Carla Luís, membro da Comissão Nacional de Eleições, diz que muitas vezes lhe perguntam, quando vai as escolas, porque é que em Portugal não votamos pela internet. Ela explica:
«Em primeiro lugar o voto deve ser pessoal: quando se vota pela internet não temos certeza de quem está a votar.
Alguém pode usar os teu códigos, ou entrar no teu computador e votar por ti… numas eleições políticas isto seria complicado, e todos ouvimos histórias de ataques informáticos.
Os estudos não demonstram que mais pessoas passem a votar se o voto for pela internet.
Mas o voto pela internet é apenas uma modalidade de voto electrónico, ou seja, formas de votar que não são através de um boletim de voto em papel.
Existem muitas formas de voto electrónico, com máquinas e sistemas muito diferentes. Países como o Brasil ou a Estónia usam, mas a maioria não.
Em Portugal foi testado recentemente, em Évora, nas eleições para o Parlamento Europeu. Mas não está pensado aplicar-se em geral. O voto electrónico tem grandes desafios, como o custo das máquinas! e a tecnologia adequada.
Também é preciso que as pessoas confiem – mesmo aquelas que habitualmente não usam tecnologia (alguns avós, pessoas idosas, ou outras) – pois o voto é um direito universal!
É preciso que o sistema seja auditável e se possa ter certeza de tudo o que se passou dentro máquina, mas sem pôr em causa o segredo do voto – outro aspeto essencial.
Bom, o voto electrónico dava muita conversa. Há muita discussão e não se chegou a nenhuma conclusão de como será o melhor sistema.
Por estes e outros motivos, em Portugal votamos em papel, o modelo clássico.
No Miúdos a Votos, e dadas as circunstâncias, vamos inovar!
Para conseguir fazer a votação este ano, e mesmo não sendo perfeito, vamos votar pela internet.»