17 de outubro é Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, um dia dedicado a combater a pobreza no mundo. Foi criado em 1992, depois de, cinco anos antes, nesse mesmo dia, mais de 100 mil pessoas se terem juntado para chamar a atenção sobre as pessoas que são afetadas pela fome e pela pobreza.
Tudo aconteceu graças a Joseph Wresinski, um francês, filho de imigrates polacos e espanhóis, que, em criança era muito pobre e, quando cresceu, decidiu tornar-se padre e dedicar a sua vida a lutar contra a pobreza, para que mais ninguém tivesse de passar pelas dificuldades que passou.
Mas para combater a pobreza, é preciso entender o que ela é. E a verdade é que “ser-se pobre” pode significar muitas coisas diferentes… O Banco Mundial define como “pobreza” alguém “viver com menos de um dólar americano por dia” (o que corresponde a, aproximadamente, 90 cêntimos, em euros).
Mas há duas maneiras essenciais de compreender e medir a pobreza. A primeira é a ideia de pobreza absoluta, que é quando não se consegue ter sequer as necessidades básicas mínimas para viver: como comida, roupa e uma casa.
E, depois, há a pobreza relativa, que é medida conforme o contexto social em que as pessoas estão inseridas, isto é, nas desigualdades que existem entre a nossa riqueza e a de outros e na qualidade de vida que conseguimos ou não ter.
A pobreza pelo mundo
A UNESCO estima que quase mil milhões de pessoas em todo o mundo vivam em pobreza extrema, a grande maioria delas em zonas rurais (dependentes daquilo que a agricultura lhes der para conseguirem comer). A região do mundo mais afetada pela pobreza é a África subsariana.
Mas também em Portugal há pessoas a passar grandes dificuldades. Em 2015, quase 27% da população que vivia em Portugal estava em risco de pobreza (fica a saber que, em Portugal, é considerado em risco de pobreza quem recebe menos de 5060 euros por ano – o que equivale, em média, a 420 euros por mês), um número superior à média dos restantes países da União Europeia.
E mesmo que o dinheiro seja uma grande parte disto tudo, a pobreza não é só uma questão financeira. É também uma questão social, política e cultural. Isto significa que é muito influenciada pela forma como as pessoas se comportam umas com as outras, pelas políticas que os governos aplicam e pelo investimento na educação – há até países com um grande crescimento económico, mas onde as pessoas continuam a viver sem acesso a cuidados de saúde nem a escolas.
Apesar de tudo, estão a ser feitos progressos: nos últimos 30 anos, o número de pessoas a viver em pobreza extrema caiu para menos de metade. E um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas é conseguir reduzi-lo novamente para metade até 2030! Como dizia Joseph Wresinski: “a miséria é obra dos homens e só os homens a podem destruir”.
Sabias que…
– Os 13 países mais pobres do mundo são todos africanos?
– A república Centro-Africana é o país com mais pobreza, seguido pela República Democrática do Congo e pelo Malawi?
– As crianças são o grupo etário mais vulnerável à pobreza?
– As mulheres vivem em maior risco de pobreza que os homens?
– Com o que ganham as 100 pessoas mais ricas do mundo, poder-se-ia eliminar do planeta quatro vezes a extrema pobreza?