Porquê o manjerico e a sardinha?
Parece que o manjerico fazia parte das plantas que davam boa sorte e afastavam maus espíritos geralmente eram plantas perfumadas, como o alecrim e a rosa. Quanto à sardinha: bem, pelo perfume é que não foi. Seria simplesmente o peixe que o povo comia.
Porque é que se usa o martelinho?
O martelinho de plástico costuma ver-se pelos santos populares no Porto e começou a usar-se na década de 60. Representa o «acordar» da cidade e das pessoas para as alegrias do verão depois de um inverno escuro e tristonho.
Os santos ajudam mesmo a arranjar namoro?
As nossas avós faziam o seguinte: punham uma imagem do santo de cabeça para baixo atrás da porta e faziam o pedido. Se o Zé Manel continuava sem dar cavaco, deixavam o santo de cabeça para baixo, que era para aprender. Também havia quem lhe tirasse o menino jesus do colo.
Porque é que o Santo António tem um menino Jesus nos braços?
A lenda diz que um dia, estando Santo António em casa do conde Niso, recebeu o menino dos céus dos braços de nossa senhora. O conde, claro, foi logo contar a toda a gente, e assim nasceu o menino ao colo do santo.
Porque se salta a fogueira?
As fogueiras também fazem parte da tradição pagã. As festas estavam tradicionalmente ligadas às uniões e ao amor. Se quiseres seguir a tradição à risca, terás de saltar a fogueira de mãos dadas com o teu namorado ou namorada. Mas não aproveites para o deixar lá…
Porquê em junho?
Há muito tempo, quando os católicos andavam a espalhar a sua religião, encontraram uma maneira engenhosa de festejar: substituíam as festas antigas pelas suas. Tal como o Natal e a Páscoa, também os Santos Populares têm origem numa celebração pagã, o solstício de verão, celebrada no dia 24 de junho.
E de bónus, contamos-te mais 4 coisas curiosas:
«Juntaram-se os três à esquina…
… a tocar a concertina e a dançar o sol-e-dó», diz a canção. As festas dos três Santos Populares, em junho, são as herdeiras das antigas festividades do solstício, que comemoravam os dias mais compridos do ano
Santo António, o namoradeiro:
O Dia de Santo António – 13 de junho – é sobretudo comemorado em Lisboa. Santo António foi um teólogo «alfacinha» muito importante que viveu nos séc. XII e XIII. Mas como cedo se mudou para a cidade de Pádua, em Itália, é mundialmente conhecido por Santo António de Pádua. Diz-se que gostava de brincar com as raparigas e de organizar casamentos, mas isso é uma lenda. As imagens dele costumam mostrá-lo com o Menino Jesus ao colo, mas também isso não faz muito sentido, pois Jesus nasceu… quase 1200 anos antes dele
São João e o alho porro
As festas de S. João são as maiores das dos Santos Populares. Sobretudo no Porto, na Noite de S. João – de 23 para 24 – toda a gente anda na rua e ninguém dorme. Era costume os rapazes darem pancadinhas na cabeça das raparigas com um alho porro (um alho francês selvagem), e elas nas das deles. Era um símbolo do sexo. Agora, são usados martelinhos de plástico. Também é costume acender balões, que simbolizam o Sol; mas, nos últimos anos, o seu lançamento tem sido proibido por causa do risco de incêndio. Quem era este S. João? Era S. João Batista, um profeta da Palestina que viveu na época de Jesus Cristo, de quem ainda era primo. Era uma espécie de hippie daquele tempo e costuma ser representado vestido com uma pele de carneiro
As fogueiras de S. Pedro
Saltar a fogueira é a principal tradição da Festa de S. Pedro, no dia 29. É claro que a fogueira representa também o Sol, a luz e o calor do solstício de verão. Pedro, que era um pescador do Lago de Tiberíades, tornou-se um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo – aquele grupo de companheiros que o seguia para toda a parte. Viria a ser o primeiro Papa. Existe o mito popular de que ele é que guarda as chaves do Céu, exatamente porque Jesus lhe disse: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… Eu te darei as chaves do Reino dos Céus». Tinha umas barbas de se lhe tirar o chapéu.