque o seu sangue azul possui uma substância capaz de detetar bactérias perigosas (e até fatais) para o ser humano em medicamentos e vacinas novas. Por isso, todos os anos é apanhado meio milhão de caranguejos-ferradura do Atlântico para lhes retirarem sangue. Depois, são devolvidos ao mar, mas muitos morrem.
ONDE VIVE: Ao longo da costa do oceano Atlântico.
Salamandra-gigante-da-china
Existem cinco espécies deste animal, que é o maior anfíbio do mundo: chega a ter 1,50 metos de comprimento e a pesar 45 quilos (mais ou menos o mesmo que um miúdo de 11 anos). Os seus antepassados remontam ao período Jurássico, há cerca de 170 milhões de anos. Infelizmente, está em perigo de extinção, devido à poluição das águas e ao facto de a sua carne ser muito apreciada nalguns países asiáticos.
ONDE VIVE: Em rios, por quase toda a China.
Tubarão-cobra
De corpo esguio e com uma cabeça que faz lembrar uma cobra, esta espécie rara de tubarão não é vista muitas vezes, pois vive nas profundezas do oceano. Em 2017, por exemplo, foi capturado no Algarve um exemplar a cerca de 700 metros de profundidade. Os tubarões-cobra podem chegar aos dois metros de comprimento e possuem 300 dentes pontiagudos, distribuídos por 25 fileiras. Têm um aspeto pré-histórico, o que não admira se pensarmos que os seus antepassados já habitavam os mares há 80 milhões de anos.
ONDE VIVE: oceano Atlântico.
Tartaruga-aligátor
Devido à carapaça cheia de espinhos e à cabeça bicuda, há quem lhe chame o «dinossauro do mundo das tartarugas». É uma das maiores tartarugas do mundo (pode pesar 100 quilos) e, apesar do seu ar pachorrento, é capaz de partir um osso humano com apenas uma dentada. Para teres uma ideia, tem umas mandíbulas tão poderosas que a sua mordida é mais forte do que a do tubarão-branco.
ONDE VIVE: em rios e canais da América do Norte.
Tuatara
O tuatara é o mais primitivo de todos os lagartos. Os cientistas são fascinados por este animal, cujos antepassados pisaram a Terra há mais de 200 milhões de anos, e que poucas alterações sofreu desde o tempo dos dinossauros. Tem características mistas de lagartos, tartarugas e aves e – vê lá tu! – um terceiro olho, cuja função ainda não se conhece bem. Cresce até aos 35 anos, mas não ultrapassa os 60 centímetros de comprimento, e chega a viver 100 anos.
ONDE VIVE: nalguma ilhas da Nova Zelândia.