Luís Sepúlveda estava internado desde o dia 29 de fevereiro num hospital das Astúrias, em Espanha, onde tinha sido diagnosticado com Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus que tem infetado milhões de pessoas por todo o mundo. Poucos dias antes de ser internado, o escritor estivera no nosso país – onde vinha regularmente encontrar-se com amigos, colegas e admiradores -, para participar no festival literário Correntes d’Escrita, na Póvoa do Varzim.
“História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar” é um dos seus livros mais populares entre os leitores da tua idade, e faz parte do Plano Nacional de Leitura. Também está presente na edição deste ano de “Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?”, sendo um dos livros-candidatos do 3.º ciclo.
Trata-se de uma fábula que fala de dois valores que eram muito importantes para o autor: a amizade e o respeito pela natureza. Tudo começa quando uma gaivota, antes de morrer levada por uma maré de petróleo, deixa a cargo de um gato o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, vê-se obrigado a cumprir as duas promessas que fez aquando deste momento dramático: não só vai cuidar da cria de gaivota como também a ensinará a voar.
Quem era “Lucho”?
Luis Sepúlveda, a quem os amigos chamavam “Lucho”, nasceu em Ovalle, no Chile, um país sul-americano, a 4 de outubro de 1949. O seu pai era proprietário de um restaurante e a mãe era enfermeira, de origem mapuche – um povo indígena daquele país. Para além de romancista, foi realizador, escreveu argumentos para filmes, foi jornalista, ativista político e ambientalista.
Estreou-se na literatura quando tinha 20 anos, começando por escrever uma colecção de contos juvenis. Aos 40, publicou a obra que o tornou conhecido nos quatro cantos do mundo: “O Velho que Lia Romances de Amor”. O livro vendeu milhões de unidades, assim como “História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar” (editado no nosso país em 1996), que provavelmente conheces e que, apesar de ter sido escrita a pensar nos leitores mais jovens, é lida por muito adultos.
