
Bolachas com pepitas de chocolate
Ruth Graves Wakefield era uma senhora muito desenrascada que, com o marido, tinha uma estalagem. Um dia, em 1930, quando estava a fazer as suas deliciosas bolachas de chocolate para servir aos clientes, apercebeu-se de que não tinha chocolate em pó! Tinha, porém, ali a jeito, uma tablete de chocolate Nestlé, partiu-a em pedacinhos e juntou-a à massa, achando que estes iriam derreter e misturar-se. Enganou-se! Os bocadinhos pareciam pepitas de ouro acastanhado dentro das bolachas. Os clientes adoraram! Quando a receita foi publicada num jornal de Boston, a grande empresa de chocolate Nestlé fez uma proposta a Ruth e as bolachas com pepitas de chocolate partiram à conquista do mundo!

Sanduíche

A ideia de pôr comida dentro do pão não era propriamente nova quando, na Inglaterra de 1762, o conde de Sandwich, de seu nome John Montagu, terá pedido que lhe pusessem a carne do jantar entre duas fatias de pão, para ele ir comendo enquanto continuava com o seu jogo de póquer (outras versões garantem que não era a jogatina mas o trabalho que prendia o senhor conde). A ideia pegou entre os amigos do nobre e todos passaram a chamar «sandwich» – sanduíche em português, ou sande– a este prato.
Velcro

O engenheiro suíço George de Mestral era um caçador exímio e andava sempre rodeado pelos seus cães. Quando, num dia de 1941, regressava a casa após mais uma aventura nos bosques, teve de tirar sementes da planta de bardana presas às roupas e ao pelo dos animais. Irritado com a difícil tarefa, decidiu ver as sementes ao microscópio para perceber por que razão estas se agarravam com tanta força. Quando descobriu que as sementes tinham picos entrelaçados que terminavam em pequenos ganchos, percebeu o potencial que ali havia – e dedicou dez anos da sua vida a recriar aquele processo num tecido. O velcro tornou-se popular nos anos 60, depois de ter sido usado no fato dos astronautas e de ter servido para prender objetos dentro das naves espaciais!

Corn flakes
Em 1894, John Kellogg era o médico-chefe de um hospital para doentes com tuberculose, ligado a um grupo religioso que defendia uma dieta vegetariana. Um dia, ele e o irmão começaram a pesquisar comidas mais saudáveis para os pacientes. Tentando inventar um substituto para o pão tradicional, ferveram trigo para experimentarem uma nova massa. Mas deixaram-no ferver demais e, quando tentaram amassar o trigo, os grãos separaram-se em flocos. Puseram-nos no forno até ficarem estaladiços e serviram-nos aos doentes – que os adoraram! Mais tarde, experimentaram a mesma coisa com milho e foi a loucura total. Nascia assim o mais famoso cereal para o pequeno-almoço.
Penso rápido

Earle Dickson trabalhava numa empresa de produtos farmacêuticos e era casado com uma senhora, Josephine, que estava sempre a cortar-se e a queimar-se quando cozinhava. Quando tal acontecia, Josephine não conseguia fazer sozinha os curativos. Earle lembrou-se, então, de deixar preparados alguns. Pegou num rolo de fita adesiva cirúrgica e cortou gaze esterilizada, que colou nos bocadinhos de fita. Para evitar que ficassem colados, decidiu pôr por cima pedaços de papel. A ideia resultou e Earle apresentou-a aos donos da empresa onde trabalhava, a Johnson & Johnson, que passou a vender o produto com o nome band-aid (penso rápido). Foi um belo negócio! E Dickson até veio a ser vice-presidente da Johnson & Johnson.

Batata frita às rodelas
O chefe de um elegante restaurante em Nova Iorque, George Crum, estava de serviço quando um cliente pediu batatas fritas e as mandou de volta para a cozinha, reclamando que os palitos estavam muito grossos, moles e com pouco sal. Na primeira vez, o chefe nem ligou muito mas, quando as batatas voltaram para trás pela segunda vez, irritou-se. Danado, cortou umas batatas às rodelas, o mais fininhas que ele conseguiu, e fritou-as até garantir que o cliente chato não conseguisse espetá-las com o garfo. Para mais, ainda as carregou com sal!
Cone de gelado

Até 1904, os gelados eram servidos em pratos ou tigelas. Certo dia, durante a Exposição Universal de 1904, em St. Louis, no estado norte-americano do Missouri, dois vendedores ambulantes estavam lado a lado. Um deles, Arnold Fornachou, vendia gelados como pãezinhos quentes e estava a ficar sem recipientes para os pousar. O seu vizinho, Ernest Hamwi, que vendia umas bolachas parecidas com os waffles, feitas na hora, não tinha clientela. Para resolver o problema do primeiro, o segundo lembrou-se de enrolar as bolachas em forma de cone para que o outro pudesse aí pôr as bolas de gelado. Tchanan! Que duas pessoas tão engenhosas!
Gelado com pauzinho

Os pais costumam dizer que não se deve brincar com a comida. Mas era isso que Frank Epperson, 11 anos, estava a fazer numa tarde de 1905! Na varanda da sua casa, na cidade norte-americana de São Francisco, misturou água e refrigerante em pó com sabor a fruta, mexendo tudo com uns pauzinhos. Já era tarde, a mãe decerto chamou-o para dentro, e ele nunca mais se lembrou dos copos lá fora. Na manhã seguinte, depois de uma noite muito fria, Frank encontrou um doce gelado num pauzinho que deu imenso jeito para agarrar e lamber! Foi fazendo os gelados para ele e para os amigos e só quase 20 anos depois decidiu registar a patente (ou seja, registar a invenção, para que ninguém a copie), quando levou uma carrada de gelados para um baile dos bombeiros e toda a gente os adorou!