O prometido é devido: aqui ficam as respostas de Jeff Kinney, autor de O Diário de um Banana, às perguntas dos nossos leitores. Na edição de dezembro, vais poder ver também como correu o encontro do escritor com os fãs portugueses
Maria Inês Nogueira, 11 anos
Onde vai buscar tanta imaginação para criar as aventuras do Greg?
Muitas das histórias que conto passaram-se comigo, em miúdo. Durante muito tempo, tentei lembrar-me de cada uma delas, mas agora já são apenas fruto da minha imaginação. Os leitores da Júnior talvez fiquem surpreendidos se eu lhes disser que costumo ir escrever para um cemitério. É verdade, ali ninguém me incomoda, o que é ótimo! Estaciono o carro e fico a trabalhar.
Já lhe aconteceu chegar a uma parte da história e ficar sem ideias?
Sim, acho que isso acontece a todos os escritores. Se bem que para alguns, as histórias parecem fluir com facilidade mas, para mim, as histórias saem com grande esforço.
Quando escreveu o primeiro livro da coleção, os seus filhos gostaram logo ou torceram o nariz?
Tenho dois filhos, rapazes, de 14 e 17 anos. Quando comecei a escrever, eles eram muito novos para lerem os livros, mas depois foram crescendo, até que chegaram a uma idade em que começaram a gostar. Foi por volta do 8 anos, que é uma idade boa para começar a ler a coleção.
E eles davam-lhe ideias?
Não, curiosamente não. Quem me dera!
Qual é a personagem de O Diário de um Banana com que mais se identifica? Porquê?
Sou mais parecido com o Greg, porque ele tem muitos defeitos e falhas, e eu também era assim em miúdo: mentia algumas vezes aos meus pais e isso metia-me em problemas. Mas a minha personagem preferida é o Rawley, o seu melhor amigo, porque é um bom miúdo, que gosta de ser miúdo.
Será que o Greg vai alguma vez deixar de ser um «banana»?
Não, vou certificar-me de que ele será sempre assim!
Que mensagem quer deixar às crianças e jovens que tem o sonho de serem escritores ou ilustradores?
Que contem as suas próprias histórias, que escrevam no papel o que se passa com eles, e como veem o mundo.
Maria Manuel Alexandre, 11 anos
Para
além da palhaçada, o que podemos aprender com Greg?
O Greg
é uma espécie de «espelho» para os miúdos, que podem rever-se
nele e aprender os erros que eles não devem cometer. Ou seja, podem
aprender com os erros dele!
O Jeff é uma espécie de Greg mas em adulto?
Acho que com os anos, me fui «aperfeiçoando» um pouco, mas o mais engraçado sobre o greg é que ele é um miúdo com defeitos, e eu penso que se tivesse escrito um diário como ele, teria algumas histórias semelhantes às dele.
Clarisse Tice, 10 anos
As histórias que escreveu aconteceram mesmo?
São mais ao menos reais, uma mistura de realidade com ficção. A maioria delas aconteceu comigo, mas alterei um bocadinho os factos.
Como consegue ter tanta imaginação, uma vez que a sua história parece interminável?
Vou
considerar isso um elogio! Tenho a sorte de ter uma cabeça capaz de
criar tantas ideias. Além disso, não escrevo todos os dias, só
durante alguns meses por ano.
Maria Milagre, 11 anos
Criou
Greg porque sabe que há uma idade em que todos nos sentimos
esquisitos?
Jeff Kinney: Acho que sim, o período entre os
13 e os 14 anos pode ser um bocadinho difícil para os jovens. Mas
também pode ser muito divertido!