O cabo Lince desconfiou de Fofocato porque o japonês andava sempre com máquinas ao pescoço, o que lhe permitia circular à vontade pelo hotel e pela povoação sem levantar suspeitas. O melhor sítio para esconder uma coisa é à frente de toda a gente… Além disso, como o quarto dele ficava a seguir ao do fotógrafo, para chegar ao patamar da escada tinha de passar por lá – e pela porta entreaberta viu em cima da mesa-de-cabeceira as máquinas que lhe despertaram a cobiça. Foi este ângulo visual que Lince foi confirmar quando pediu a Paredes que o conduzisse ao andar de cima. Zé Salsa, da pizaria, dificilmente teria sido o ladrão, pois deixara o saco em baixo e não podia transportar as máquinas sem que estas fossem visíveis. Ainda por cima, o quarto de Maria da Pena, onde foi fazer a entrega da piza, ficava no corredor do lado oposto. Maria da Pena, obviamente, não iria roubar o colega, e o gerente Paredes seria o último interessado em fazer má publicidade do hotel, identificando-o com um local onde eram cometidos roubos. Restava, pois, Focafoto – que confessou ter sido o autor do furto.
Soluções cabo Lince: o mistério das máquinas roubadas
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