Ao longo dos milhões de anos de existência da Terra, os climas foram mudando. Há 50 milhões de anos, o clima de Portugal seria igual ao do Brasil. Há 30 mil anos, deu-se a última glaciação, conhecida como a Idade do Gelo. Como essas alterações ocorreram gradualmente, grande parte dos organismos teve oportunidade de migrar e evoluir, adaptando-se em vez de morrer. E o que se está a passar agora, perguntarás tu? Estas alterações estão a ser demasiado rápidas, não permitindo a adaptação dos organismos e resultam da ação do Homem.
As alterações climáticas que já se fazem sentir são o aumento da temperatura, a quantidade de chuva e os padrões do vento. Como todos os sistemas naturais do nosso planeta estão ligados e dependentes uns dos outros, o que alteramos na atmosfera afeta os oceanos, que afetam os continentes, que afetam todos os seres vivos! Um dos grandes responsáveis pela confusão criada na atmosfera é o aumento dos gases com efeito de estufa. Esses gases (vapor de água, dióxido de carbono e metano, por exemplo) existem lá naturalmente. O problema é a sua concentração estar a aumentar. E porquê? Por causa do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural) que, ao serem queimados, libertam dióxido de carbono. Entre outras coisas, estes combustíveis servem para fazer gasolina, gasóleo e energia elétrica, o que quer dizer, simplificando, que o planeta está a aquecer porque gastamos demasiada energia produzida desta forma (sim, porque já se produz energia a partir da luz do Sol, da água e do vento).
O que é o efeito de estufa?
(vê aqui uma explicação mais detalhada)
A concentração dos gases com efeito de estufa está a fazer aumentar a temperatura, o que se reflete numa série de fenómenos climáticos extremos: cheias, secas, furacões, granizo, ondas de calor, etc.
Os cientistas alertam para a necessidade de todos os governos do planeta juntarem esforços nas suas políticas ambientais para que a temperatura da atmosfera não atinja os 2º Celsius. Se for ultrapassada, uma série de fenómenos desencadear-se-á em efeito dominó: o planeta sofrerá uma crise ambiental, social e económica nunca antes vista, a um ponto de não retorno.
Que fenómenos são esses? Degelo das calotas polares e dos glaciares das montanhas, levando à subida do nível da água dos oceanos, afetando o litoral de todos os continentes; os padrões das correntes marinhas poderão ser alterados, levando a novos padrões de distribuição de calor para a atmosfera, e mais tempestades ciclónicas se formarão. Em vez de chover normalmente, cairá uma quantidade brutal de água num curto espaço de tempo, causando cheias imprevisíveis. Simultaneamente, por causa das secas, rios e lagos poderão desaparecer. Já reparaste que os nossos invernos são cada vez mais secos? Sem água, torna-se impossível a agricultura e, com ela, a alimentação para a população humana.
Mesmo que parássemos agora totalmente com a emissão de gases com efeito de estufa, o clima continuará a mudar, até atingir um novo equilíbrio. Não escaparemos dos fenómenos climáticos extremos, mas poderemos ainda fazer com que eles não se tornem mais frequentes – e, portanto, não tão fatais.